Pesquisa da seguradora Zurich revela como as empresas estão atuando na transição climática 

No Brasil, 74% das empresas relatam ter um plano net-zero pronto e, 23% que ele está em desenvolvimento

O mundo não está no caminho certo para atingir as metas do Acordo de Paris e o aquecimento pode ultrapassar 1,5 grau Celsius já em 2040[1]. Os riscos associados à mudança climática estão crescendo na mesma proporção. Lars Henneberg, vice-presidente e diretor de gerenciamento de riscos da A.P. Moller-Maersk, disse: “O custo médio de danos físicos e interrupção de negócios devido a riscos de mudanças climáticas deve aumentar em 130% até 2050, em comparação com uma linha de base de 2020.”

Acelerando a Transição Climática: Pensamento de longo prazo para ação de curto prazo“, nova pesquisa do Zurich Insurance Group (Zurich) e da agência global de insights Horizon Group, explora áreas em que a transição climática pode ser acelerada. Ela se baseia na Pesquisa de Executivos de Sustentabilidade com 668 executivos que têm responsabilidades relacionadas à sustentabilidade em suas empresas. 

A pesquisa mostra que empresas de todos os setores e de todo o mundo estão comprometidas com o NET-Zero e já estão avançando com a entrega de planos de transição no curto prazo. No entanto, elas estão enfrentando desafios nessa jornada. A barreira mais importante para o desenvolvimento de um plano de emissões líquidas zero – apontada por 50% das empresas em geral – são os custos e a escala das despesas de capital. Esse é seguido de perto por três obstáculos relacionados: falta de soluções tecnológicas viáveis, desafios regulatórios e dificuldades para medir e monitorar o impacto.

Matt Holmes, diretor do grupo de Assuntos Políticos e Governamentais da Zurich, explicou: “Os formuladores de políticas podem apoiar a transição climática das empresas fazendo intervenções sistêmicas em toda a economia, como mecanismos de precificação de carbono, que podem aproveitar o poder dos mercados de capitais e incentivar a inovação e a descarbonização em escala. A discussão até agora sugere três prioridades de ação para os governos: criar segurança política, facilitar o investimento em mitigação e adaptação e turbinar a inovação”.

Outras descobertas incluem: 

– Alcançar o patamar de net-zero até 2050 exigirá um processo sem precedentes realocação de capital – cerca de US$ 275 trilhões de investimento em ativos físicos.

– 77% das empresas relatam ter um plano net-zero em andamento. O setor de transportes está atrás dos demais com apenas 37% das empresas com um plano. 

– 85% das empresas pretendem implementar medidas de adaptação climática nos próximos cinco anos. A manufatura pesada está se movendo no ritmo mais rápido em termos de adaptação; a agricultura, no mais lento.

– Os conselhos de administração, os investidores e os órgãos reguladores são vistos como os principais defensores da adoção de medidas de neutralização. 

O cenário no Brasil aponta: 

– 74% das empresas relatam ter um plano net-zero pronto e, 23% que ele está em desenvolvimento.

– 65% das empresas possuem metas net-zero já estabelecidas.

– Os principais defensores da adoção de medidas de neutralização são Investidores (29%); conselhos de administração (26%) e órgãos reguladores (16%) 

– Empresas acreditam que o setor de seguros pode apoiar na transição por meio de Risk management (74%); Risk assessment (71%) e Formação de parcerias (61%). Na jornada de zerar emissões de carbono na operação, por exemplo, a Zurich no Brasil fechou uma parceria com a Localiza&Co e a Tempo para que os clientes de seguro auto as emissões de CO2 compensadas na utilização dos serviços de carro reserva e assistências 24 horas. Com iniciativa exclusiva, espera-se compensar 6,5 toneladas de CO2 por ano.

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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