Seguro popular é mercado de US$ 170 bi*

images10Vender seguro para pessoas com menor renda é o grande desafio das seguradoras em todo o mundo. Na América Latina, o mercado é estimado em US$ 509 bilhões, sendo US$ 170 bilhões no Brasil, com um público estimado em 100 milhões de pessoas. No mundo, o potencial estimado é de 4 bilhões de pessoas, que têm renda anual inferior a US$ 3 mil por habitante. “Este é um mercado de consumo de US$ 5 trilhões”, diz Antonio Cássio dos Santos, presidente da Mapfre e da Fenaprevi (Federação Nacional dePrevidência e Vida).

Quase 80 milhões de pessoas em todo o mundo compram 357 produtos identificados como microsseguros. No Brasil, a ACE foi a primeira a lançar o produto e tem hoje mais de 2,5 milhões de pessoas com apólices que custam até US$ 4 por mês. A demanda maior dessa faixa é de apólices para incapacidade temporária, residências e para o pagamento de dívidas.

*Matéria da autora publicada na Gazeta Mercantil em 26/12/2007

Rio ou São Paulo?*

A disputa pelos investimentos de resseguradoras estrangeiras que deverão chegar ao Brasil a partir de 2008 é levada a sério por vários empresários. Menos pelos que realmente vão colocar a mão no bolso. Os executivos estrangeiros que entrevisto regularmente dizem que não há alterações em ficar em São Paulo, onde está a maioria da sede das seguradoras com as quais terão de negociar, ou no Rio, onde estão entidades como a Superintendência de Seguros Privados (Susep) e a futura Confederação Nacional de Seguros, Previdência e Capitalização, atual Fenaseg. Além do próprio IRB Brasil Re, que terá a preferência de 60% dos negócios nos primeiros três anos.

Agora para os governos do Rio ou de São Paulo a disputa é importante. Não porque irão abrigar no máximo 20 escritórios de resseguradoras, um setor enxuto, ou seja, com poucos funcionários e gastos mínimos em infra-estrutura. Apesar do valor de investimento ser modesto, acredita-se que o setor traz prestigio para a cidade. Ter um centro internacional de resseguros significa mostrar-se para o mundo. Atrair para a cidade com certa freqüência pessoas de outros países em viagem de negócios, investidores institucionais de primeiro mundo. Eles ficam apaixonados pelo Brasil. E também penalizados. Praticamente todas as resseguradoras e seguradoras têm projetos sociais no local onde estão instaladas.
Maria Silvia Tavares Bastos, presidente da Icatu Hartford e também vice-presidente da Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ), lidera o movimento “Rio Resseguro”. Segundo ela, há alguns mitos que precisam ser desfeitos, como, por exemplo, que São Paulo abriga as maiores empresas. Ela citou como exemplo Companhia Vale do Rio Doce, Petrobras, Nuclebrás e Eletrobrás e lembrou também que vários fundos de pensão, como Previ, Petros e Valia possuem sede na cidade e seriam potenciais clientes de resseguro. “O Rio tem praticamente 50% de todo o volume de resseguro do País”.
Mas ainda não tem vôos internacionais diretos com freqüência, o que traz um certo desconforto para os executivos e até mesmo aumenta o risco, por terem de voarem um trecho maior em território brasileiro. “Isso já está sendo resolvido”, refuta Maria Silvia. O Rio oferece mais qualidade de vida. Na verdade, para o estrangeiro, o Brasil oferece mais qualidade de vida, por um custo menor. Vários estrangeiros que vieram morar aqui não querem voltar mais.

Lembro de Alfredo Larrea, que presidiu a Mapfre e desde que deixou o cargo atua como consultor. Jean Paul, ex-presidente da Swiss Re, seguiu o mesmo caminho. Thad Burr, que comandou a MetLife. Sua esposa e os três filhos (o quarto está a caminho), não quiseram deixar o Brasil e ele buscou uma colocação aqui. Comanda a área de vida da ACE na América Latina. Bem, todos esses moram em São Paulo. Mas têm os apaixonados pelo Rio. Dinand Blom, presidente da Royal & SunAlliance, por exemplo, teve de mudar a sede da companhia para São Paulo totalmente a contra gosto.

Um caso prático. Lorde Levene, presidente do Lloyd’s of London, foi muito bem tratado quando esteve no País. Justiça seja feita, foi realmente “mimado” no Rio. Até mesmo batedores o governador Sérgio Cabral Filho disponibilizou para o executivo. Além de um belíssimo jantar no Palácio Laranjeiras, sede do governo carioca. Já a iniciativa privada o recebeu no Hotel Copacabana Palace.

