Especialista prevê crescimento do mercado de seguros no Oriente Médio

O resseguro ainda não tem uma capacidade suficiente para atender às demandas, mas as oportunidades são boas devido à diversificação da economia

Por Carlos Alberto Pacheco

O escritório Costa, Albino & Rocha Sociedade de Advogados (CAR) realizou nesta quinta-feira, 31, o 2º Seminário Internacional de (Re)Seguros, evento que debate temas nas áreas de seguros, resseguros e grandes riscos. O seminário aconteceu no Centro Brasileiro Britânico (CBB), em São Paulo, e reuniu 210 pessoas, entre executivos, diretores de grandes empresas e corretores, representando mais de 50 companhias do setor. 

Palestrantes de várias empresas como Sompo Seguros, Fairfax, Tokio Marine, Fator Seguros, Swiss Re, Mapfre e Marsh marcaram presença. Os debates giraram em torno do marco legal dos seguros, riscos emergentes, gerenciamento de crises, impacto das recuperações judiciais no mercado de seguros e seguros em obras públicas.

Um dos destaques foi o keynote speaker Sam Wakerley (sócio do escritório HFW), advogado britânico, head de seguros e resseguros do HFW no Oriente Médio, além de consultor de diversas empresas. Ele também atua em mediação, arbitragem e contencioso judicial, com ampla atuação no mercado global. Com sede em Londres, a HFW possui mais de 700 advogados no continente americano, Europa, Oriente Médio e Ásia-Pacífico. É parceira no Brasil da CAR.

Wakerley fez uma análise do mercado no Oriente Médio. Segundo ele, na região, o resseguro ainda não tem uma capacidade suficiente para atender às demandas, mas as oportunidades são boas devido à diversificação da economia. “Nós temos 15% do GPD (Produto Interno Bruto) e a economia cresce 5,6% ao ano”, revelou. Em sua análise, uma das razões para esta expansão no Oriente Médio é o fato de ter havido investimentos de muitos expatriados nos últimos tempos. “A indústria de seguros deverá crescer nos próximos anos”, garantiu. Wakerley vislumbra boas perspectivas em produtos de liability, saúde e decenal. 

O advogado britânico ressaltou o papel da Arábia Saudita neste contexto. Além de ser o maior exportador de petróleo do mundo, o país se sobressai nas áreas de turismo e entretenimento e desenvolve projetos de energia renovável. Ele destaca também que os árabes vivem um cenário de grande transformação digital, com a potencialização dos serviços de e-commerce, fintechs e bancos digitais, por exemplo.

Em termos de Brasil, de acordo com Wakerley, as exportações para o Oriente Médio aumentaram de US$ 2,8 bilhões em 2023 para US$ 11,2 bilhões apenas no primeiro semestre de 2024. “Já as importações do Brasil da Liga Árabe correspondem a US$ 15 bilhões”, complementa. Em relação ao Catar, o comércio bilateral entre os dois países totalizou mais de US$ 871 milhões nos primeiros dez meses de 2024.

Ao final, o advogado citou o banco de dados do Dubai International Financial Centre (DIFC), espécie de plataforma que mede os índices de desenvolvimento do Oriente Médio, África e mais o sul da Ásia. Wakerley afirmou que há mais de 120 empresas relacionadas ao mercado de seguros/resseguros e que tem atraído “talentos globais”. Os setores envolvidos vão desde infraestrutura, energia, P&C, cyber, marine, entre outros. “A plataforma registrou prêmios emitidos da ordem de US$ 2,6 bilhões até o momento”, destacou.

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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