A EZZE Seguros avança com a contratação de especialistas. Desta vez, anuncia a chegada de Paulo Alves, um dos principais executivos de seguro transporte do Brasil, com 29 anos de dedicação a este segmento. “O nosso objetivo aqui na EZZE é levar aos clientes apólices customizadas e automatizadas que mitiguem riscos que possam causar perdas financeiras, como a quebra de contratos ou não ter o produto na gondola do distribuidor”, diz Alves ao Sonho Seguro.
O segmento de transporte enfrenta uma infinidade de desafios, ao mesmo tempo que apresenta um imenso potencial de negócios. O seguro transporte registrou vendas de R$ 4,3 bilhões em 2021, crescimento de 31% comparado a 2020. Deste total, 54% das vendas proveem dos transportadores e o restante dos embarcadores nacionais e internacionais. De janeiro a maio de 2022, o crescimento do seguro transporte no setor foi de 21%, para R$ 2,1 bilhões, o que representa apenas 1,8% do total de vendas de R$ 121 bilhões no período.
Um dos desafios acompanhado de perto pelos profissionais deste segmento é o avanço do marco legal de transportes, com o Projeto de Lei 75/2018, que está em debate desde 2016 e pouco avançou. Seguros é um item da pauta e o setor aguarda com grande expectativa a aprovação pelo Congresso. “Certamente ter um marco legal vai estimular uma série de investimentos pelos transportadores e embarcadores, com vistas a reduzir riscos. E isso impacta positivamente no preço do seguro”, comenta Alves.
No entanto, o termômetro do seguro transporte é a economia. “Quanto mais a economia cresce, mais mercadorias são transportadas. E esta é uma aposta das seguradoras. Neste cenário, a EZZE se prepara para ter produtos sob medida para os corretores de seguros conquistarem transportadores e embarcadores, com tecnologia embarcada para facilitar a vida do profissional de vendas que tem em sua carteira a estratégia de conquistar pequenas e médias empresas”, afirma.
Mesmo com o lockdown obrigatório decretado com a pandemia Covid-19 em 2020, o setor logístico não parou. Pelo contrário, se transformou para atender a demanda. As seguradoras agiram com rapidez para dar cobertura aos contratos mesmo com as mudanças de riscos de seus clientes. É prática do setor, que toda mudança de risco precisa ser avisada. Caso contrário, o cliente perde direito a indenização. O executivo cita como exemplo clientes que transportavam perfumes e passaram a transportar álcool gel. Fabricantes de máquinas diversas passaram a produzir respiradores. “É uma mudança de risco significativa, que altera de forma significativa a gestão de risco de seguros, afetando preço e regulação de sinistros. E as seguradoras responderam as demandas de seus clientes”, conta.
Outra alteração foi a mudança da frota. Transportadores com uso de carretas passaram a ter uma frota com veículos menores que pudessem entrar em centros urbanos. Os “last mile”, terceiros com carros muitas vezes próprios, passaram a compor a equipe do transportador para atender o avanço do comercio eletrônico com entrega na casa do consumidor final. “O setor passou a considerar o risco da frota de terceiros, além do roubo, com o registro de assaltos na porta de edifícios, no ato da entrega da mercadoria”, acrescenta o executivo.
Esses novos riscos se somam a riscos antigos, como elevado índice de acidentes causados pela má conservação das rodovias, que representam mais de 70% do transporte de mercadorias no Brasil. Em seguida ele cita a frota de caminhões de transportadores autônomos, que está com idade média de 18 anos. Outro importante risco é o perfil dos motoristas. Há bons motoristas, mas também há aqueles que precisam trabalhar mais do que a jornada permitida pela legislação e os imprudentes. “O setor teve prejuízo com alguns motoristas que fazem uma manobra chamada “quebra de asa”, que tira os pneus do chão. Quem consegue o feito, ganha pontos na brincadeira postada no YouTube, e são responsáveis por uma série de acidentes”, conta.
Há outro risco, responsável por boa parte do preço do seguro: o roubo. Entre os mais visados seguem equipamentos eletrônicos, bebidas, medicamentos e alimentos. Desde 2021, as seguradoras também consideram o elevado custo dos combustíveis, a alta do dólar frente ao real com grande impacto no custo das mercadorias e novos focos das quadrilhas organizadas, com o sequestro de caminhões do agronegócio e equipamentos para o setor de energia.
A bola da vez agora são os painéis fotovoltaicos. O setor registrou tantos roubos que fez o produto entrar na lista de mercadorias específicas, com atratividade de roubos, com poucas seguradoras atuando e com preços elevados. “Um caminhão carregado de painéis chega a ter até R$ 2 milhões em valor em risco. Mercadorias com tal classificação saem da esteira de cotação automática para serem avaliadas caso a caso”, explica. Nos agronegócios, o valor agregado de um caminhão de soja ou milho, por exemplo, é baixo, assim como o frete, o que não colabora para uma gestão de risco mais parruda. “Os sinistros mais comuns são a apropriação indébita do caminhão, com o sumiço da carga”.
Com isso, os pagamentos de indenizações tiveram alta de 17%, para R$ 2,1 bilhões em sinistros, em 2021. Nos cinco primeiros meses de 2022, saltou 59%, para R$ 1,1 bilhão, comparado a mesmo período do ano anterior. Esse aumento tende a acarretar aumento do preço do seguro e em algumas situações até a saída das seguradoras de alguns segmentos da economia. “Na EZZE, a nossa estratégia é usar a tecnologia para ajudar o cliente a aprimorar a gestão de risco, uma solução benéfica para todos”, afirma.
Alves cita alguns exemplos sobre como a tecnologia tem ajudado o setor de seguro transporte a otimizar a gestão de riscos e consequente custo. “Com a análise de informações disponíveis em torres de controles, podemos saber se o motorista parou na estrada e saber o motivo. Se passou mal, podemos enviar ajuda. Se foi assalto, acionamos a polícia. Se o caminhão quebrou, mandamos um reboque”, cita. Também é possível informar se o peso transportado está dentro do limite da rodovia, tanto para evitar acidentes como ter dificuldade para frear como para não estragar o asfalto com excesso de peso.
“O seguro de transporte não tem uma rotina. O cenário de risco muda e nos rapidamente nos atualizamos. Nossa meta é chegar ao final de 2022 com um panorama mais claro da sinistralidade e medidas de gestão que mitiguem o risco. E não com um aumento do preço do seguro. A boa gestão, o uso de tecnologia e a especialização em atuar com medidas corretivas são a nossa linha mestra para construirmos uma carteira de transporte equilibrada e longeva”, finaliza o especialista da EZZE.