Em São Paulo, realmente uma cidade mais neurótica do que o Rio em razão de seu tamanho e quantidade de riqueza que produz ao País (só em seguro SP representa mais de 50% dos prêmios), Levene ficou extremamente irritado. Não só porque estava longe do clima do mar, o que induz ao relaxamento físico e espiritual. Logo que chegou à capital paulista foi informado das regras de abertura de resseguros colocadas em audiência pública pela Susep, com normas bem diferentes daquelas discutidas com o governo. Também enfrentou os tradicionais congestionamentos da cidade e aguardou um tempo extra para entrar no avião e depois para decolar.

Na verdade, o que importa mesmo é fazer bons investimentos. Seja na qualidade de vida, nos relacionamentos, na família, nos amigos. Mas se o negócio não for rentável, o acionista não colocará mais dinheiro na operação. Por isso, a decisão para onde irá o investimento será tomada com base nos custos. E se não for, com certamente o executivo ficará pouco tempo na empresa. Mas fará esforços para ficar no Brasil e poder morar um uma bela residência, desfrutar de bons amigos reunidos em uma casa de veraneio seja na montanha ou na praia, ter vários empregados e poder viajar para lugares belíssimos sem grandes riscos, tendo a seu favor um clima abençoado por Deus.

*Articulista da Revista Apólice

Braskem renova apólice com limite de risco*

A Braskem acaba de renovar o milionário seguro das petroquímicas que compõem o grupo, que inclui também Ipiranga Petroquímica e Copesul.

A Braskem acaba de renovar o milionário seguro das petroquímicas que compõem o grupo, que inclui também Ipiranga Petroquímica e Copesul. A Unibanco AIG continua sendo a seguradora líder do contrato da Braskem, com participação da Bradesco e da SulAmérica. O IRB Brasil Re reteve a capacidade máxima do contrato automático de resseguros que mantém com parceiros estrangeiros, o que representou 16% do risco. O mercado internacional absorverá 84% do contrato, o que faz com que a definição do preço venha do exterior.

Em razão disso, uma equipe da Braskem e da corretora cativa do grupo, a OCS, fez uma série de apresentações para os resseguradores internacionais. Segundo Isabel Figueiredo, diretora de logística e suprimentos da Braskem, vários fatores garantiram um preço diferenciado.

Segundo ela, a Braskem tem investido nas recomendações dos resseguradores para melhorar a taxa do seguro do grupo. Em 2006, por exemplo, investiu R$ 10 milhões em sistemas de detecção de gases. “Neste ano, investimos US$ 2 milhões em válvulas que separam a linha de produção do estoque”, conta, sem revelar o valor do prêmio pago pelo programa de seguro. Outro ponto positivo foi ser integrante do ISE (Índice de Sustentabilidade Empre-sarial), da Bovespa, do qual participam apenas empresas com programas de responsabilidade social e ambiental.

A inclusão das petroquímicas Ipiranga também ajudou, uma vez que dá poder de barganha pelo aumento do volume a ser negociado. “A Copesul já era negociada em bloco pois o grupo Braskem era co-controlador”, informa Marcelo Neves, responsável pela área petroquímica na OCS. As instalações petroquímicas seguradas têm valores em risco de US$ 8,9 bilhões em danos materiais e de US$ 2,6 bilhões para interrupção de negócios, totalizando US$ 11,5 bilhões.

O contrato de seguro da Braskem prevê um (LMI) Limite Máximo Indenizável de US$ 1,9 bilhão, que é a perda máxima que o grupo pode sofrer com acidentes. Caso ocorra um acidente que consuma indenizações de US$ 1 bilhão, por exemplo, no dia seguinte a capacidade do contrato de seguro volta a ser de US$ 1,9 bilhão novamente, em razão da cláusula de integração automática, explica Neves.

*Matéria da autora publicada na Gazeta Mercantil em 19/12/2007, Finanças, B-3

Vendas devem superar R$ 96 bi em 2008*

2008 será um ano de desafios para o mercado de seguros, previdência, vida, saúde e capitalização. “2007 foi marcado por mudanças, como as regras de solvência, a abertura do resseguro. Mas para mim o que ficou marcado foi a união de todo o setor em prol destas mudanças, que vão ajudar o mercado a crescer substancialmente”, disse João Elisio Ferraz de Campos, presidente da Fenaseg, citando também a criação da nova configuração institucional do setor com a Confederação Nacional de Seguros, Previdência, Saúde e Previdência Complementar (CNSeg).

A projeção é de que o setor encerre 2007 com vendas de R$ 84,8 bilhões e em 2008 ultrapasse R$ 96 bilhões, sendo R$ 42,6 bilhões com seguros de pessoas, R$ 34,3 bilhões em seguros gerais, R$ 10,8 bilhões em saúde e R$ 8,4 bilhões em capitalização. “Teremos um grande ano pela frente”, disse Armando Vergílio, presidente da Susep. Ele disse que muito foi feito, mas ainda há muito para se fazer em 2008.

“A CVM (Comissão de Valores Mobiliários) que se cuide”, disse ele, brincando no sentido de que a Susep exercerá um controle tão ou mais efetivo do que a autarquia que regula o mercado de capitais e de fundos, durante o almoço de final de ano do setor realizado ontem, no Rio de Janeiro.

