Mercado de seguro residencial cresce 16,5% em 2024 e tende a manter alta

Estimativa da CNseg, a Confederação Nacional das Seguradoras, é de que o ramo de seguros massificados, que inclui o seguro residencial, cresça 15,9% neste ano

Levantamento da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg) mostrou que o mercado de seguros residenciais no Brasil teve crescimento expressivo em 2024, com uma arrecadação de R$ 6,0 bilhões, aumento de 16,5% em relação ao ano anterior. Paralelamente, as indenizações pagas atingiram R$ 1,6 bilhão, o que representa volume 1,5% acima do registrado no ano anterior.

Esse crescimento pode ser atribuído à maior preocupação dos brasileiros com a segurança de seus imóveis, à elevação nos valores patrimoniais e à maior incidência de eventos climáticos. De acordo com pesquisa da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias, realizada em parceria com a Brain Inteligência Estratégica, a segurança é um fator decisivo para 80% dos consumidores na escolha de um imóvel.

Para atender a essa demanda crescente, construtoras e condomínios investem em soluções inovadoras, como portarias virtuais, câmeras inteligentes e reconhecimento facial. A inteligência artificial também ganha espaço no setor, sendo utilizada por 19% das companhias para aprimorar sistemas de monitoramento e atendimento ao cliente, conforme estudo do McKinsey Global Institute.

Outro fator que impulsiona a expansão do mercado é o interesse crescente na aquisição de imóveis. Segundo levantamento do Datafolha, divulgado no final de janeiro deste ano, 43% dos brasileiros têm planos de comprar um imóvel residencial em 2025. Com esse cenário, a Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg) estima que o ramo de seguros massificados, que inclui os seguros residenciais, cresça 15,9% nos próximos anos.

Além disso, vendavais, furacões, queda de raios, alagamentos e inundações tem se tornado cada vez mais frequentes em todo Brasil, como estamos acompanhando neste verão. E isso gera nas pessoas a percepção de que precisam buscar formas de se proteger contra os prejuízos causados por estes eventos.

Comportamento dos estados

Nos rankings estaduais de arrecadação, São Paulo se destacou com R$ 2,6 bilhões, quase metade do total nacional e R$ 800 milhões a mais do que a soma dos quatro estados seguintes. Em segundo lugar, o Rio Grande do Sul arrecadou R$ 583,1 milhões, seguido pelo Paraná (R$ 436,9 milhões), Rio de Janeiro (R$ 415,1 milhões) e Santa Catarina (R$ 415,0 milhões).

Quanto à indenização, São Paulo também lidera, com R$ 528,2 milhões em pagamentos. O Rio Grande do Sul está em segundo lugar, com R$ 301,0 milhões, seguido pelo Paraná (R$ 102,2 milhões), Santa Catarina (R$ 99,0 milhões) e Rio de Janeiro (R$ 58,1 milhões).

Jarbas Medeiros, presidente da Comissão de Riscos Patrimoniais Massificados da FenSeg (Federação Nacional de Seguros Gerais), ressalta que a maior disseminação das coberturas e dos serviços de assistência técnica embutidos no produto explicam o aumento na contratação. “O seguro residencial segue como uma solução cada vez mais essencial para proteger o patrimônio dos brasileiros, acompanhando o aumento da demanda por imóveis e a valorização da segurança nas moradias”.

O Seguro Residencial é destinado a casas e apartamentos, de moradia habitual ou de veraneio. Sua aquisição é feita mediante emissão de apólice ou de bilhete. Em geral, os seguros contratados abrangem quatro grupos de proteção patrimonial: reconstrução da moradia; responsabilidade civil familiar; reposição ou reparo dos bens; e despesas no caso do imóvel segurado não poder ser ocupado em decorrência de incêndio, raio ou explosão.

Apesar de o custo médio do Seguro Residencial no Brasil ser relativamente baixo, entre R$ 500 e R$ 800 por ano – valor que pode ser parcelado ao longo do ano –, somente 17% das residências do país (12,7 milhões de unidades) estavam seguradas até o fim de 2021, segundo dados da FenSeg.

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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