Mercado de seguros cresce 19,6% no primeiro semestre de 2022

Boletim IRB+Mercado mostra que as seguradoras faturaram R$ 13,1 bilhões a mais em relação aos primeiros seis meses do ano passado. Impactado pelo segmento Rural, índice de sinistralidade cresceu 7,5 pontos percentuais

Fonte: IRB

O mercado de seguros cresceu 19,6% no primeiro semestre desse ano (1S22) em relação ao mesmo período de 2021, com faturamento de R$ 80 bilhões. É o que mostra a 22ª edição do Boletim IRB+Mercado, relatório mensal da plataforma IRB+Inteligência, produzido com base nos dados publicados pela Susep em 01/08, órgão que regula o setor.  

No acumulado de 2022, as seguradoras faturaram R$ 13,1 bilhões a mais que nos primeiros seis meses do ano passado. Os segmentos que mais contribuíram para a alta foram Automóvel, Vida e Danos e Responsabilidades com R$ 5,5 bilhões, R$ 2,9 bilhões e R$ 2,2 bilhões a mais em faturamento, respectivamente. 

Os dados apontam ainda alta no índice de sinistralidade (sinistros ocorridos sobre o faturamento do mês) do 1S22. O crescimento chegou a 7,5 pontos percentuais (p.p) em relação à taxa registrada no mesmo intervalo do ano passado, impactada em grande parte pelo segmento Rural, cujo índice evoluiu 92,4 p.p., e amenizada, principalmente, por Vida que teve de -17,8 p.p. 

O Boletim IRB+Mercado divulgado hoje traz ainda dados de junho, quando o setor de seguros faturou R$ 15,6 bilhões, um avanço de 23,1% na comparação com o mesmo mês em 2021. Houve crescimento nominal em todos os segmentos pelo segundo mês consecutivo, com destaque para Rural com o maior aumento, seguido de Automóvel. Já o índice de sinistralidade teve alta de 1,4 p.p. na comparação com junho do ano passado.  

Por segmento

Em junho, Vida, que representa 34,2% do total arrecado pelo setor nos primeiros seis meses do ano, registrou faturamento de R$ 4,8 bilhões com alta de 10,3%. Já no semestre, soma R$ 27,4 bilhões (+11,9%), sendo o produto Vida responsável por 64,6% desse progresso. Já a sinistralidade retornou ao patamar pré-pandemia.  

Automóvel (28,6% do mercado de janeiro a junho) registrou, em junho, faturamento de R$ 4,4 bilhões (+38,1%). No acumulado de 2022, registrou R$ 22,9 bilhões, ou seja, alta de 31,4%, maior taxa para os seis primeiros meses do ano desde o início da série histórica em 2014. A sinistralidade semestral fechou em 74,1%.  

Já o segmento de Danos e Responsabilidades (19,1% do mercado de janeiro a junho) faturou R$ 3,5 bilhões em junho (+20,5%) e R$ 15,3 bilhões (+17,1%) no acumulado de 2022. A sinistralidade retraiu 0,9 p.p., ficando em 42,8%. Individuais contra Danos (7,6% do mercado de janeiro a junho) faturou, no sexto mês do ano, R$ 1,1 bilhão (+15%). No acumulado, R$ 6,1 bilhões (+8,8%). A taxa de sinistralidade foi 38,8%, aumento de 8,3 p.p. em relação ao primeiro semestre de 2021. 

Já Rural, que responde por 7,2% do faturamento do mercado no primeiro semestre, obteve avanço de 63,3% ao arrecadar em junho R$ 1,3 bilhão. No acumulado, atingiu R$ 5,7 bilhões e encerrou o semestre com a maior variação: 39,1%. O bom desempenho é influenciado pelo programa de subsídio do Governo Federal. Pelo segundo mês consecutivo, a taxa de sinistralidade recuou, de 80,3% para 76,3% no comparativo junho de 2021 com junho de 2022. Contudo, no acumulado do ano, essa taxa ainda é alta: 160,9%, devido às condições climáticas adversas. 

Por fim, Crédito e Garantia (3,2% do mercado de janeiro a junho) obteve, em junho, arrecadação de R$ 460 milhões (+2,9%). No acumulado, o progresso do segmento foi de 16,6% (R$ 2,6 bilhões) e a sinistralidade de 24,7%, aumento de 6,2 p.p. frente à taxa do 1S21. 

O Boletim IRB+Mercado resume as operações de seguros, considerando os seguros de danos, responsabilidades e pessoas. A edição também lista os cinco maiores grupos seguradores por linha de negócios. A análise está disponível, na íntegra, no site do IRB Brasil RE. No mesmo endereço, o Dashboard IRB+Mercado Segurador permite consulta dinâmica e gratuita às informações de todo o setor. 

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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