Todas as alterações no arcabouço de normas do setor começarão a valer a partir do próximo ano. Apesar da previsão de que muitas companhias terão dificuldades, tanto em aumentar o capital social para enquadrar-se às regras de solvência, como com a nova realidade de negociar contratos de resseguros, o clima é de otimismo.

“Vamos crescer mais em 2008 porque o País está crescendo”, disse Luiz Carlos Trabuco Cappi, presidente do grupo Bradesco Seguros e Previdência, e também presidente da Federação Nacional de Saúde (FenaSaúde), que representa um mercado de mais de 13 milhões de participantes.

Para Trabuco, o mercado de seguros está com reservas adequadas e não haverá tantos problemas quanto à capitalização das seguradoras.

A aposta no crescimento vem também do segmento de automóvel, que até outubro deste ano registrou evolução pífia de 1%, enquanto as vendas de carros zero quilômetro registram vendas recordes, acima de 30%. “Neste ano a carteira de automóvel não cresceu em volume, pois houve queda de preço, mas teve um expressivo crescimento em número de itens segurados”, afirmou ele, que comanda a segunda maior seguradora de carro do Brasil, a Bradesco Auto Re.

Seguro saúde

Em relação ao seguro saúde, Trabuco acredita que 2008 será um ano de consolidação, uma vez que 2007 as companhias já começaram a registrar bons resultados com a flexibilização do controle do governo em cima de preços. Pouco mais de dez seguradoras operam com saúde, sendo que nenhuma delas vende o seguro individual, com preço controlado pelo governo.

Segundo Fausto Pereira dos Santos, presidente Agência Nacional de Saúde (ANS), começa a valer em 2008 a segunda etapa do processo de adequação de capital das empresas de saúde complementar, ou seja, planos e seguros. “As seguradoras já estão adaptadas e as empresas de planos de saúde terão de se adaptar. Na primeira etapa, iniciada em 2001, 80% delas cumpriu as regras. Acho que o mesmo acontecerá agora”, disse ele, descartando a hipótese de um grande volume de empresas insolventes. Outra novidade em saúde é a implementação da portabilidade dos planos sem necessidade dos consumidores cumprirem carência.

Na área de previdência, o otimismo prevalece. “Manteremos nosso crescimento em 2008 e estamos apostando na criação de novos produtos de acumulação de renda”, disse Marco Antonio Rossi, presidente da Bradesco Vida e Previdência e vice-presidente da Federação Nacional de Previdência e Vida (FenaPrevi).

Segundo ele, o setor de previdência superou a casa dos R$ 120 bilhões em reservas e 7 milhões de participantes e 40 milhões pessoas seguradas em vida.

Momento histórico

Jayme Garfinkel, presidente da Porto Seguro e da Federação Nacional de Seguros (FenSeg), comemorou o resultado da audiência pública da abertura de resseguros. “Esse foi um momento histórico para mim em 2007”, disse ele em seu discurso. “Temos boas perspectivas pela frente com o crescimento do Brasil Espero que concretizemos todas as ações para a consolidação do mercado.”

Norton Glabes Labes, presidente interino da Federação Nacional de Capitalização (FenCap), aposta no crescimento com a nova regulamentação deste segmento que deverá ser divulgada pela Susep em 2008. “Todas as empresas estão com produtos prontos, apenas esperando a nova regulamentação. Além disso, duas novas empresas começarão a operar, Nossa Caixa e Mapfre”, disse. Para ele, essas duas razões farão o setor crescer muito acima dos 5% previstos para 2007.

*Matéria da autoria publicada na Gazeta Mercantil em 13/12/2007

TAM tem apólice de seguro de US$ 1,5 bilhão*

images5A TAM tem uma apólice de responsabilidade civil, para indenizar danos materiais, corporais e morais causados a terceiros com valor de US$ 1,5 bilhão e outro contrato que cobre os danos da aeronave, estimado em aproximadamente US$ 50 milhões, segundo informação de fontes do mercado de seguros. Esse valor é equivalente ao custo da aquisição de uma aeronave.

A seguradora líder no Brasil é a Unibanco AIG, que contratou resseguro (seguro da seguradora) por meio do IRB Brasil Re. Mais de 95% do risco da TAM foi repassado ao mercado internacional, prática comum a todos os contratos de seguros de valores expressivos do Brasil. A corretora Guy Carpenters, do grupo Marsh, fez a colocação da apólice de responsabilidade civil com um pool de resseguradores estrangeiros, segundo seguradores.

A experiência dos executivos mostra que o valor para indenizar os familiares das vítimas é mais do que suficiente, mesmo sendo esse o maior acidente aéreo do País. De acordo com o Código do Consumidor, há responsabilidade direta da empresa aérea. Assim, a TAM pagará a indenização mesmo que o acidente tenha sido causado por outra empresa. Depois poderá entrar com uma ação de regresso contra o causador do acidente.

