A Bradesco Seguros e Previdência prevê manter o ritmo de crescimento de 10% neste ano, o que a levará, se confirmado, encerrar 2009 com faturamento próximo de R$ 24,5 bilhões tendo como base os R$ 22 bilhões registrados em 2008. Tal desempenho, em um cenário de crise, com previsão de estagnação do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, será sustentado pela venda de produtos para as classes de menor renda.
“Há uma maior cultura de seguros no País, que ainda exibe um percentual muito aquém dos países desenvolvidos em relação ao PIB, de 3,5% para uma média de 9%”, disse Marco Antonio Rossi, presidente da Bradesco Seguros e Previdência, durante coletiva concedida aos jornalistas no II Fórum de Riscos, promovido ontem em São Paulo.
Segundo ele, a demanda por seguros e previdência continua aquecida mesmo com os sinais de enfraquecimento da economia. “Registramos crescimento em praticamente todos os nichos de negócios”.
Já o banco Bradesco revisou para baixo o crescimento do crédito. Antes previsto para evoluir entre 12% e 17%, Luiz Carlos Trabuco Cappi, presidente do banco, estima um avanço de 10% para este ano. Na semana passada, o banco anunciou prazos maiores e taxas menores para incentivar os financiamentos. A inadimplência, disse, está em patamares aceitáveis.
Rossi informou que a crise pouco afetou a atividade de seguros e previdência. Pelo contrário. A carteira de automóvel foi beneficiada pela redução do IPI. Um dos temores dos executivos do setor é do aumento da criminalidade, típico em épocas de crise. Mas até agora, segundo ele, os indicadores do grupo segurador não apresentaram alterações significativas.
A segunda edição do Forum de Risco debateu os riscos a que o planeta e a sociedade estão expostos. Sérgio Besserman Vianna, Presidente da Câmara Técnica de Desenvolvimento
Sustentável da Prefeitura do Rio de Janeiro e Conselheiro do WWF Brasil, proferiu a palestra “Riscos que o planeta e a sociedade estão sujeitos”. Ele fez comentários que levaram a platéia a refletir sobre os diversos riscos a que todos estão expostos, desde a interrupçao dos negócios por catástrofes agravadas pelas mudanças climáticas até pela alteração no hábito do consumidor ao optar por emitir menos CO2 em suas atitudes cotidianas.
“Se todos fizerem a sua parte e mais um pouco, a previsão é de que daqui a 100 anos o aquecimento global suba três graus, o que seria suficiente para mudar toda a realidade que vivemos hoje. Uma mudança mais radical do que a trazida pela informática. Se não fizermos a nossa parte, a situação é alarmante, com um grande risco para a civilização”,
Ele citou um exemplo pitoresco para ilustrar os riscos a que todos estão expostos. “Boa parte da emissão de carbono feita pelos homens é para agradar as mulheres”, disse o irmão do humorista Bussunda, falecido no ano passado. Segundo ele, uma boa mudança para reduzir a emissão de carbono poderia vir do comportamento feminino.
“Quando tivermos um jovem num carro de ultima geração de um lado e um outro com um notebook, equipado com toda a coleção de Eça de Queiroz e este ultimo fizer mais sucesso com as mulheres do que o primeiro, com certeza o padrão de consumo da população mudará completamente e com ele toda a cadeia de negócios”.
Segundo Rossi, a indústria de seguros tem acompanhado a tendência de mudança de habito da população, assim como ofertado produtos adequados a nova realidade de riscos criada com as mudanças climáticas. “Temos produtos para proteger o cidadão de praticamente todos os riscos da vida moderna, que vão desde os de mudanças climáticas, como os que afetam a saúde até as conseqüências de longevidade”.
*matéria da autora feita com exclusividade para o site www.viverseguro.org.br