Novas regras de solvência para seguradoras britânicas começam em janeiro de 2025

Desde o Brexit, uma das maiores reformas para o setor de seguros do Reino Unido foi a introdução do Solvency UK, que entra em vigor em 31 de dezembro de 2024

A indústria de seguros e poupança de longo prazo do Reino Unido, representada pela Association of British Insurers (ABI), está preparada para fortalecer sua atuação em benefício de clientes, da economia e da sustentabilidade nos próximos anos. Carol Hall, chefe de Assuntos Digitais e Internacionais da ABI, explica que as prioridades da associação para 2024 e 2025 envolvem três pilares principais: conquistar a confiança dos consumidores, investir em pessoas e no planeta e colaborar com membros e stakeholders para moldar um mercado eficaz.

“Queremos moldar um ambiente legislativo, regulatório e tributário que libere o potencial pleno do nosso setor para apoiar clientes e a economia globalmente”, enfatizou em entrevista ao Sonho Seguro, durante o Brazil UK Insurance Forum, promovido em parceria com a CNseg, a conferação das seguradoras no Brasil. Hall destaca que o seguro desempenha um papel essencial na segurança financeira das pessoas após desastres, enquanto a poupança de longo prazo é fundamental para a resiliência financeira futura. A ABI pretende assegurar que os clientes de seus membros tenham uma experiência positiva com a indústria de seguros e poupança, promovendo crescimento, confiança e uma atuação inclusiva, com foco em desafios econômicos, ambientais e de saúde.

Desde o Brexit, uma das maiores reformas para o setor de seguros do Reino Unido foi a introdução do Solvency UK, que entra em vigor em 31 de dezembro de 2024. Essa mudança regula a saída do padrão europeu Solvency II, podendo liberar £100 bilhões para investimentos em ativos produtivos do Reino Unido na próxima década. “Para impulsionar esse investimento, estabelecemos um fórum de líderes do setor como parte do nosso Investment Delivery Forum, que servirá de catalisador para projetos de infraestrutura no Reino Unido”, afirma Hall.

Com mais de 300 empresas associadas, a ABI representa um setor robusto que emprega mais de 300 mil pessoas em carreiras qualificadas e de longo prazo, das quais dois terços atuam fora de Londres. Esse setor administra cerca de £1,5 trilhão em investimentos, gera £18,5 bilhões em impostos para o governo e contribuiu £36 bilhões para a economia britânica em 2021. Em 2022, as exportações de serviços de seguros e poupança de longo prazo no Reino Unido alcançaram £23,5 bilhões.

A ABI delineou um manifesto com a ambição de estabelecer uma parceria ativa com o governo para enfrentar alguns dos maiores desafios do país. Isso inclui promover o crescimento econômico e a competitividade, estimular as economias e investimentos nacionais, possibilitar a transição para a energia limpa e reforçar a resiliência climática, além de melhorar a capacidade do país de enfrentar riscos novos e emergentes.

Segundo Hall, a associação vem liderando a sustentabilidade no setor de seguros com seu Climate Change Roadmap, publicado em 2021, que estabelece marcos cruciais para reduzir as emissões do setor pela metade até 2030 e atingir o Net Zero até 2050. Muitas empresas já aderiram à campanha ‘Race to Zero’ da ONU, estabelecendo metas de descarbonização e avançando com planos de transição. “Nossas diretrizes de boas práticas apoiam o setor no engajamento com cadeias de fornecimento para reduzir as emissões relacionadas ao atendimento de sinistros e clientes”, afirma Hall. O Roadmap será atualizado em 2025, reforçando o compromisso com a transição da economia para o Net Zero.

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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