ABGR discute perfil do gerente de risco*

images6A Associação Brasileira de Gerência de Riscos (ABGR) comemora hoje 25 anos. Neste ano, a festa tem um sabor especial. O gerente de risco, na maioria das vezes um profissional sem muito destaque dentro das corporações, passou a ser valorizado diante da necessidade de uma maior regulação por parte de órgãos reguladores, que buscam informações para efetuarem uma fiscalização mais eficiente da solvência das companhias. “A tendência é profissionalizar a função de gerente de risco, um profissional que agrega valor ao acionista ao mensurar riscos e formas de mitigá-los”, diz Andres Holownia, presidente da ABGR e gerente de riscos da Scania.

*matéria da autora publicada no jornal Gazeta Mercantil, em 22/08/2008
O gerenciamento de risco ganhou tanta importância que até mesmo para a agência de classificação de riscos Standard & Poor’s informou que este será um item analisado e que contará pontos na emissão de ratings das empresas a partir do terceiro trimestre deste ano. “O gerente de risco não é um comprador de seguro e sim quem planeja o progresso da empresa”, diz o executivo que assumiu a associação em janeiro deste ano.

A abertura do mercado de resseguros no Brasil é um dos eventos que obrigou as empresas a repensar suas estruturas, processos, relatórios e controles. Isso porque quem não conhecer bem seus riscos, terá dificuldade de contratar seguro e resseguro. Com o monopólio, o IRB Brasil Re aceitava todos os riscos e a garantia de honrar o contratado era de 100%, uma vez que o órgão é controlado pelo Tesouro Nacional.

Num mercado aberto, a realidade é bem diferente daquele que os brasileiros estavam acostumados. “É preciso saber vender bem o seu peixe e para quem, pois de nada adianta obter o melhor preço e depois ficar sem cobertura”, diz o presidente da ABGR, uma entidade sem fins lucrativos e que conta hoje com 100 associadas.

Holownia ressalta a importância da abertura para as empresas que compram seguro. “Acredito que teremos grandes benefícios como compradores, tanto em novos players, preço, qualidade de serviços, agilidade, contratos modernos e novos produtos quando o setor estiver organizado.” Segundo ele, apesar da abertura ter sido discutida por tanto tempo, apenas a partir de abril é que todos começaram a se preparar para este novo cenário. “Faltam profissionais que entendam do assunto e será preciso muito investimento em treinamento. É um grande desafio”, diz.

Mundialmente, o gerente de risco ganhou mais destaque após as regulamentações criadas para melhorar a qualidade e transparências das informações financeiras das empresas após as grandes fraudes nos Estados Unidos. Entre elas Sarbanes&Oxley e o Committe of Sponsoring Organization of the Tradeway Commission (COSO), criado em 1992, normatizando padrões de controle baseado em riscos. Depois vieram novas edições, como COSO 1, COSO – Enterprise Risk Management (ERM) ou COSO II entre outros. “Há oportunistas dizendo que o ERM vai gerar uma maior necessidade de seguro quando muito provavelmente seja o contrário. O importante é detectar o risco e buscar a melhor forma de mitigá-lo para proteger o patrimônio do acionista”, diz.

Segundo ele, o objetivo é o de promover a gerência de riscos nas empresas, em linha com as mais modernas tendências e técnicas do mercado, permitindo um controle efetivo de seus riscos, dentro das especificações definidas pela sua direção. “Riscos podem ser tanto ameaças como oportunidades. É preciso analisá-los para garantir o crescimento sustentável”, diz.

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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