Mudanças em seguros de grandes riscos permanecem como pauta relevante para assegurar concorrência entre as seguradoras

“É um período de ajustes, aprendizados e muitos debates”, diz a executiva Juliana Amaral, da Fator Seguradora, sobre o normativo da Susep, que trouxe liberdade e flexibilização para as negociações de seguros para grandes riscos

‘Concorrência, transparência e inovação em grandes riscos’ – esse foi o tom do painel “Liberdade Econômica & CNSP 407”, do qual participaram Juliana Amaral, diretora Jurídica e de Sinistros da Fator Seguradora, Felipe Smith, diretor Executivo de Produtos Pessoa Jurídica, da Tokio Marine, Carlos Eduardo Sarkovas, Chief Commercial Officer, da corretora Lockton, João Marcelo dos Santos, sócio Santos Bevilaquia Advogados, e Leonardo Castro, assessor de seguros da Energisa. 

O debate fez parte do seminário da Associação Brasileira de Gerência de Riscos (ABGR), realizado nos dias 16 e 17 de novembro, no Pro Magno Centro de Eventos, em São Paulo. O evento atraiu 4 mil participantes, entre grandes players e tomadores de decisão do setor de risk management, que assistiram a um ciclo de palestras simultâneas. Vinte e um eixos temáticos abordaram questões relevantes como gestão de riscos, open insurance e inovações, sandbox e insurtech, ESG & sustentabilidade, transportes – logística e gerenciamento de riscos, entre outros.

“O evento superou as expectativas, tanto sobre a relevância dos debates como de público”, conta Juliana Amaral, da Fator Seguradora –  uma das principais companhias do Brasil dedicadas a seguros financeiros, patrimoniais e de responsabilidade civil para empresas. “Debatemos a Resolução 407/2021 do Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP). Ela permite a flexibilização das condições contratuais para oferta de seguros sob medida. E, portanto, viabiliza a concorrência pautada na qualidade e na transparência de clausulados, diferenciando as seguradoras com corpo técnico robusto, dinâmico e bem estruturado. Esse avanço era desejado pelos segurados desse segmento de mercado”, cita. 

A norma, publicada em abril de 2021, abriu um precedente histórico na elaboração e comercialização de contratos de seguros de grandes riscos, até então amarrado a clausulados padronizados e registrados pela Superintendência de Seguros Privados (Susep), órgão que fiscaliza a indústria de seguros, dando novo impulso à competitividade e inovação no segmento. Entre as mudanças, a maior liberdade na redação dos contratos, cujas cláusulas passaram a ser livremente pactuadas, podendo prever coberturas relativas a diferentes ramos de seguros de danos – desde que observada a regulamentação contábil vigente, que é a que mais demanda trabalho dos executivos que atuam em grandes riscos. 

Juliana afirma que o corretor passa a ter uma função mais estratégica do que transacional. “O corretor buscava basicamente o seguro pelo critério de preço, uma vez que os clausulados dos contratos eram engessados e chancelados pela SUSEP, e o atual cenário possibilita que se prestigie também as peculiaridades de cada cliente  ”.  Segundo a executiva, a Resolução 407 traz ao mercado de seguros um efeito similar ao obtido pelo mercado de financeiro depois da CVM (Comissão de Valores Mobiliários), que regula o mercado de capitais, estabelecer o normativo sobre investidores qualificados. 

A expectativa é que os efeitos da 407 sejam sentidos no longo prazo. “O Código de Defesa do Consumidor demorou cerca de 10 anos para se solidificar e gerar os efeitos esperados. Acredito que é um pouco do que vai acontecer com a Res. 407. Apesar de estar vigorando há um ano e meio, ainda é prematuro para avaliar resultados”, ressaltando que a Susep segue acompanhando as práticas das seguradoras em grandes riscos. A Susep exige que as seguradoras reportem as emissões. “O fato de ter flexibilizado não significa que mitigou a supervisão”, pontua. 

Os participantes do painel destacaram que as seguradoras criam um ecossistema que alimenta as inovações em grandes riscos, e avaliam alinhamentos com programas de seguros globais, que passam a ter a possibilidade de serem referendados ou alinhados com as operações brasileiras. “O setor está caminhando para ter mais simetria com mercados mais maduros”, finaliza a diretora da Fator Seguradora. 

Feira ABGR – A Fator Seguradora, com um estande de 10m2  marcou presença de forma significativa na EXPO ABGR 2022. Com a estratégia de fazer do seu espaço um verdadeiro ponto de encontro do mercado segurador, inovou ao transformar poucos metros quadrados em atração. Durante os dois dias de evento, o estande funcionou como uma pequena cafeteria, mas com uma vasta carta de receitas criativas usando o café brasileiro como atração. A partir das 17h, quando o evento se torna um grande ‘happy hour’, o estande se transformava em ‘Bar Fator Seguradora’, com a melhor proposta em serviços de A&B e carta de drinks, e, é claro, com muita ativação de marketing. Sorteios de bolas e camisas oficiais da Copa do Mundo, entrega de brindes criativos, além da participação do ex-jogador de futebol ‘Zé Roberto’ – que atuou pela Seleção Brasileira, conquistando duas Copas América e duas Copas das Confederações FIFA, além de ter sido titular na Copa do Mundo FIFA de 2006, fizeram da Fator Seguradora uma das mais comentadas pelos visitantes, congressistas e parceiros de negócios.

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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