Segundo o advogado especializado em seguro, Antonio Penteado Mendonça, para calcular o valor da indenização aos familiares das vítimas é praxe ter como base a lei brasileira. “O cálculo leva em conta quanto a pessoa ganhava, a idade da vítima, quanto faltava para completar 70. Se a vítima estivesse empregada, acrescenta-se férias e décimo terceiro salário. Do valor obtido, debita-se um terço que seria o gasto pessoal no período”, disse Mendonça.

Esse cálculo simples é apenas um exemplo didático e tem como base que a beneficiária seja uma viúva. “Para pais e filhos o cálculo é diferente”, acrescentou. Além da indenização por esse tipo de perda material, há outra pelo dano moral, que no Brasil tem sido de 200 salários mínimos por dependente de vítima fatal. Esse valor serviu de referência para a Unibanco AIG indenizar familiares de vítimas fatais no acidente nas obras de expansão do Metrô, ocorrido em janeiro deste ano. As indenizações pagas já ultrapassam R$ 40 milhões, com 85% dos casos já resolvidos em pouco menos de seis meses.

Acidente de 1996

No acidente de 1996, com 99 vítimas, a Unibanco e a TAM ofereceram aos familiares indenização de R$ 145 mil. Outros acordos menores foram ofertados para as vítimas em solo. Algumas famílias aceitaram e outras optaram por entrar com ação nos Estados Unidos, sede de empresas que poderiam ser consideradas culpadas pelo acidente, como Northrop Gruman, que fabricou o sistema de relés do Fokker-100, e a Teleflex, empresa responsável por um sistema de cabos de segurança da aeronave.

Neste acidente, acredita-se que o processo será mais simples pela suspeita de falha humana, seja do piloto ou da Infraero, por não ter fechado o aeroporto de Congonhas, mesmo com os insistentes relatos de pilotos e controladores de que a pista estava muito escorregadia. Isso limita os processos em território nacional para aqueles que não aceitarem o valor que será proposto pela seguradora e pela TAM.

No caso do acidente da Gol, em setembro do ano passado, boa dos familiares já aceitou o acordo e foi indenizada pela SulAmérica e pela empresa aérea. Valores, no entanto, são sigilosos em razão da segurança dos familiares.

Matéria produzida com exclusividade para a Gazeta Mercantil*

Acidente da Tam pouco afeta balanço de seguradoras*

O maior acidente aéreo do Brasil, com a aeronave da TAM, ocorrido no último dia 17, trará impactos para o mercado de seguros, mas não afetará fortemente o balanço financeiro das seguradoras. Tão pouco os das seguradoras internacionais. Também não causará aumentos significativos de preço no seguro aeronáutico mundial, que até o primeiro semestre deste ano apresentava um saldo positivo entre receitas e indenizações.

Muitas pessoas desconhecem que as seguradoras operam em um regime de mutualismo. Ou seja, aqueles que querem se previnir de um risco, pagam um valor para garantir que terão direito a uma indenização caso ocorra um risco previsto em contrato. Esse dinheiro pago, chamado de prêmio, compõe um fundo para fazer frente aos pagamentos futuros. Os clientes que tiverem acidente recebem uma parcela do patrimônio deste fundo em forma de indenização para retomar os seus negócios. Caso não haja acidentes, o valor pago por todos vira lucro das companhias que administraram o contrato de risco. Aqueles clientes que tiveram um ano feliz, sem acidentes, podem ganhar condições mais favoráveis na renovação do contrato.

Atualmente, o preço do seguro de aeronaves apresenta uma redução de 20%, de acordo com um relatório da Willis, terceira maior corretora do mundo, em razão das receitas estarem equilibradas com o volume pago de indenizações. Entre 2002 e 2006, as perdas (US$ 5,7 bilhões) representaram 40% dos prêmios (US$ 14,1 bilhões). Isso gerou ganho de US$ 8,4 bilhões para o mercado, o que possibilita que as seguradoras baixem os preços para conquistar mais clientes. Para 2007, a expectativa é de que os preços continuarão em baixa, mesmo com o acidente da TAM. Até 30 de junho, ocorreram 11 acidentes fatais, o menor índice da história do setor aéreo.

A TAM tem uma apólice de responsabilidade civil, para indenizar danos materiais, corporais e morais causados a terceiros com valor de até US$ 1,5 bilhão. Este será o contrato que servirá de base para o pagamento de indenizações aos familiares das vítimas fatais. Além deste contrato, outra apólice garante os prejuízos com a perda da aeronave, estimado em aproximadamente US$ 40 milhões. segundo informação de fontes do mercado de seguros. A seguradora líder destes dois contratos é a Unibanco AIG, com participação da Bradesco Auto RE, empresa do conglomerado Bradesco. Ambas ficaram com apenas 5% do risco. Para distribuir 95% do risco da TAM, foi contratada a corretora de resseguros Guy Carpenter, do grupo Marsh.

