Comunicado
Em meio a crises econômicas de extensões globais e baixas performances econômicas, o capital evidencia sua natureza escassa. Diante desta escassez, a missão de gerir o capital é complexa e atender às expectativas de todas as partes interessadas (acionistas, credores, reguladores e consumidores) não é uma tarefa fácil para os grupos seguradores.
“O Resseguro tem um papel primordial na gestão técnica, mas também pode ter um papel muito importante na gestão do capital de uma companhia”, principal mensagem de Augusto Diaz-Leante, responsável pelas atividades de Vida da Munich Re na América Latina, Espanha e Portugal, em palestra na feira da Munich Re do Brasil, em novembro 2012.
O resseguro pode ser usado, além da proteção tradicional, para diminuir as exigências de capital requerido (pelo regulador, agência de rating e casa matriz), ou para obter capital adicional por financiamento de lucros futuros. O resseguro torna-se assim uma ferramenta alternativa para estratégias de gestão de capital.
Para alívio de capital de solvência contratos cota-parte podem ser eficientes. Nesta operação, em que o segurador cede parte de seu risco ao ressegurador, a companhia é capaz de diminuir seu capital em risco e aliviar sua solvência, viabilizando o crescimento de seus negócios.
O resseguro cota-parte é também uma ferramenta de alívio de capital econômico. Ao analisar a função de densidade da probabilidade de sinistro, é determinado a partir da esperança da função, o capital necessário para um nível de segurança exigido (99,5% de Value at Risk de acordo com Solvência II). Quando há a introdução de resseguro, a esperança da função diminui pelo custo de resseguro, reduz o Value at Risk e portanto o capital econômico.
“Quando o custo sobre o capital liberado é maior que o custo do resseguro, há um claro lucro econômico para a companhia, que dependerá da taxa de retorno que os acionistas exigem da empresa”, afirma o executivo Diaz-Leante.
No que se refere à obtenção de capital adicional, o resseguro pode oferecer às companhias antecipação de lucros futuros, melhorando a gestão patrimonial da seguradora e seu rating. Quando o ressegurador antecipa lucros futuros de uma companhia, o capital total ajustado sob o modelo Standard & Poor’s aumenta proporcionalmente ao percentual de financiamento do ressegurador.
Diaz-Leante explica ainda que “O capital requerido pelos riscos dos ativos não muda, mas o capital requerido pelos riscos dos passivos decresce porque uma parte da carteira fica protegida pelo ressegurador e há um reconhecimento disto no modelo.”
O resseguro apresenta-se assim como alternativa de gestão de capital de uma companhia além de oferecer algumas vantagens adicionais como flexibilidade de customização, custo atrativo de transação, processo veloz e payback baseado em lucros, ou seja, permite que a amortização do financiamento dependa da geração dos lucros.
Diaz-Leante demonstrou na palestra da Munich Re que o resseguro é uma ferramenta para a gestão das necessidades de capital, atuais e futuras, das seguradoras e que é uma alternativa muito interessante frente aos mercados de capitais.
“A concepção tradicional do resseguro sempre foi a transferência do risco técnico, mas agora este paradigma foi superado e o resseguro se converteu numa poderosa ferramenta na gestão de capital para continuar sendo um parceiro de nossos clientes” conclui Diaz-Leante.