Em um disputado coquetel realizado ontem no Rio de Janeiro para convidados presentes na Fides Rio 2023, Daniel Castillo, vice-presidente de Resseguros do IRB(Re) comenta que o mercado de resseguros brasileiro, por natureza, segue tendências internacionais. “Estamos vivendo um ciclo de “hard market” e acredito que esse cenário deve permanecer pelos próximos dois anos. O ano 2023 é um ano, até agora, com frequência de eventos catastróficos”, comentou com o Sonho Seguro.
“Não precisamos ir tão longe. Recentemente, vimos tufões na Coreia do Sul, degelo nos Alpes Suíços, queimadas no Canadá e redemoinhos de fogo na Califórnia (EUA). No Havaí (EUA), o número de mortos nos incêndios florestais chegou a 93. Foi o incêndio florestal mais letal dos EUA em mais de um século. Há duas semanas, um ciclone no Rio Grande do Sul, acompanhado de intensas chuvas e consequentes inundações, provocou a morte de 27 pessoas e muita destruição. Ainda neste mês, ocorreu grande terremoto em Marrocos e inundações em Hong Kong, Grécia, Turquia e Bulgária. Estes eventos explicam, por si sós, os fatores que afetaram e continuam afetando o mercado. Com isso, o mercado continuará vendo tanto nos contratos como nos facultativos um aumento de preços e, em alguns casos, a redução de capacidade ofertada pelo próprio mercado”, afirma.
O IRB reportou lucro líquido de R$ 22,3 milhões referentes a julho. A resseguradora reverteu o prejuízo de R$ 58,9 milhões contabilizados no mesmo mês do ano passado e, no pregão da última sexta, 22, suas ações estavam na liderança das maiores altas do dia. O IRB destaca que uma operação de LPT (Loss Portfolio Transfer), no mês de julho agravou a linha de Prêmios Retrocedidos em R$ 189,2 milhões e aliviou a linha de Sinistros Retidos em R$ 175 milhões. “Excluindo-se estes efeitos, o índice de sinistralidade seria de 58,6%, o índice de comissionamento de 21% e o de despesas administrativas de 8,4%, que resultaria em um índice combinado de 95,3%”.