A experiência dos seguradores mostra que o valor para indenizar os familiares das vítimas é mais do que suficiente, mesmo sendo esse o maior acidente aéreo do País. As empresas em vôo doméstico são obrigadas a contratar um seguro similar ao DPVAT usado em automóveis, chamado Responsabilidade das Empresas de Transporte Aéreo (Reta), com valores indenizatórios aos passageiros e terceiros no solo ou no ar. Hoje o valor chega a algo próximo a R$ 15 mil por passageiro.

Além deste seguro obrigatório, há o seguro de vida pessoal de cada uma das vítimas e outro pela responsabilidade direta da empresa aérea, definido pelo Código do Consumidor. Segundo o advogado especializado em seguro, Antonio Penteado Mendonça, a lei brasileira serve de base para calcular o valor da indenização aos familiares das vítimas. “O cálculo leva em conta quanto a pessoa ganhava, a idade, quanto faltava para completar 70. Se a vítima estivesse empregada, acrescenta-se ferias, décimo terceiro. Do valor encontrado, debita-se um terço que seria o gasto pessoal no período”, disse Mendonça. Esse cálculo simples é apenas um exemplo didático e tendo como base que a beneficiária seja uma viúva. “Para pais e filhos o cálculo é diferente”, acrescentou.

Além da indenização por esse tipo de perda, há outra pelo dano moral, que no Brasil tem sido de 200 salários mínimos por dependente de vítima fatal. No acidente de 1996, com 99 vítimas, a Unibanco e a TAM ofereceram aos familiares indenização de R$ 145 mil. Outros acordos menores foram ofertados para as vítimas em solo. Algumas famílias aceitaram e outras optaram por entrar com ação nos Estados Unidos, sede de empresas que poderiam ser consideradas culpadas pelo acidente, como Northrop Gruman, que fabricou o sistema de relés do Fokker-100, e a Teleflex, empresa responsável por um sistema de cabos de segurança da aeronave.

No acidente da Gol, que ainda aguarda a finalização das investigações, menos de 25 familiares aceitaram o acordo proposto pela seguradora. Rosane Guthjar, 49, viúva de uma das vítimas do acidente da Gol, recebeu uma proposta da SulAmérica de R$ 400 mil, mas não aceitou. “Se aceitasse, teria de desistir de outros processos no Brasil e no exterior”, disse Rosane, que tem prestado ajuda aos familiares das vítimas da TAM.

Ela aguarda, juntamente com mais de 100 famílias, o julgamento do processo de pedido de indenização aberto nos Estados Unidos contra a ExcelAir, empresa responsável pelos pilotos do Legacy. “Eu quero que eles sejam punidos pela irresponsabilidade que já ficou comprovada pelas investigações. Eles não sabiam operar a aeronave e sem fazer um curso ou estudar procedimentos básicos foram para o espaço aéreo e deu no que deu. Se eu pego o meu carro e dirijo a 160 quilômetros por hora numa via urbana, sem ligar o farol à noite, sem usar cinto de segurança e ultrapassando o farol vermelho, sou responsável caso cause um acidente, pois para ter a carteira de motorista tenho de cumprir regras, como passar por um curso básico de segurança”, disse a viúva.

Como as causas do acidente podem recair sobre diversas empresas, há muita gente envolvida na investigação. Mesmo sendo a empresa aérea obrigada a indenizar as vítimas, ela pode entrar com uma ação regressiva para cobrar da empresa responsável pelos prejuízos causados com o acidente, caso não seja ela. No caso da TAM, as investigações giram mais em torno da responsabilidade da empresa aérea e da Infraero. “Todas elas têm interesse de que as causas do acidente sejam bem esclarecidas e por isso acompanham as negociações”, disse uma outra fonte próxima da investigação.

No acidente da Gol, em 2006, por exemplo, cinco empresas envolvidas poderiam ser responsabilizadas: a empresa aérea, a Boeing, fabricante do avião, caso a culpa fosse atribuída a uma falha do equipamento; a Embraer, caso o Legacy fabricado por ela tivesse apresentado defeito e isso tivesse sido a causa do acidente; e a ExcelAir se os pilotos do Legacy forem responsabilizados nas investigações finais; e da Infraero, caso seja detectado falha na comunicação entre as torres e os pilotos.

O trabalho dos especialistas contratados pelas seguradoras é necessário e amparado pela International Civil Aviation Organization (ICAO), que define padrões mundiais para aviação. A investigação do acidente está sendo conduzida pelo Serviço de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Sipraer), que segue as normas da ICAO. “Quando finalizada, o resultado da investigação se tornará público. No entanto, mesmo que determine os culpados do acidente, o laudo não pode ser usado em processos judiciais. Ele serve apenas para prevenir outros acidentes”, explicou um advogado especializado em direito aéreo.

