Susep detalha melhorias em seguros para ampliar a oferta para a sociedade

A Superintendência de Seguros Privados (Susep) acaba de publicar o Relatório Final do Grupo de Trabalho “Seguros, Novo PAC e Neoindustrialização”, que foi constituído em setembro de 2023 e teve como finalidade discutir e propor recomendações de aperfeiçoamento regulatório de produtos e coberturas securitárias capazes de dar suporte e impulso ao Novo Programa de Aceleração do Crescimento (“Novo PAC”) e à Nova Política Industrial (“Neoindustrialização”), ambos em andamento e eixos centrais das oportunidades de crescimento econômico para a sociedade brasileira.

De acordo com o Superintendente da Susep, Alessandro Octaviani, “o seguro é muito importante tanto para a infraestrutura como para as inovações tecnológicas, como um incentivador, como um amenizador das instabilidades. E essa é a missão da Susep: fazer que o seguro seja um instrumento adequado para esse novo ciclo de desenvolvimento do país.”

Veja abaixo as oportunidades de melhorias identificadas no relatório.

RISCOS DE ENGENHARIA:

Oportunidades de melhoria com relação à oferta e adequação dos contratos de seguros; diminuição da morosidade do mercado segurador com relação à aceitação ou não dos riscos; necessidade de capacitação dos segurados e de melhora na regulação com relação às Circulares Susep n. 620/2020 e n. 621/2020.

RISCOS OPERACIONAIS / NOMEADOS:

Oportunidades de melhoria com relação à oferta de produtos; custos do seguro; complexidade das exigências feitas pelas seguradoras e necessidade de transparência sobre a relação entre o custo da apólice e o risco envolvido na operação.

GARANTIA:

Oportunidades de melhoria com relação à adequação às novas realidades e modernização da metodologia de subscrição de riscos das seguradoras; adequação da oferta aos interesses seguráveis, em especial quanto à necessidade de implementação do seguro garantia Completion Bond; falta de efetividade na execução do seguro; complexidade e morosidade dos procedimentos de regulação e liquidação de sinistros; assimetria de informações pela ausência de clausulado padrão; restrição de acesso ao produto por conta da exigência de contragarantias; e necessidade de melhorias regulatórias.

RESPONSABILIDADE CIVIL:

Com relação ao RC Geral e D&O, oportunidades de melhorias pertinentes à oferta de determinados produtos.

RISCOS CIBERNÉTICOS:

Oportunidades de melhorias relacionadas à baixa oferta e necessidade de ganho de escala desses instrumentos; complexidade das exigências relacionados aos planos de resposta a incidentes, plano de recuperação de desastres e estrutura de disaster recovery; complexidade das exigências relacionadas aos planos de resposta a incidentes, plano de recuperação de desastres e estrutura de disaster recovery; necessidade de governança da segurança cibernética do país; e necessidade de discussão sobre como funciona o seguro que garante riscos cibernéticos, sobre o seu próprio funcionamento e identificação de formas de proteção.

SEGUROS RELACIONADOS À INFRAESTRUTURA E NEOINDUSTRIALIZAÇÃO:

Necessidade de uma melhor capacitação do aparelhamento público e privado quanto às modalidades de seguros e respectivas coberturas; falta de clareza quanto aos clausulados e procedimentos que dificulta ou mesmo impede a efetividade do contrato de seguro; necessidade de transparência dos custos associados aos seguros para todas as partes envolvidas e de adequação da cobertura à realidade concreta da operação; necessidade de adaptação do mercado segurador às novas realidades experimentadas nos setores de infraestrutura e indústria e de diálogo relacionado a sinistros complexos e emergentes; necessidade de acelerar a oferta e a concorrência de produtos especializados no segmento de infraestrutura urbana e social, com capacidade e autonomia para assumir riscos previstos nos contratos; pouca divulgação e baixa oferta dos produtos; custo elevado do valor do prêmio e das franquias do seguro; necessidade de melhoria na gestão dos sinistros e do atendimento ao segurado no momento de regulação e liquidação dos sinistros; necessidade de diálogo entre seguradoras e resseguradoras para melhoria da aceitação e gestão de riscos; necessidade de maior capacidade do mercado de resseguros e o estabelecimento de um ambiente de competição para esse mercado; e necessidade de uso da tecnologia para aprimorar a avaliação dos riscos.

TRANSPORTES:

Necessidade de melhorias regulatórias; de adequação dos produtos ofertados para o transporte de novas tecnologias, soluções e produtos inovadores, e insumos estratégicos da cadeia do complexo industrial da saúde (ex: enzimas e anticorpos).

SEGURO RURAL:

Falta de oferta; necessidade de adequação do seguro rural, com o desenvolvimento de seguros customizados; elevada assimetria de informações e falta de clareza das apólices; necessidade de melhoria da gestão de riscos e de transparência na composição dos custos do seguro; dificuldade de acesso ao seguro para pequenos agricultores; necessidade de abertura de um canal de diálogo para colaboração entre entidades públicas, privadas e especialistas; e necessidade de melhorias legais e regulatórias.

SEGURO DE CRÉDITO E DE CRÉDITO À EXPORTAÇÃO:

Falta de oferta de seguro de crédito e necessidade de aumento da interação da Susep com outros reguladores do mercado financeiro para que o seguro de crédito possa gerar mais efeitos positivos no país.

FUNERAL / ACIDENTES PESSOAIS / PRESTAMISTA / HABITACIONAL:

Para o funeral, foi sugerido que seja acoplado ao Programa do Bolsa Família, ampliando o alcance social do programa. Para os seguros de acidentes pessoais e prestamista, foi mencionado que a utilização de termos menos técnicos é essencial para melhor entendimento destes produtos, facilitando a compreensão do setor e da sua relevância social e econômica, com suporte de campanhas educativas para a população. Com relação ao seguro habitacional, foram sugeridas melhorias regulatórias com o objetivo de facilitar o acesso da população a esse ramo de seguro.

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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