Galapagos Capital prevê emitir R$ 3 bi em operações de Letras de Risco de Seguros

“É fundamental que o mercado de capitais se desenvolva e contribua para a evolução e o maior alcance do mercado de seguros, da mesma forma que aconteceu no crédito", diz Carlos Fonseca, sócio fundador da Galapagos Capital

A Galapagos Capital, companhia de investimento global com mais de R$ 23 bilhões sob gestão, acaba de receber a autorização da Superintendência de Seguros Privados (Susep) para operar como Sociedade Seguradora de Propósito Específico (SSPE). Com essa licença, a Galapagos poderá emitir Letras de Risco de Seguro e Resseguro (LRS), um título de crédito inovador para securitização de riscos de seguros para o mercado de capitais. A autorização foi publicada no dia 27 de dezembro no Diário Oficial. 

O principal objetivo da LRS é proporcionar capacidade adicional de resseguro ao mercado, atuando em segmentos com colocação mais restrita, como catástrofes, agro e garantia financeira, áreas que apresentam grande sinergia com o mercado de capitais. Para as seguradoras, as LRS representam uma estratégia eficaz de diversificação de fontes de capital, proporcionando maior flexibilidade financeira na gestão de perdas associadas a eventos catastróficos. Além disso, a estrutura das LRS pode facilitar o desenvolvimento de novos produtos de seguro, incentivando uma cultura de prevenção e preparação frente a eventos adversos.

Embora novo no Brasil, o mercado global de “insurance-linked securities” (ILS) é bastante promissor e acompanha uma tendência global de aprimoramento das coberturas, da gestão de balanços e da diversificação de riscos, especialmente em um contexto de aumento dos riscos climáticos. De acordo com o Insurance Linked Securities Market Insights da SwissRe (edição XXXV, fevereiro de 2024), a carteira mundial de LRS alcançou a marca de 43,1 bilhões de dólares em 2023, evidenciando o amadurecimento e o potencial do setor em nível global.

“É fundamental que o mercado de capitais se desenvolva e contribua para a evolução e o maior alcance do mercado de seguros, da mesma forma que aconteceu no crédito, o que permitiu que tomadores de risco tivessem acesso aos aplicadores de risco de crédito. Acreditamos que o mesmo pode – e deve – acontecer com o mercado de seguros”, afirma Carlos Fonseca, sócio fundador da Galapagos Capital, em nota.

A Galapagos Capital pretende alcançar até 3 bilhões de reais em emissões nos próximos dois anos e, para isso, já está em diálogo com as principais seguradoras, resseguradoras e corretores de resseguro do país.

“A LRS é uma solução inovadora na mitigação de impactos financeiros e ampliação da capitalização. Além disso, ela se apresenta como uma alternativa à diversificação, permitindo que investidores tenham acesso a produtos diferenciados e que já são explorados em mercados globais”, diz Roberto Takatsu, sócio da Galapagos Capital em nota divulgada à imprensa.

A criação da LRS foi viabilizada pela Lei nº 14.430, de agosto de 2022, que formalizou a Letra de Risco de Seguros como um novo valor mobiliário para o mercado brasileiro, disponível exclusivamente para investidores profissionais.

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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