*Matéria escrita pela autora para a revista Forbes, em julho de 2007

Seguro entra na rota da lavagem

Apesar do cerco, o mercado de seguros, previdência e capitalização entrou de vez na rota da lavagem de dinheiro. Até maio deste ano, a Superintendência de Seguros Privados (Susep) catalogou 2.662 casos suspeitos de irregularidades. O número de cinco meses equivale a cerca de 85% do total no ano passado (3.101); 7,5% acima de 2005 (2.476) ou mais do que o dobro dos registros acumulados de 2001 a 2003 (1.256).

Fraudadores procuram dar aparência idônea a ganhos ilícitos por meio da compra de seguros. Como não pode dormir no colchão, o dinheiro ilegal tenta ser incluído na economia por caminhos formais.

Como as vendas de seguros, planos de previdência e de capitalização sobem tradicionalmente no segundo semestre, a perspectiva é de que as comunicações passíveis de irregularidades dêem um salto até o fim do ano e alcancem níveis históricos no Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). O órgão é responsável por acolher as denúncias, avaliá-las e, se confirmar as suspeitas, solicitar investigações da Polícia Federal e do Ministério Público.

O titular da Susep, Renê Garcia, porém, atribui o aumento das comunicações ao Coaf ao aperfeiçoamento da legislação da autarquia. Uma mudança, a circular 327 do ano passado, ampliou as situações que devem ser enquadradas pelo mercado e notificadas ao Coaf.

Essa circular melhorou os controles internos das empresas, aprimorando o cerco às eventuais tentativas de lavagem no mercado de seguros, previdência e capitalização. O Coaf recebeu, no período de 1998 até maio deste ano, 10.590 ocorrências relacionadas a seguros, previdência e capitalização. Mas, desse total, os agentes identificaram indícios de irregularidades em 289 – 278 envolvendo seguros e previdência e 11 de capitalização.

Os casos suspeitos de lavagem de dinheiro já sobem ano a ano na Susep. Em 2001, foram apenas sete casos, pulando para 379 no ano seguinte. Foram outras 870 comunicações em 2003, mais 1.166 em 2004.

Técnicos do Coaf admitem que as áreas de seguros, previdência e capitalização são sabidamente utilizadas para lavagem de dinheiro no mundo inteiro. Daí por que esperam um crescimento no número de comunicações ao órgão, acompanhando a expansão do mercado.

Léo Maranhão, chefe do Departamento Econômico da Susep, explica que, entre outras obrigações, as empresas de seguros, previdência e capitalização têm de dar ciência ao Coaf de compra de apólices ou de planos de previdência a partir de R$ 1 milhão por pessoa física; de aporte único igual ou superior a R$ 100 mil para o PGBL, plano que permite deduzir o Imposto de Renda, ou VGBL, que não inclui essa opção. Também a compra de seguros incompatíveis com a capacidade financeira e ocupação profissional do segurado deve ser informada ao Coaf.

Foi assim que o órgão comunicou às autoridades as movimentações de uma pessoa presa em flagrante em 2004, quando tentava impedir que o resgate de seu plano de previdência não transitasse em sua conta bancária. Foram identificadas compras suspeitas de seguros por uma empresa investigada em um esquema de compra e venda de licenças para construção em áreas de preservação ambiental.

A luz amarela do mercado agora é acesa para transações feitas por clientes não residentes no país. Também o Coaf deve ser informado de sinistralidade anormal ocorrida com clientes, sobre planos de previdência contratados em nome de fantasma ou falecido, de propostas discrepantes das condições normais do mercado. Também resgates antecipados no valor igual ou acima de R$ 50 mil batem à porta do Coaf atualmente, bem como os pagamentos de prêmios de seguros de R$ 50 mil ou mais, feito por pessoa física.

Até a sorte dos donos de títulos de capitalização está sujeita à investigação, se eles forem premiados duas ou mais vezes, recebendo pelo menos R$ 10 mil num período mínimo de 12 meses. O Coaf também vistoria as operações de compra de seguros, previdência ou capitalização com somas elevadas beneficiando a terceiros.

Setor financeiro ajuda a recuperar a Mata Atlântica*

42-21521900A parceira mais ativa da Mata Atlântica na área de seguros, previdência e capitalização é a Bradesco Capitalização. De 2004 até abril deste ano, a empresa viabilizou recursos para o plantio de 18 milhões de mudas de árvores nativas na Mata Atlântica. Isso significa a recuperação de 10.011 hectares em mais de 600 projetos, informou Norton Glabes Labes, diretor da Bradesco Capitalização.

Os recursos destinados ao plantio das árvores vêm da venda do título de capitalização Pé Quente Bradesco SOS Mata Atlântica. Quando o título foi lançado, há três anos e meio, a expectativa era vender uma série de 100 mil. Já vendemos 2 milhões”, comemora Labes. São títulos com pagamentos mensais de R$ 25, num contrato que dura 48 meses. A cada título vendido, R$ 15 vão para a Fundação Mata Atlântica, para o plantio de dez árvores.

