RIMS 2024: Brasil vive uma das melhores janelas para o segmento de grandes riscos da última década

O mundo acompanha o dia a dia do país, como principais indicadores econômico, a política e também as mudanças no arcabouço regulatório de seguros

O interesse do mercado internacional pelo Brasil cresce dia a dia. O país vive um momento importante para atração de capital externo, o que faz ressoar no setor de seguros o mantra de este o país vive uma das melhores janelas para o segmento de grandes riscos da última década, comentam seguradores, resseguradores e corretores de seguros, que preparam suas apresentações para convidados que participarão do evento RISKWORLD 2024, que acontece entre 5 a 8 de maio em San Diego, California (EUA).

Trata-se de um dos eventos mais importantes do mundo por reunir executivos de gerenciamento de risco de mais de 70 países. O RiskWorld conta com cerca de 400 expositores, prometem ser um ponto de encontro para as mentes mais brilhantes e figuras importantes na gestão de riscos. Serão mais de 300 palestrantes que participarão de 201 painéis dos mais diversos temas que preocupam os gestores de riscos.

Até o ano passado, o evento era voltado para temas dos Estados Unidos, maior no ranking de seguros do mundo, responsável por 43%, ou US$ 2,7 trilhões, dos US$ 6,8 trilhões em vendas em 2022, segundo o maior recente estudo do Swiss Re Institute sobre o mercado mundial.

A estimativa é de que a delegação brasileira supere 100 executivos de empresas consumidoras de seguros, representadas pelos gestores de riscos (risk manager), pelos profissionais técnicos e comerciais de seguradoras, de resseguradoras e de corretoras de re/seguros. Entre eles membros da ABGR, das corretores Wiz Corporate, Alper Seguros, OneGlobal, Gallagher, Lockton, MDS, Marsh, WTW, AON e das re/seguradoras Allianz, Swiss Re Corporate Solutions, Chubb, AXA, Zurich, Munich Re entre tantas outras com filiais no Brasil.

O Brasil, apesar de deter menos de 1% de market share no ranking mundial de seguros, com vendas US$ 62 bilhões em 2022 (dados de 2023 devem ser consolidados e divulgados até julho), figura no radar dos investidores. Desde o início da Lava Jato, em 2014, o seguro de grandes riscos ficou praticamente parado, à espera do retorno dos investimentos públicos e privados.

Em 2024, segundo ano do governo Lula 3, o clima é de otimismo em diversos setores da economia, que trazem negócios para seguros patrimoniais e linhas financeiras, segmento conhecido internacionalmente como Property & Casualty (P&C). No total, na primeira etapa do PAC Seleções estão previstos R$ 65,5 bilhões em investimentos em todo o país. A segunda fase do Seleções – com mais R$ 70,8 bilhões – deverá ser lançada no início de 2025, para que os prefeitos que forem eleitos este ano possam participar do Novo PAC.

Segundo entrevistados, 2024 é um período de consolidação da transição do governo, com marcos importantes tanto na economia como na política. Negócios mesmo fazem parte da agenda de 2025. O mundo acompanha o dia a dia do país, principalmente indicadores como a situação fiscal, o ciclo de queda de juros, o comportamento da inflação, os impactos no PIB, o poder de consumo, indicadores de emprego, do consumo de produtos financeiros, como se dará a corrida eleitoral para prefeitos, vice-prefeitos e vereadores dos 5.568 municípios do país e, claro, os efeitos da atualização do arcabouço regulatório de seguros, principalmente o PL 29, que muda os contratos de seguros.

A Wiz Corporate, que pertence a holding Wiz Co, organiza um coquetel no sábado que antecede a abertura do evento para cerca de 50 executivos. Além de estreitar relacionamento, o grupo quer mostrar o potencial dos serviços de gestão do portfolio de seguros patrimoniais. “Acho que para grandes e médios riscos, principalmente infraestrutura ligada à energia e mobilidade, talvez seja a melhor janela das últimas décadas”, aposta Anderson Romani, diretor executivo da Wiz Corporate.

“Mesmo sem considerar os investimentos públicos, temos avançado significativamente com seguros para pequenas e médias empresas e linhas financeiras construindo a gestão do seguro empresarial em diversos parceiros que antes sequer vendiam seguro para seus clientes finais”, acrescenta o diretor da Wiz, que tem entre seus principais parceiros bancos como Banco do Brasil, BRB, BMG, Inter entre outros. Uma importante carteira da corretora local é a gestão das indenizações do programa Minha Casa Minha Vida.

“Em 2025, a coisa deve andar mais rápido em termos de projetos”, comenta Rodrigo Protasio, CEO da Gallagher Seguros, cujo grupo mundial estará com estande na feira, bem como realizará coquetéis para receber clientes e prospects para apresentar o time mundial e brasileiro, uma vez que a corretora está presente em 42 países e vários executivos do grupo, que tem valor de mercado em bolsa estimado em US$ 54 bilhões e mais de 52 mil colaboradores, participarão do evento. No Brasil, a corretora tem registrado crescimento relevante e diversas contratações de especialistas, e as perspectivas para o ano seguem otimistas em diversos segmentos.

Leonardo Dale partilha do mesmo otimismo. “O mercado de seguros no Brasil é um terço do mercado italiano e menor do que o mercado da Irlanda”, comenta o CEO de seguros no Brasil da corretora Oneglobal. O grupo alugou uma casa para receber convidados em eventos paralelos, próximo do local do RISKWORLD. Além de reuniões com clientes, time mundial e prospects, serão realizadas palestras sobre temas relevantes para os gestores de riscos, como ataques cibernéticos, com o especialista Peter Hacker. Também está progamado um coquetel de confraternização, que inclui até mesmo os concorrentes. A animação está por conta de Gabriela Oorschot, diretora internacional que é DJ, acompanhada pela guitarra de Angelo Colombo, CEO da Swiss Re Corporate Solutions (Corso), responsável por Brasil e América Latina.

A agenda de Colombo e de Guilherme Perondi, vice-presidente executivo do Brasil e head de distribuição na América Latina, bem como do CEO mundial, Andreas Berger, dão uma ideia do interesse de todos pelo Brasil. A seguradora suíça, uma das patrocinadoras do evento, além do estande na feira de negócios, participará de sete painéis com temas relevantes como seguro cibernético, programas de seguros globais, seguro paramétrico e ESG na América Latina, este último com a participação de membros da ABGR (Associação Brasileira dos Gestores de Riscos).

O Sonho Seguro foi convidado pela Wiz Corporate para cobrir o RISKWORLD. Acompanhe as novidades do evento no blog e nas redes sociais.

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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