Com a divulgação da PEC dos Benefícios, com medidas de redução de impostos e ampliação dos benefícios sociais, as projeções do Boletim Focus divulgadas nesta segunda-feira, 18, revelam a visão do mercado de maior aperto monetário para 2023, como mostram os ajustes para o IPCA e a taxa Selic, destaca Priscila Aguiar, economista da CEM – Comissão de Estudos de Mercado da CNseg.
A projeção do IPCA em 2022 reduziu, passando de 7,67% para 7,54% e, para 2023, aumentou 11 pontos percentuais, passando de 5,09% para 5,20%. Com inflação elevada em 2023, houve aumento da previsão para a Taxa Selic em 0,25 p.p., ficando em 10,75% a.a., ante 10,50% a.a. da semana anterior. Para 2022, a projeção se manteve em 13,75% a.a. A expectativa do câmbio em 2022 e 2023 foi mantida, em R$/US$ 5,13 e R$/US$ 5,10, respectivamente.
A economista ressalta que a divulgação da inflação dos EUA, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor (CPI), que teve alta de 9,1% em junho, no acumulado em 12 meses (em maio, era 8,6%), veio acima do previsto pelos economistas (8,8%) e trata-se da taxa mais elevada desde novembro de 1981. “A alta foi impactada pela disparada dos preços da gasolina (+11,2% sobre maio), além dos preços dos alimentos, o que gerou expectativa de que o aumento da taxa de juros nos EUA neste mês poderia ser de 1 p.p. Entretanto na sexta-feira, os resultados de indicadores de vendas no varejo e de expectativas de inflação podem ter mantido as chances de mais um aumento de 0.75 p.p.”, avalia.
Outro importante dado internacional divulgado na semana passada, foi sobre a atividade chinesa que desacelerou. No acumulado do ano, o crescimento no primeiro semestre de 2022 é de 2,5%. “A desaceleração ocorreu como reflexo do confinamento de Xangai, a maior cidade da China, por dois meses para conter um surto de Covid-19, que causou o fechamento de fábricas, impactando as cadeias de suprimentos. A expectativa da Reuters é de que PIB da China encerre o ano em 4,0%, bem abaixo da meta oficial (5,5%). As preocupações com novos lockdowns poderão comprometer a atividade, em função da dura política de Covid zero na ocorrência de novos surtos, e o mercado imobiliário do país está em profunda crise”, comenta.
Para essa semana, aguarda-se a divulgação do Monitor do PIB de maio (18/07), divulgado pela FGV.
Leia a íntegra do boletim Acompanhamento de Expectativas Econômicas semanal feito pela Superintendência de Estudos e Projetos (Suesp) da CNseg, no portal de CNseg.