Segundo ele, o programa, que já rendeu vários prêmios à empresa; atendeu mais de 350 municípios em nove estados; introduziu cobertura florestal numa área equivalente a 12.129 campos de futebol ou à extensão de um rio de 1.666 quilômetros, numa faixa lateral de 30 metros, em ambos os lados; e em conseqüência, neutralizou cerca de 20 milhões de toneladas de carbono. “É um projeto que tomou grandes proporções dentro do grupo e isso me deixa muito feliz. Fomos os pioneiros, mas felizmente a concorrência começa a fazer o mesmo, trazendo benefícios ao planeta”, disse o executivo.

Caixa ganha Carbon Free

A Caixa Seguros foi a primeira seguradora do mercado brasileiro a neutralizar, por meio do plantio de árvores, 100% das emissões de gases do efeito estufa da matriz. “Podemos fazer algo, como fizemos agora. Outras empresas do setor também podem fazer. Ajudar o meio ambiente e dar o exemplo será o nosso maior retorno”, disse Thierry Claudon, presidente da Caixa.

O grupo investiu R$ 17 mil para fazer o levantamento de emissão de gás carbônico. A neutralização foi realizada em parceria com a ONG Iniciativa Verde que calculou quanto gás carbônico as quatro empresas do grupo emitem anualmente. Serão plantadas anualmente 1.748 árvores na Mata Atlântica. Por neutralizar suas atividades, a seguradora recebeu o selo “Carbon Free” (livre de gás carbônico) que atesta: ela não contribui com o aquecimento global e ajudou a recuperar e a conservar a Mata Atlântica.

“Todos podem fazer algo para contribuir com o meio ambiente. Por isso vamos investir na comunicação com nossos funcionários e clientes para trazer a eles a consciência que o estudo da ONG trouxe para nós”, disse ele, que pretende tomar iniciativas para que o grupo reduza ainda mais a sua emissão de carbono.

As árvores plantadas pela Caixa serão distribuídas em uma área degradada do município de São Carlos (SP), dentro do bioma Mata Atlântica. A área pode ser visitada por qualquer pessoa interessada em conferir o plantio.
O contrato assinado pela seguradora com a ONG prevê a manutenção das mudas por um período de dois anos.

O reflorestamento de áreas degradadas, como a Mata Atlântica, proporciona benefícios globais – por meio da absorção do gás carbônico da atmosfera – e locais, com a formação de corredores de biodiversidade e a preservação dos recursos hídricos.

HSBC: energia renovável

Parte das tarifas dos produtos financeiros do HSBC com o slogan Solidariedade, onde há um título de capitalização, é direcionada a projetos socioambientais. O grupo HSBC investiu U$ 50 milhões entre 2002 e 2006 em organizações ambientais de referência mundial por meio do seu programa Investing in Nature e em 2007 está reformulando este programa. De acordo com informações fornecidas pela empresa, em 2006 o foco de seleção de projetos ambientais do Instituto foi o desenvolvimento de projetos de Energias Renováveis com investimento de R$ 350 mil. Foram selecionados sete projetos envolvendo soluções de baixo custo para a comunidade. Em 2007, o HSBC realizará a seleção para projetos que tenham como foco “Desenvolvimento de Tecnologias de energia limpa e renovável, de baixo custo, para aplicação em comunidades de baixa-renda”.

*Matéria da autora publicada no jornal Gazeta Mercantil em 07/06/2007

Apólice para torcedor de futebol*

A Marsh Corretora de Seguros, subsidiária do grupo Marsh McLennan, dono de uma das maiores corretoras de seguros do mundo, fez mais um lançamento de produto com a Ampla Energia e Serviços, concessionária de energia do Rio de Janeiro, que cobre 70% do estado O apelo é o futebol. Segundo Daniela Mello César, gerente de massificados da Marsh, responsável pela conta da Ampla, empresa do grupo Endesa, cuja conta mundial de seguros é administrada pela Marsh, foi feita uma pesquisa que identificou a demanda dos clientes por produtos com apelo esportivo.

O produto “Gol de Craque” foi lançado em março deste ano em parceria com a ACE Seguradora. Trata-se de um seguro de acidente pessoal, com custo de R$ 6,90 por mês e indenização de R$ 15 mil para morte e invalidez. O charme e maior apelo do produto é que ele oferece uma assistência ao torcedor, com suporte para compra ou reserva de ingresso, divulgação de resultado dos jogos, indicação de lojas de artigos esportivos, organização de transporte até o estádio, com custo por conta do segurado, reserva de hotel quando o jogo for em outra cidade entre outros.

