FIDES RIO 2023: Brasil recupera o otimismo de grandes mercados, a confiança de parceiros estratégicos e a credibilidade de governos globais

Dyogo Oliveira destacou que o país se prepara para sediar a COP30 (2025) e a responsabilidade com a entrega de resultados concretos fica ainda maior

“Seguros para um mundo mais sustentável”: essa é a diretriz que guiará a agenda da FIDES Rio 2023. O compromisso do setor de seguros com a pauta da sustentabilidade ganha visibilidade ainda maior com a realização desta Conferência. O Brasil vive uma nova realidade! O país recupera o otimismo de grandes mercados, a confiança de parceiros estratégicos e a credibilidade de governos e lideranças globais.”

Assim Dyogo Oliveira, presidente da CNseg, a confederação das seguradoras, iniciou seu discurso na abertura da Fides Rio 2023, que reúne cerca de 2 mil participantes no Rio de Janeiro entre 24 e 25 de setembro para debater temas que impactam o consumidor, como transformação digital, cibersegurança, longevidade e mudanças climáticas.

O executivo destacou que no plano internacional, resgata o seu protagonismo, retornando ao debate de grandes temas, onde, por vocação, tem enorme responsabilidade. “Estamos falando de aceleração do crescimento, estabilidade institucional e preservação do meio ambiente”, citou. Diante da atual conjuntura geopolítica, novas oportunidades de comércio e investimentos surgem para a América Latina. “É natural que o Brasil seja o catalizador dessa agenda, maximizando seus resultados, articulando o desenvolvimento da região, onde o setor de seguros tem uma função de central relevância”.  

Oliveira destacou que o país se prepara para sediar a COP30 (2025) e a responsabilidade com a entrega de resultados concretos fica ainda maior. “A transição climática produz efeitos dramáticos e danos irreparáveis, com tragédias naturais que penalizam a população. A agenda da sustentabilidade, sim, claro, passa pela urgência de boas práticas ambientais”, enfatizou. 

Em seguros, segundo ele, o desafio é pensar ferramentas e instrumentos para enfrentar os eventos naturais que sacrificam boa parte do planeta. “Neste cenário, a sociedade fica vulnerável, em condições de baixíssima dignidade e exposta a riscos de sobrevivência. É hora de aprofundar o debate sobre o seguro catástrofe! Precisamos pensar alternativas, que consolidem nossas contribuições e ofereçam maior previsibilidade e confiança para a sociedade”. 

Ao concluir, Oliveira fez uma convocação a todo ecossistema segurador, para comprometer o setor com entregas ainda mais modernas e inovadoras. “Eventos como a FIDES sugerem alinhamentos necessários. Criam possibilidades de cooperação. Abrem caminhos ainda não explorados. Espero que os debates realizados aqui caminhem na direção da visibilidade que o Brasil vai ganhar com o G20, no Rio, e a COP30, em Belém.”

Já o presidente da Federação Interamericana de Empresas de Seguros (FIDES), Rodrigo Bedoya, pontuou alguns dos principais desafios que precisam ser enfrentados pelos agentes do setor segurador. Dentre eles, está a baixa penetração do seguro na América Latina, já que muitas pessoas e empresas não têm acesso ou não compreendem a importância do instrumento seguro. A falta de uma educação financeira e cultural sobre seguros na região reforça essa questão.

Os riscos associados à cibersegurança foi outro ponto lembrado pelo executivo. “A proteção de dados, a prevenção a fraudes digitais e a continuidade de operação são preocupações críticas do mercado segurador”, afirmou Bedoya. A digitalização é uma oportunidade para o crescimento e eficiência do mercado segurador, de acordo com Bedoya, mas a quantidade de caminhos para alcançá-la, custos e tempos para implementação, além de limitações de regulação setoriais, fazem dela um assunto significativo para as seguradoras. 

No Brasil, setor pode dobrar tamanho até 2030

Para o presidente da Federação Nacional dos Corretores de Seguros (Fenacor), Armando Vergílio, o Brasil tem um potencial excelente de crescimento nos seguros. Os números da economia brasileira melhoraram e, aliados a vigorosos programas governamentais de desenvolvimento, como o novo PAC e a neoindustrialização, irão impulsionar e movimentar a economia. 

Vergílio comentou ainda que, ao observar alguns dos indicadores macroeconômicos, como o desemprego em queda, o PIB em crescimento (3,2% de alta nesse ano), ao lado do mercado potencial de alguns ramos e modalidades de seguros, é possível concluir que o setor está apto a dobrar o tamanho até 2030, alcançando uma participação média equivalente aos países membros da OCDE, de 10% do PIB. “Nós podemos, sim, e deveremos dobrar de tamanho nos próximos sete ou oito anos”, assinalou ele.

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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