Num momento de grande aperto para as insurtechs com a retração de investimentos, a Darwin fechou um acordo com a Swiss Re. O acordo prevê a cessão de resseguro para parte da carteira de seguros de automóveis da insurtech. A Swiss Re não terá participação acionária na Darwin. Questionados sobre valores, “por política interna do Grupo Swiss Re, não são divulgados números que não sejam de conhecimento público”. Leia abaixo a entrevista com o sócio e cofundador da Darwin, Carlos Alberto Souza Barros, e com o presidente da Swiss Re no Brasil, Fred Knapp.
- Quais os benefícios que a parceria vai gerar para o negócio da Swiss Re?
Swiss Re: A Swiss Re vê nesta parceria uma grande oportunidade para fomentar o mercado segurador e fazer parte da digitalização da indústria (res)seguradora que está em curso no Brasil. A Darwin Seguros traz uma maneira inovadora de pensar sobre o seguro automóvel, impulsionando mudanças no mercado e transformando a maneira de os consumidores comprarem seguros com mais praticidade.
- Será só no Brasil ou atuarão juntos em outros países?
Swiss Re: Inicialmente, apenas para o Brasil.
Darwin: Embora a intenção de ambos seja se dedicar ao máximo à parceria (fomos os únicos escolhidos da segunda turma do Sandbox), não existe nenhuma exclusividade formal.
- Quais as principais dores do negócio que a Swiss Re busca resolver com startups?
Swiss Re: O grupo Swiss Re tem como missão fechar a lacuna de proteção e, com a pandemia, consumidores e empresas da América Latina passaram a adquirir produtos e serviços de forma digital, acelerando a adoção do comércio eletrônico em toda a região. Além disso, houve uma conscientização do setor de seguros para que os modelos de negócios sejam ainda mais centrados no cliente e suas necessidades. Para reduzir a lacuna de proteção na América Latina, é importante atender os clientes oferecendo o produto certo, no momento certo e da maneira correta. Em paralelo, insurtechs têm investido na criação de experiências digitais para seus clientes. Unindo essas duas frentes, é possível estar alinhado com a tendência de mercado e, consequentemente, com o futuro.
- Como teve acesso a Swiss Re (contar como foi o approach)?
Darwin: A ponte foi feita por um de nossos investidores, que tem um relacionamento muito próximo à Swiss Re. Esse tipo de situação nos mostra como foi uma decisão acertada focarmos em investidores e sócios que entendem de seguro. Estamos iniciando um relacionamento de longo prazo com a Swiss Re, e trazer esse histórico de confiança, que essas pessoas construíram no passado, juntamente com a experiência no negócio, ajuda a mostrar que somos sérios e sabemos o que estamos fazendo.
- Quais as expectativas para 2023?
Darwin: Nossos objetivos principais são estabilizar o produto e ganhar escala. Temos um canal muito importante e estratégico com o BV, que possui presença em todo o país. Vamos alavancar nosso aprendizado e crescimento através dele e de alguns outros parceiros estratégicos.
- Quando sai do sandbox?
Darwin: Em junho de 2022, fomos a primeira insurtech a receber a Licença Temporária da Susep para operar como seguradora digital na segunda edição do Sandbox, o que nos permite operar neste ambiente por 36 meses (até junho de 2025). Iniciamos nossa operação em outubro de 2022 e pretendemos iniciar o processo de obtenção da licença definitiva ao longo do ano de 2023.