Além disso, há oito sorteios por mês, sendo quatro de R$ 10 mil cada um e quatro onde são sorteadas camisas oficiais dos times. “O apelo da assistência ajudou a vender 9 mil apólices desde o lançamento”, contou.

São agora oito produtos administrados pela Marsh na base da Ampla nestes três anos de parceria em massificados, com 143 mil itens segurados no final de 2006. “Temos um universo de 2,3 milhões de clientes para explorar”, disse.

A pesquisa também mostrou a necessidade de desmembrar os produtos, pois os clientes querem coberturas específicas. Uma das coberturas mais solicitadas foi a de assistência residencial, uma novidade em seguros de afinidades, que excluem tal serviço para baratear o produto e simplificar a administração.

A principal parceira da Marsh em afinidades é a ACE, com cinco produtos: residência e empresas, vida, assistência funeral, vale supermercado e agora futebol. A Unibanco AIG tem duas apólices de residência com coberturas entre R$ 30 mil e R$ 60 mil. A Liberty oferece um seguro de casa, com importância segurada de R$ 10 mil, pois a assistência 24 horas, com serviços de check-up Lar, é o principal apelo de venda.

O check-up lar pode ser usado pelo segurado uma vez por ano. Nele é possível fazer uma vistoria na residência e ter serviços como instalar prateleiras, olho mágico, trocar as lâmpadas entre outros. O cliente paga só pelo material utilizado no reparo, ficando o custo dos serviços por conta da seguradora.

A estratégia da Marsh em afinidades, onde tem três clientes em energia, dois em varejo e dois em esporte, é ser multiprodutos e multicanais. “E estamos acertando, pois o faturamento de massificados era 5% há cinco anos e hoje já chega a 20%. A meta é chegar em 25% no final deste ano”, disse.

*Matéria da autora publicada na Gazeta Mercantil em 04/06/2007

Mercado dobrará de tamanho, prevê estudo da S&P

A indústria de seguros, que hoje detém uma participação de 2,6% no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, deverá dobrar sua participação no médio prazo. Esse é o cenário previsto pela Standard & Poor’s no estudo “Brazil’s Top 20 Insurance Companies”, que inclui seu primeiro ranking das 20 maiores empresas de seguros no Brasil.

Tamara Berenholc, analista de crédito da Standard & Poor’s e co-autora do estudo, vê 2007 como o ano da virada para a indústria de seguros. Para ela, a abertura do resseguro e a implementação das regras de solvência farão surgir novos investimentos, produtos, um acirramento da competição e uma maior consolidação do setor.

De acordo com o estudo, entre os pontos positivos da indústria de seguros estão o potencial de crescimento no longo prazo, a limitada exposição do País a catástrofes naturais, uma política conservadora de investimento, melhora da disciplina de subscrição de risco e mudanças no arcabouço regulatório que levam o padrão brasileiro ao praticado pelos países desenvolvidos.

Entre os aspectos negativos, a S&P cita a pequena participação de seguros no PIB, a forte competição, a fraca demanda por seguro e a necessidade de grande parte das companhias por capital adicional para se adaptarem às regras de solvência.

Paralelamente a divulgação do estudo, a S&P promoveu ontem no Rio um evento para debater os desafios desta indústria com as novas regras de capital baseado em risco, abertura do mercado de resseguro e cenário de queda das taxas de juros, de onde hoje as seguradoras tiram a lucratividade da operação.

Segundo Samuel Monteiro, diretor geral da Bradesco Seguros e Previdência, um dos palestrantes do evento, realmente há um grande potencial de crescimento com a abertura, a exemplo do que tem acontecido com a China e Índia. “Isso exigirá uma especialização maior de profissionais na área”, disse.

Para ele, as seguradoras terão de investir em atuários. “A área atuarial terá de ter uma integração com a área financeira da companhia de seguro, pois a tendência é que seguros de longo prazo vão ganhar mais destaque. Com isso, as seguradoras vão precisar procurar investimento de longo prazo, que terão de ser criados pelo mercado financeiro”, disse.

Monteiro também citou a necessidade de especialização das agências de classificação de risco. “Elas terão de ter profissionais mais especializados no mercado de seguros para que possam emitir corretamente seus ratings, que passarão a ser necessários para a contratação de resseguro.

Marcus Clementino, presidente da comissão de resseguros da Federação das Seguradoras (Fenaseg) e diretor da SulAmérica, que também proferiu uma palestra no evento, alertou os executivos presentes sobre a necessidade de uma regulamentação flexível na área de resseguros, que está a cargo da Susep. “Se as exigências forem muito elevadas, com certeza os resseguradores estrangeiros ficarão de fora. Precisamos de regra flexível para atrair resseguradoras locais e ter competitividade no setor”, disse Clementino. Ele disse que o preço do resseguro pode não cair num primeiro momento. “As taxas podem até subir, pois poucos têm informações das empresas brasileiras além do IRB.”

Matéria da autora publicada na Gazeta Mercantil em 01/06/2007