A energia fotovoltaica está ` todo vapor no Brasil. O Brasil foi o quarto país no mundo que mais aumentou a capacidade de produção de energia fotovoltaica em 2021, segundo apuração da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) e, a estimativa da associação, é que ela seja a segunda maior fonte de energia nacional nos próximos anos, atrás apenas da hidrelética.
Para alavancar ainda mais esta jornada, bancos Bradesco, Caixa, Santander, BV e Itaú Unibanco estão lançando linhas exclusivas para financiamento de painéis solares, disponíveis para qualquer cliente em mais de mil agências selecionadas do banco. No Itaú, a taxa de juros cobrada está na faixa de 1,85% ao mês e há um limite de R$ 110 mil máximos que podem ser emprestados.
E o seguro, como está nesta jornada fotovoltaica? Em casos de vendáveis, por exemplo, um estrago nos painéis pode estar coberto na apólice geral de riscos patrimoniais. Mas o setor já oferece seguro de danos ao equipamento já instalado e em uso com coberturas para riscos relacionados a chuvas, ventos, incêndio, queda de raio, explosão, que pode ser contratado como parte de um seguro empresarial como riscos nomeados ou operacionais. No caso de coberturas para a instalação e montagem dos painéis fotovoltaicos, a proteção está dentro do seguro de risco de engenharia. É possível também encontrar cobertura para riscos de roubo, rompimento de contratos de fornecimento de transmissão, danos a terceiros, erro de projeto, quebra de equipamentos, perda de receita, chuva de granizo, entre outros.
O grande problema em seguros está no transporte das placas. “Com aumento do custo do abastecimento da energia tradicional, vem crescendo os subsídios e projetos destinados a energia renovável. O governo federal zerou a alíquota de importação em 2020 e, em 2021, voltou a dar mais incentivo fiscal, deixando ainda mais atrativa a busca deste tipo produto, incluindo a energia de fonte solar fotovoltaica. Se antes apenas empresas grandes buscavam esse tipo de fonte de energia, agora também pequenos empresários e residências instalam placas de energia fotovoltaica”, comenta Thiago Tardone, head de cascos marítimos, aviação e transportes LATAM da Swiss Re Corporate Solutions, sobre seguro de transportes e energia fotovoltaica.
O especialista explica que as placas e seus componentes são fabricados em sua maioria fora do Brasil e a sua distribuição em território nacional se dá por meio do transporte rodoviário. Por se tratar de um produto com alto valor agregado, com características de movimentação específica, cria-se um potencial mercado paralelo para a sua comercialização. “Consequentemente, a atratividade para o roubo durante o trânsito rodoviário cresceu consideravelmente em 2022, e algumas seguradoras tiveram perdas financeiras, uma vez que este tipo de mercadoria não era tratada como específica. Para evitar essas perdas, restrições, condições ajustadas e gerenciamento de risco atuante têm sido as principais estratégias das seguradoras para o controle deste portfólio”.
Em recente entrevista, Paulo Alves, diretor de transporte da EZZE Seguros, contou que a bola da vez em roubo de carga são os painéis fotovoltaicos. O setor registrou tantos roubos que fez o produto entrar na lista de mercadorias específicas, com atratividade de roubos, com poucas seguradoras atuando e com preços elevados. “Um caminhão carregado de painéis chega a ter até R$ 2 milhões em valor em risco. Mercadorias com tal classificação saem da esteira de cotação automática para serem avaliadas caso a caso”, explica.
“O seguro de transporte não tem uma rotina. O cenário de risco muda e nos rapidamente nos atualizamos. Nossa meta é chegar ao final de 2022 com um panorama mais claro da sinistralidade e medidas de gestão que mitiguem o risco. E não com um aumento do preço do seguro. A boa gestão, o uso de tecnologia e a especialização em atuar com medidas corretivas são a nossa linha mestra para construirmos uma carteira de transporte equilibrada e longeva”, finaliza o especialista da EZZE.