Após uma semana com diversas discussões no campo da política monetária, provocadas pela divulgação de Ata do Copom, Relatório de Inflação e pronunciamento de diretores do Banco Central, indicando que o Copom pode encerrar o ciclo de aumento da Selic já em sua próxima reunião, em maio, a projeção para a inflação deste ano subiu pela décima primeira semana consecutiva no Relatório Focus divulgado nesta segunda-feira, 28.
Segundo Pedro Simões, economista do Comitê de Estudos de Mercado da CNseg, o avanço, no Congresso, de temas com possível impacto fiscal – no contexto de um ano com eleições presidenciais, segundo as pesquisas mais recentes, deve novamente ser polarizada – causa preocupações em alguns analistas. A despeito disso, os indicadores do mercado financeiro continuam em momento mais favorável, com alta da Bolsa e valorização cambial.
“Isso se deve a algumas razões: o aumento dos preços das commodities engorda as receitas em dólares dos setores exportadores, ampliando a oferta da moeda americana no País. Além disso, vale lembrar que o Real foi uma das moedas que mais se depreciou ao longo do ano passado e, portanto, há mais “espaço” para apreciação neste momento”, comenta o economista em seu boletim.
Ao mesmo tempo, diz, há uma “correção” depois de longo período de alta nas bolsas americanas, enquanto a guerra na Ucrânia aumenta o risco na Europa. “Com a grande crise na Turquia, a Rússia entrando em guerra com o Ocidente e a China lidando com mudanças no modelo de crescimento e suas políticas “Covid-Zero”, o Brasil parece – mesmo com todos os seus problemas e incertezas –, na visão dos investidores internacionais, um risco relativamente menor”, acrescenta. Nesse contexto incerto em relação a como reagirá a política monetária, a projeção mediana para a taxa básica de juros ao final deste ano permaneceu em 13%.
Leia o boletim Acompanhamento de Expectativas Econômicas desta semana no portal da CNseg.