ACE, Assurant, Cardif, Chubb, Porto e Mapfre, diputam o direito de vender apólices nas lojas. A quase centenária Lojas Renner era praticamente a última grande noiva do varejo assediada pelo mercado de seguros. Em dois meses de negociações, iniciadas com 35 segu-radoras, restaram cinco pretendentes: ACE, Assurant, Cardif, Chubb e Mapfre.
O casamento será, segundo a aposta de vários executivos entrevistados por este jornal, com a ACE, uma das mais antigas nesse segmento no Brasil e que tem clientes de peso na área de energia, como a CPFL. No entanto, como havia um peso menor para as seguradoras com negócios com C&A, até agora o “case” de maior sucesso do setor, onde a ACE atua com proteção financeira, e com a Riachuelo, atendida pela Zurich, alguns apostaram suas fichas na Mapfre, que tem investido muito no Brasil para acelerar seu crescimento, e na Chubb.
O anúncio oficial está previsto para ser feito a qualquer momento pela Renner, uma das poucas varejistas listadas no Novo Mercado da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), para que a vencedora tenha tempo de começar 2007 com os produtos nas 75 lojas do grupo gaúcho. Só em São Paulo são 27 pontos de vendas, 13 no Rio Grande do Sul, 8 no Rio de Janeiro, entre outros.
Foi uma disputa tensa, pois havia apetite dos dois lados. As seguradoras precisam aumentar a base de clientes para diluir custos e enfrentar a queda nas taxas de juros, de onde tiram a maior parcela do resultado da companhia. No caso das finalistas, a parceria é fundamental para enfrentar a concorrência das seguradoras ligadas a bancos, onde dispõem da rede de agências para vender. De outro o setor de varejo, que vem operando com margens apertadas, e tem tido na venda de seguros um bom lucro, segundo demostram os balanços de algumas redes na linha de equivalência patrimonial ou receita de serviços financeiros.
O dote, ou seja, o bônus, valor que a seguradora deve pagar antecipadamente à Renner para ter acesso ao balcão de vendas por cinco anos, chegou a variar entre R$ 15 milhões e R$ 6 milhões, e mesmo assim, segundo executivos, estava abaixo da expectativa da Renner. Os produtos a serem ofertados são: residencial, perda e roubo de cartão, prestamista, desemprego, vida e acidente pessoal, além do educacional.
O que desvalorizou um pouco esse bônus foi a Renner ainda não ter um cartão de crédito. Tem apenas um cartão de afinidades, com uma base ativa de 3,2 milhões. Como os contratos de seguros geralmente são anuais, esse fato pesou. “O risco do cliente parar de pagar o seguro quando quitar o saldo devedor é muito grande”, disse uma das fontes.
Outro custo que teve uma grande variação, informaram, foi o investimento em marketing, treinamento e call center, que fica a cargo da seguradora. Essa é uma grande preocupação das lojas de varejo, para que o cliente não tenha problemas com o seguro e o associe com a marca da loja.
Por meio de sua assessoria de imprensa, a Lojas Renner não confirma as informações e informa que o processo de escolha da empresa parceira está sendo finalizado e, em virtude de o contrato não ter sido assinado, quaisquer informações neste momento não passam de especulação. A empresa não se manifestará até a assinatura do respectivo contrato.
*Matéria da autora publicada na Gazeta Mercantil