No mês de agosto de 2022, o número de beneficiários de planos médico-hospitalares totalizou 49.9 milhões. O anúncio feito ontem (5/10) pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) mostra crescimento de aproximadamente 1,58 milhão de beneficiários nos planos médico-hospitalares, em comparação a agosto de 2021, o equivalente a 3,27% de aumento. O número é o maior desde 2015, quando o setor possuía 50,1 milhões de clientes. Já nos planos exclusivamente odontológicos, o número de beneficiários chegou a 30,4 milhões, com um acréscimo de 2,3 milhões de beneficiários em relação a agosto de 2021 – o que representa 8,33% de crescimento no período.
A Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde), representante de 14 grupos de operadoras responsáveis por 41% dos planos de saúde médicos e odontológicos do país e de cerca de 33 milhões contratos, observa que o avanço ocorreu, principalmente, no segmento coletivo empresarial (crescimento de 6,1%), aquele oferecido pelas empresas aos seus funcionários. Na análise da federação, o resultado reflete em parte a redução da taxa de desemprego no 2º trimestre de 2022, de 11,1% para 9,3% no período, conforme aponta a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) Trimestral, divulgada em agosto pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A entidade analisa que os números reforçam, também, o interesse do brasileiro pelo plano de saúde, movimento catalisado pela pandemia e que continua posteriormente ao período mais crítico. Pesquisa realizada no final de 2021, encomendada pela FenaSaúde ao Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (IPESPE), aponta que o plano de saúde está entre os quatro principais itens de desejo do brasileiro, atrás da casa própria e na frente de investimento em educação. Os resultados da pesquisa indicam que o acesso seguro à saúde é o que 39% dos entrevistados buscam ao contratar planos, em seguida, vem a rapidez no atendimento (24%), seguido pela tranquilidade em contar com a assistência privada (13%).
Com 25% da população coberta por planos de saúde, a Federação aponta que ainda há espaço para o setor crescer. “A principal missão do setor está na ampliação do acesso, em especial a consultas e exames, gargalo que precisa ser endereçado e cuja demanda foi agravada pela pandemia. Para isso, uma série de mudanças são necessárias, como a modernização do marco regulatório do setor e o controle de custos em saúde, que recai sobre as mensalidades e acaba dificultando o acesso de parte da população sobre os planos de saúde”, explica Vera Valente, diretora-executiva da FenaSaúde.