Setor de seguros tem projeção de crescer na casa de um dígito em 2025 

Mercado alcançará participação equivalente de 6,4% do PIB até o final do próximo ano 

Crescimento de um dígito das vendas do setor de seguros em 2025: 8,8%. Esta foi a previsão apresentada pela Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg) em coletiva realizada nesta tarde, em São Paulo. Se considerado saúde, a estimativa sobre para 10,1% do setor, levando em conta uma projeção de Produto Interno Bruto (PIB) de 2,5%, Selic de 12,5% e inflação de 3,98%.

Para 2024, a projeção de crescimento é de 11,6%, com a arrecadação estimada em R$ 747,3 bilhões, considerando-se todos os produtos de seguros, previdência aberta, capitalização e a saúde suplementar.

Dyogo de Oliveira, presidente da CNseg, credita a desaceleração do crescimento do setor, em parte, a menor renda das famílias. “O processo de pouso suave da economia impacta a renda da população. Menos renda é menos consumo e, consequentemente, menos seguros são contratados.”

Em 2024, o maior destaque para a alta da arrecadação tem sido o segmento de cobertura de pessoas até setembro (últimos dados disponíveis), com avanço estimado de 15,6% no fechamento do ano. Mas na previsão de 2025 é este mesmo segmento que quebra o histórico de crescimento do setor na casa dos dois dígitos, uma vez que o avanço projetado para o próximo ano é de 9,5%.

A saúde suplementar tem indicadores de alta nominal de 10,9% em 2024 e 10,9% em 2025. Os produtos que integram Danos e Responsabilidades contribuirão para o aumento na arrecadação, com crescimento projetado de 7,1% até dezembro deste ano e 8,2% no decorrer de 2025. Já a Capitalização deve crescer 6,6% este ano e 5,5% no ano que vem.

A entidade também estima que o setor segurador terá uma participação de 6,4% no PIB nacional até o final do próximo ano, 0,1 p.p. a mais que o resultado estimado para este ano.

Prioridades da CNseg em 2025

Adaptação ao Marco Legal dos Seguros – “Para 2025, uma das nossas prioridades será a adaptação do setor ao novo Marco Legal dos Seguros. Publicaremos no início do ano um manual de interpretação e boas práticas sobre os contratos de seguros, que será uma ferramenta essencial para todo o mercado. Além disso, promoveremos uma série de seminários, nos quais o Judiciário terá um papel ativo, colaborando para o entendimento e aplicação da nova lei.

A lei foi fruto de 21 anos de debates e aprimoramentos, e o maior ganho que ela traz é a elevação do nível das garantias no setor. Ela proporciona mais segurança jurídica, especialmente no médio e longo prazo. No curto prazo, enfrentaremos um período de adaptação, durante o qual será fundamental construir consensos entre os players do mercado para evitar a judicialização desnecessária dos contratos.”

Regulamentação da Reforma Tributária – “Outra prioridade será acompanhar e contribuir para a regulamentação da reforma tributária. Este é um tema que impacta diretamente o nosso setor e exige atenção para garantir que o ambiente tributário seja justo e favorável ao desenvolvimento do mercado de seguros.”

Agenda Climática e COP 30 – “A agenda climática também estará no centro das nossas ações em 2025. Parte desse esforço está alinhada com os compromissos da COP 30, onde queremos reforçar o papel do setor de seguros como um agente transformador na gestão de riscos climáticos.”

Ampliação do Seguro Rural – “Vamos ampliar a atuação no segmento de seguro rural. Este é um mercado estratégico, fundamental para a sustentabilidade do agronegócio e a segurança alimentar do país.”

Discussão sobre a Longevidade – “A questão da longevidade será um tema que traremos ao debate em 2025. O envelhecimento da população impacta profundamente o setor de seguros, que precisa oferecer produtos e serviços mais alinhados às novas demandas de uma sociedade em transformação.”

“Por fim, estamos em um momento importante de transição interna, com a seleção de uma nova diretora de sustentabilidade, que terá a missão de liderar iniciativas estratégicas voltadas para o desenvolvimento sustentável do setor de seguros”, finalizou.

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Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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