Papo de coffee-break durante o 2o. Encontro de Resseguro que acontece dias 3 e 4 no Rio de Janeiro. O evento conta com aproximadamente 350 executivos e praticamente todos os principais porta-vozes do mercado estão no hotel Sofitel para debater temas relevantes da indústria de seguros, como proteção para catástrofes e para o agronegócio, que representa 22% do PIB brasileiro e tem sofrido perdas por mudanças climáticas e dificuldades por falta de infraestrutura e incentivos.
Vai e vem
Uma grande novidade para os participantes do evento foi a saída do vice-presidente executivo Drault Ernanny da AGCS, subsidiária de riscos de empresas e resseguro da Allianz. Muitas especulações sobre o destino de Ernanny. Está a procura de uma colocação? Saiu para começar uma star-up? Ir para alguma companhia que tem o BTG entre os acionistas? Ou sua saída sinaliza algo sobre o anúncio que a Allianz fará na próxima semana? Bradesco Auto RE? Itaú? Vamos aguardar ele mesmo dar notícias.
Segundo colegas de trabalho, ele ainda não anunciou qual o seu novo desafio. Mas todos concordam que ele deve ter sido convidado a peso de ouro para deixar a AGCS, que vislumbra um grande potencial de crescimento no Brasil e faz parte do maior grupo segurador da Europa e que elegeu o Brasil como um dos principais focos de crescimento dentro das operações internacionais. A AGCS iniciou operações neste ano, com sede no Rio de Janeiro. O executivo passou um longo período sendo treinado na matriz da Allianz, na Alemanha. Um investimento e tanto, que agora vai estimular concorrentes. Isso que é um mercado competitivo!
HDI Gerling prepara abertura de seguradora de grandes riscos
Guillermo Leon deixou o comando da resseguradora AIG para ser o CEO da seguradora de grandes riscos que o grupo alemão HDI está organizando no Brasil. Em seu lugar, assume Marcos Frigise, que já atuava na AIG Re. Gullermo esteve à frente da seguradora AIG quando ainda chamava Chartis e era o CEO quando o nome voltou para AIG. Também estava no comando quando a seguradora AIG iniciou o processo de massificação, entrando no segmento de venda de seguro de carro. Foi sustituído por Jaime Calvo, que hoje tem uma grande meta para a AIG no Brasil, um dos dois países escolhidos pelo mundo para acelerar o crescimento grupo. O outro país é nada mais do que a China. Mais notícias ao longo do dia.
Leon está há 30 dias no novo projeto. “Ainda vamos entrar com o pedido de abertura de seguradora na Susep e enquanto isso vamos sondando o mercado para contratar a equipe e consolidar o plano de negócios”, disse. Eis um grande desafio: contratar equipe. Há muita demanda por profissionais especializados locais. “Vamos formar pessoas, mas no começo precisamos de pessoas que já conheçam o setor”, diz.
A HDI Gerling, que já tem a resseguradora do grupo no país, a Hannover, chega para disputar o mercado de riscos industriais, no qual é especializada, riscos de engenharia, marine, responsabilidade civil, petróleo entre outros. A previsão é de investimento de US$ 25 milhões num primeiro momento para a abertura da empresa, que deverá consumir todo o ano. Em 2014, no entanto, o grupo começa a disputar contratos das Olimpíadas e da infraestrutura, “pois o Brasil vai muito além desses dois mundiais”, diz Leon.
Perdas corriqueiras de R$ 20 milhões
Segundo executivos de resseguradoras presentes no evento, há um movimento intenso no departamento de sinistros das seguradoras e resseguradoras. Enquanto todos imaginavam que as vendas seriam o frenesi de 2011 e 2012, a regulação de indenizações é que tomou vulto dentro das companhias. De acordo com executivos, o maior volume de pedido de indenizações vem do setor de construção de hidrelétricas, estádios e obras que envolvem a infraestrutura da Copa 2014.
A carteira de cobertura para tumultos e riscos de engenharia são as mais afetadas. Geralmente esses sinistros levam em média dois anos para serem regulados, o que afetará o resultado das companhias no médio prazo. A saída, que tem apontado uma tendência, principalmente para as seguradoras que começaram operação recentemente, é atuar em riscos massificados, uma vez que os prêmios de grandes riscos no Brasil estão representando a metade das taxas cobradas em Londres, enquanto o risco de catástrofe, que poderia equilibrar o preço, praticamente não existe na cotação de programas no Brasil. A realidade, segundo eles, é esperar para ver como fica.
FOTO: Revista Veja – Tumulto em Jirau em março de 2011. 45 ônibus e 15 carros queimados
Argo abrirá resseguradora admitida no Brasil
A Argo Group International Holdings, subscritora internacional de produtos de seguros especiais e resseguros, decidiu abrir no Brasi uma resseguradora admitida para garantir os contratos da seguradora do grupo. Apenas o sinal verde foi dado pela matriz e agora o CEO local, Pedro Purm, começará a estrturar toda a documentação necessária junto a Susep para obter a autorização do órgão regulador.
Corretora Colleman mudará de nome
A corretora Colemont já começou a divulgar o novo nome: THB. A troca oficial será divulgada no seminário da ABGR, em outubro. A Colemont pertence ao grupo americano AmWins, que se fundiu com a corretora britânica THB, no início de 2012. A THB possuía operações em Cingapura, Taiwan, Peru, Colômbia e Holanda e optou por adotar o nome da THB porque em Londres esta é a marca mais forte. Em 2013, a corretora assumirá a marca THB para todas as suas operações internacionais, exceto para a matriz, que manterá o nome do grupo.
Torus Insurance também chega ao Brasil para atuar em grandes riscos
A seguradora Torus Insurance também está de olho no mercado brasileiro e deverá montar uma operação de seguros, com atuação voltada para grandes riscos, contam executivos durante o coffee break. O grupo inglês já tem um escritório de representação no Brasil como Torus Specialty Insurance Company, atuando como resseguradora admitida, desde 2010, e está sondando especialistas para contratar para a seguradora. “Independentemente se o mercado local está muito competitivo, com taxas muito abaixo das praticadas no mercado londrino, todos querem estar aqui. E cada qual com a sua razão”, comenta um segurador europeu.