Grupo Talanx, por meio da HDI, compra operações da Liberty na América Latina por US$ 1,48 bi

Com esta transação, a HDI alcança o 2º lugar no Brasil

A alemã Talanx divulgou a compra das operações da Liberty Mutual Insurance na América Latina por cerca de 1,38 bilhão de euros (US$ 1,52 bilhão), por meio de sua subsidiária HDI International. A aquisição abrange os negócios de varejo da Liberty no Brasil, Chile, Colômbia e Equador. A transação deve ser concluída no primeiro semestre de 2024. A HDI foi assessorada no Brasil pelo escritório de advocacia Machado Meyer.

A HDI passa a consolidar receitas (em prêmios brutos IFRS 4) na América Latina em cerca de EUR 1,7 bilhão. Com esta transação, a HDI alcança o 2º lugar pro forma no Brasil, o 1º no Chile e o 7º na Colômbia. Além disso, o portfólio geral da divisão será significativamente mais diversificado como resultado do aumento dos negócios na América Latina para aproximadamente 45%.

O grupo alemão aposta suas fichas no Brasil, um país considerado potencial em crescimento não só na América Latina como também no mundo. Em junho do ano passado, a HDI comprou as carteira de automóvel, vida, empresarial, residencial, habitacional e condomínio da filial brasileira da japonesa Sompo. Em recente entrevista, o CEO da HDI, Eduardo Dal Ri, disse que a aquisição trouxe diversidade de portfólio, de regiões, de talentos e em parcerias comerciais. Somos líderes no sul do País e agora queremos ganhar tração em São Paulo. “O primeiro bimestre já nos mostra resultados relevantes”, contou. Ainda hoje, Dal Ri deve comentar a compra da Liberty.

Agora arremata uma das seguradoras mais inovadoras e querida dos corretores de seguros no Brasil. Trata-se da maior operação realizada no Brasil neste ano e traz uma mudança significativa no ranking de automóvel. No primeiro trimestre, Liberty arrecadou R$ 457 milhões e HDI R$ 306 milhões. Com R$ 763 milhões, a HDI sobe para a segunda posição do ranking da consultoria Siscorp, superada apenas pela Porto Seguro, com R$ 1,2 bilhão, e empurrando a Tokio Marine para terceira posição, com R$ 647 milhões.

A disputa pela Liberty no Brasil, a maior dentro do pacote negociado, foi acirrada, tendo entre os interessados grupos estrangeiros que operam na América Latina, como Mapfre e Allianz. Comandada por Patrícia Chacon, a companhia registrou R$ 143 milhões de lucro líquido no primeiro trimestre deste ano, com índice combinado de 90%, devolvendo à sociedade R$ 908 milhões em indenizações pagas.

“Com a aquisição dessas operações da Liberty Mutual, damos continuidade à nossa história de sucesso na América Latina”, disse Torsten Leue, presidente do conselho de administração da Talanx AG. Juntamente com a Europa, a América Latina é uma das nossas principais regiões no negócio de varejo. Estamos, portanto, satisfeitos por estar entre os 3 primeiros da América Latina com esta aquisição. A aquisição melhorará o lucro líquido do nosso grupo e nosso retorno sobre o patrimônio já no primeiro ano após o fechamento esperado em 2024. A aquisição fortalecerá ainda mais nosso principal negócio de seguros e nossa diversificação nas linhas de negócios”.

“A aquisição é um marco importante na implementação de nossa estratégia para alcançar uma posição top 5 em nossos principais mercados nos negócios de ramos elementares até 2025, para diversificar ainda mais nosso portfólio e fortalecer nossa excelência técnica. Além disso, as aquisições nos permitirão alcançar oportunidades significativas com nossos negócios existentes no Brasil, Chile e Colômbia. Estou muito satisfeito com o fato de nossos futuros colegas da Liberty nos fortalecerem com sua excelente expertise e experiência na América Latina”, acrescentou Wilm Langenbach, membro do Conselho de Administração da Talanx AG responsável pela divisão Retail International e CEO da HDI International AG.

“Em um mundo que está mudando rapidamente, o foco operacional aprimorado em nossos canais, produtos e mercados está se tornando cada vez mais importante para o sucesso a longo prazo e garantirá a entrega de valor excepcional a nossos clientes, corretores, agentes, parceiros, funcionários e comunidades. servimos”, diz Tim Sweeney, presidente e diretor executivo da Liberty Mutual Insurance. “Agradecemos às nossas equipes latino-americanas de mais de 4,6 mil funcionários por seu grande comprometimento e dedicação ao nosso negócio ao longo de muitos anos. Estamos confiantes em seu futuro com a Talanx, que compartilha valores centrais semelhantes”.

A Liberty Mutual opera em 29 países, tornando-se uma das maiores seguradoras do mundo em receita de seguros. A Liberty Seguros Brasil ocupa uma das 5 primeiras posições em automóveis e uma das 10 primeiras em ramos elementares após o ano de 2022. Em 2022, a empresa brasileira gerou prêmios brutos subscritos de R$ 6,1 bilhões (EUR 1,1 bilhão), muitos dos quais foram gerados por meio de uma rede de distribuição de 20 mil corretores independentes.

A Liberty Seguros Chile oferece produtos não vida e alcançou um volume bruto de prêmios de CLP $ 325 bilhões (EUR 0,4 bilhão) em 2022. O volume bruto de prêmios da Liberty Seguros Colômbia em 2022 foi de COP $ 1.033 bilhões (EUR 0,2 bilhão). A Liberty Seguros Equador gerou um volume bruto de prêmios de US$ 33 milhões (EUR 31 milhões) em 2022.

A transação inclui os negócios de seguros diretos da Liberty Specialty Markets no Brasil, Chile e Colômbia. A transação não inclui o resseguro facultativo da Liberty Specialty Markets, o resseguro de tratado de resseguro da Liberty Mutual e os negócios de garantia da Liberty Mutual, que continuarão a operar no Brasil, Chile e Colômbia.

A HDI International AG já está representada no Brasil, Chile e Colômbia através de suas subsidiárias. A HDI Seguros gerou um volume bruto de prêmios de cerca de R$ 4,5 bilhões (789 milhões de euros) no Brasil em 2022. A HDI Seguros no Chile gerou um volume bruto de prêmios de 488 bilhões de pesos chilenos (533 milhões de euros) e a HDI Seguros na Colômbia 425 bilhões de pesos colombianos (82 milhões de euros).

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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