A F/Seguros, iniciativa fruto da parceria entre a MAG Seguros e a Favela Holding, participou da Etapa Nacional da Expo Favela 2024, realizada entre os dias 6 e 8 de dezembro no Expo Center Norte, em São Paulo. O evento reuniu líderes, empreendedores e moradores de favelas para discutir inovação e promover negócios no ecossistema das comunidades brasileiras. Durante o evento, executivos da MAG Seguros compartilharam os avanços e desafios da F/Seguros em entrevista ao portal Sonho Seguro.
Ronaldo Gama, head da F/Seguros, destacou a importância de envolver os moradores das favelas no desenvolvimento de soluções financeiras. Ter a oportunidade de conversar com quem vive diariamente a realidade das favelas é entender suas necessidades para que possamos desenhar soluções que levem o nosso negócio para quem mais precisa. Queremos mostrar que temos uma seguradora feita entendendo as necessidades da favela, para que a favela seja assistida, com o oferecimento de produtos que sejam aderentes à realidade desse público. A F/Seguros busca transformar moradores das favelas em microempreendedores de seguros. A fase piloto do projeto está em andamento, com representantes em comunidades como a Rocinha, Complexo da Penha, Brasilândia e Paraisópolis. A meta é expandir para outras regiões nos próximos meses.
Geraldo Coelho, líder de Relações Institucionais da F/Seguros, apontou que a inovação não se limita a avanços tecnológicos. A inovação precisa ser pensada como um processo colaborativo, envolvendo os próprios moradores na criação das soluções. Isso garante que os produtos financeiros e de seguros não apenas atendam às demandas das favelas, mas também sejam ferramentas para fortalecer sua autonomia e resiliência. Ele também destacou que metodologias como educação financeira comunitária com rodas de conversa e oficinas práticas, tecnologias digitais de baixo custo, como aplicativos que não consomem muitos dados móveis, microcrédito e microseguros personalizados adaptados às necessidades locais, redes de líderes locais capacitando agentes comunitários e modelos de economia solidária, como cooperativas financeiras, são essenciais para impulsionar a adesão a produtos financeiros nesses territórios.
Patrícia Campos, diretora de Gente e Gestão da MAG Seguros, enfatizou que a iniciativa busca superar desafios culturais e econômicos para expandir o acesso ao mercado de seguros. Sabemos que uma expressiva parte da população que vive em favelas não possui reserva financeira e, por isso, evita o comprometimento com dívidas longas. Nesse contexto, o seguro surge como uma ferramenta essencial para restabelecer o equilíbrio financeiro em momentos de imprevisto. A estratégia da MAG Seguros está baseada em dois pilares: acessibilidade aos produtos, com soluções simples e acessíveis, e proximidade, com representantes locais treinados para atuar como agentes de venda. Quando incluímos quem faz parte do contexto local, ele se torna uma ponte de confiança e facilita o processo de adesão.
Douglas Rocha, gerente de projetos da MAG Seguros, explicou que a capacitação dos moradores é essencial para fomentar o empreendedorismo. Ao capacitar moradores como consultores de seguros, a iniciativa cria oportunidades de trabalho dentro das favelas, fortalecendo a economia local e proporcionando uma fonte de renda para os participantes. O projeto piloto tem mostrado resultados positivos, com foco em reduzir a vulnerabilidade econômica e promover a inclusão financeira. Segundo Rocha, as seguradoras precisam adaptar seus produtos e processos para atender às especificidades desses territórios, considerando desafios como a informalidade e intermitência de renda.
Marina Alexandrino, analista de Gente e Gestão da MAG Seguros, abordou questões relacionadas à diversidade e inclusão no mercado de trabalho. Empresas que desejam promover mudanças sociais significativas devem criar uma cultura de apoio e reconhecimento, onde todos os colaboradores se sintam valorizados e ouvidos. Isso pode ser feito através de capacitações sobre vieses inconscientes e programas de desenvolvimento de liderança inclusiva. Ela também ressaltou que, ao abordar questões como a síndrome do impostor, é possível criar um ambiente de trabalho mais inclusivo e inovador. Ao criar um ambiente onde a diversidade é celebrada e a inclusão é praticada, as empresas não só fortalecem suas equipes, mas também impulsionam a inovação e o sucesso organizacional.