Agravamento da severidade dos casos de Ômicron pode pressionar ganho das seguradoras

Para seguradoras que possuem cobertura de vida, a menor letalidade da variante e o avanço do quadro vacinal devem impedir a repetição do número de vítimas de 2021

Desde a confirmação dos primeiros casos da variante Ômicron do coronavírus em São Paulo, no fim de novembro, o Brasil tem apresentado recordes de contágio. Apesar do aumento do número de casos dia após dia, a variante tem se mostrado menos letal, e a pressão sobre a sinistralidade e os índices de lucratividade das seguradoras dependerá da gravidade e da quantidade de internações, ressalta a Fitch Ratings. Em um cenário adverso, no qual o número de internações para a nova variante aumenta, existe a possibilidade de o número de casos e de a manutenção de procedimentos eletivos pressionarem a sinistralidade do segmento de seguros e, consequentemente, a rentabilidade do setor.

Para seguradoras que possuem cobertura de vida, a menor letalidade da variante e o avanço do quadro vacinal devem impedir a repetição do número de vítimas de 2021. Na primeira semana epidemiológica de 2022 houve 832 vítimas de Covid-19, ante as 6.906 da primeira semana epidemiológica de 2021 e as 21.141 do pico de casos, registrado na 14° semana epidemiológica de 2021.

O avanço da Ômicron aumentou a procura por testes de Covid-19. De acordo com a Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), o país tem apresentado recordes diários de testagem, chegando a 86,1 mil aplicações em 13 de janeiro de 2022. A taxa de positividade também cresceu significativamente, indo de 5% no começo de dezembro para 39,25% em 13 de janeiro, ainda pelos números da Abrafarma. 

Segundo dados do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), há 69 mil novas infecções por dia, em média, o que representa 89% do pico da média diária mais alta já relatada, em junho de 2021, e indica um novo pico de casos, que se reflete na taxa de positividade e na grande busca por exames. O país registrou 23 milhões casos de Covid-19 e 621 mil mortes relacionadas ao coronavírus desde o início da pandemia, em março de 2020. 

No entanto, apesar do aumento do número de casos, 68% da população encontram-se vacinados com duas doses ou dose única. De acordo com os últimos dados do Ministério da Saúde, 381 milhões de doses foram distribuídas. O país tem apresentado um avanço no número de internações em diversas regiões, mas a maior parte dos internados com Covid-19 não apresentava vacinação completa.

Embora ainda haja incertezas, a pressão sobre os sinistros das seguradoras de saúde dependerá da incidência de casos graves e do número de internações. De acordo com dados do setor, os números até agora são baixos quando comparados aos números de 2021.

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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