As seguradoras encerraram 2023 com arrecadação de R$ 388,03 bilhões, avanço de 9% em relação ao ano anterior. Deste valor, retornou à sociedade em forma de indenizações de seguros, resgates de planos de previdência e de sorteios de títulos de capitalização R$ 221,63 bilhões, sendo que as indenizações por perdas materiais ou de vida somaram R$ 69,7 bilhões. O restante refere-se a saque de planos de previdencia e títulos de capitalização, dinheiro do cliente que estava sob administração das seguradoras.
O lucro líquido do setor situou-se em R$ 29,9 bilhões, 65,7% acima dos R$ 18,1 bilhões de 2022. Um retorno de 25% sobre o patrimônio líquido, segundo dados da Susep (Superintendência de Seguros Privados), organizados pela consultoria Siscorp. Todas as 50 maiores companhias do Brasil registraram resultado positivo. Seis delas, responsáveis por R$ 21,1 bilhões do ganho total do setor, compõem o clube do bilhão: Bradesco (6,4 bi), BB Seguridade (5,9 bi), Caixa (3,8 bi), Porto Seguro (2,06 bi), Itaú (1,7 bi) e Tokio Marine (1,35 bi).
Os segmentos de seguros de danos e pessoas, excluindo-se o VGBL, fecharam o ano de 2023 com uma arrecadação de R$ 187,63 bilhões, um crescimento de 9,62% em relação ao ano de 2022, quando a arrecadação foi de R$ 171,1 bilhões. Nos seguros de pessoas, o seguro de vida avançou 12,4%, para R$ 30,3 bilhões em 2023. Entre os produtos de previdência, o PGBL avançou 9,9%, para R$ 13,93 bilhões no ano, sendo 25% somente no mes de dezembro. Os produtos de capitalização tiveram alta de 5,55%, para R$ 29,9 bilhões em 2023.
Em nota, o superintendente Alessandro Octaviani destaca o desempenho do setor e observa que é possível obter resultados ainda mais expressivos, incentivando o acesso ao seguro: “Nosso setor continua pujante e mesmo nas adversidades segue com crescimento acima de muitos mercados. Conforme previsto no nosso Plano de Regulação, a Susep aprofundará em 2024 o incentivo ao acesso, com a Política Nacional de Acesso ao Seguro. Apesar do excelente resultado, temos uma quantidade baixa de pessoas com seguros no país, portanto temos um mercado imenso a desenvolver, o que é uma oportunidade rara entre as grandes economias mundiais”, afirma.
Uma análise simples feita por executivos especializados em seguros remetem a três sugestões sobre a margem das seguradoras: as apólices de seguro deveriam ficar mais baratas, as seguradoras poderiam ser mais arrojadas nas estratégias de risco e as seguradoras deveriam empregar mais pessoas, diretamente ou indiretamente.