Setor de seguros registrou crescimento real de 5,3% ao ano no período de 1996 a 2021; em termos nominais, 11,8%

O levantamento foi feito pelo economista Marcio Coriolano, que deixou a presidência da Confederação Nacional das Seguradoras, a CNseg, em maio deste ano

O economista Marcio Coriolano, que deixou a presidência da Confederação Nacional das Seguradoras, a CNseg, em maio deste ano após seis anos no cargo, divulgou em sua página no LinkedIn um estudo sobre o crescimento do setor de seguros nos últimos 25 anos. Interessante para quem gosta de se aprofundar no tema. Em termos reais, a arrecadação dos seguros deflacionada pelo IPCA cresceu 3,7 vezes em 25 anos, de R$ 83,3 bilhões para R$ 306,4 bilhões, uma média de 5,3% ao ano, no período de 1996 a 2021. Em termos nominais cresceu 16,2 vezes, com média de 11,8% ao ano, ressalta o economista em seu levantamento. Esse valor não considera saúde suplementar e DPVAT.

O maior crescimento real ocorreu entre 2006 e 2012: 2,2 vezes, uma média de 10,8% ao ano. Coriolano faz duas observações: cresceu 2,5 vezes em termos nominais; 16,6% a.a. “O período de ouro foi entre 2006 e 2012. Na esteira do crescimento do PIB, aumento do rendimento médio das famílias, desconcentração geográfica de oportunidades, e inflação e juros controlados”, afirma. Já quando o cenário entre 2012 até 2021, era de esgotamento do modelo de crescimento; crises recessivas; instabilidade institucional; pandemia, o mercado cresceu 2,1% ao ano. Em 25 anos, observou-se apenas 2 anos com decréscimo global real: 2018 e 2020, principalmente afetado pela cobertura de pessoas. Segundo o executivo, isso de deu por um PIB menor; exacerbação de expectativas em 2018 e volatilidade do mercado de ações e títulos em 2020.

As taxas médias anuais de crescimento real segundo os grandes segmentos de seguros nesses 25 anos foram as seguintes:

Danos e Responsabilidades

1996 a 2021 = 3,7% a.a. (25 anos);

1996 a 2006 = 3,1% a.a. (10 anos);

2006 a 2012 = 4,4% a.a. (6 anos);

2012 a 2021 = 3,1% a.a. (9 anos).

Neste período, o segmento observou decréscimo real em 1999, 2003, 2015 e 2016.

Cobertura de Pessoas

1996 a 2021 = 9,2% a.a.;

1996 a 2006 = 12,9% a.a.;

2006 a 2012 = 13,5% a.a.;

2012 a 2021 = 2,5% a.a.

Decréscimo real em dois anos: 2018 e 2020.

Capitalização

1996 a 2021 = (0,1%) a.a.;

1996 a 2006 = (4,5%) a.a.;

2006 a 2012 = 9,5% a.a.;

2012 a 2021 = (1,4%) a.a.

Decréscimo real em: 1998; 2005 e 2016; 2014 a 2018; 2020 e 2021.

Saúde Suplementar

Apesar de não integrar os cálculos do setor global de seguros, é importante mencionar, uma vez que o segmento compõem o faturamento de duas companhias líderes de mercado no período analisado. O setor avançou 7,4 vezes em termos reais, de R$ 33,2 bilhões para R$ 247,5 bilhões, e 32,9 vezes em termos nominais: de 8,4% a.a. para 15% a.a., respectivamente.

1996 a 2021 = 8,4% a.a.;

1996 a 2006 = 10,1% a.a.;

2006 a 2012 = 10,9% a.a.;

2012 a 2021 = 4,8% a.a.

Em apenas dois anos apresentou decréscimo real: 2001 e 2013.

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Ouça nosso podcast

ARTIGOS RELACIONADOS