Custo do seguro de carro sobe com alta dos veículos seminovos, avalia estudo IPSA, da TEx

A CNN destaca que na lista de despesas para quem tem um carro, a contratação de um seguro está, provavelmente, no topo. O valor a ser pago pelo contratante é formado por uma série de fatores. Marcelo Sebastião, presidente da Comissão de Automóvel da FenSeg (Federação Nacional de Seguros Gerais), diz que os principais são: dados do proponente e do condutor (idade, sexo, endereço, entre outros), perfil de utilização do veículo, região de circulação, CEP de pernoite, a marca, o tipo e o ano do veículo.

A proposta pode sofrer reajustes dependendo da frequência de colisões, parcial ou integral, roubos e furtos, custo de peças e mão de obra de reparo, além das alíquotas dos impostos federais, estaduais e municipais. Hoje, o país conta com 19,7 milhões de veículos segurados, de acordo com os dados da FenSeg.

Realizado pela insurtech TEx, o IPSA (Índice de Preços do Seguro de Automóvel) aponta que, em novembro de 2021, o valor de um seguro representava, em média, 5,1% do preço de tabela do automóvel. Ou seja, no caso de um carro avaliado em R$ 50 mil, o desembolso foi de R$ 2,5 mil.

Realizado a partir de informações de corretores localizados em 4 mil cidades do Brasil, o levantamento aponta que, quando dividido por gênero, o percentual ficou em 5,3% para os homens e de 4,9% para as mulheres. No caso da faixa etária, o mais elevado, 8,8%, foi cobrado daqueles com idade entre 18 e 25 anos, e o mais baixo, 4%, dos condutores com 56 anos ou mais.

Emir Zanatto, CEO da TEx, diz que o ano de 2021 foi totalmente atípico para a indústria do seguro. O valor dos contratos foi diretamente impactado pela alta dos veículos seminovos, uma valorização em média de 20%, pela falta de carros novos para pronta-entrega e pela escassez de peças e componentes de reposição. “São fatores pouco usuais e que resultaram nessa situação dos preços dos seguros. Em 2022, no período pós-pandemia, a tendência é de uma acomodação das tabelas de valores”.

Zanatto conta que, de janeiro a dezembro de 2021, o consumidor buscou alternativas para seguir com o veículo segurado, principalmente a escolha por apólices com franquia reduzida em 50% e o parcelamento do serviço em 10 parcelas.

Conhecido por seu conservadorismo, o setor também passou a avaliar novas formas de atuar e enfrentar os efeitos da pandemia. Emir informa que já são realizados testes com contratos que usam como referência a forma de condução do veículo e o período de uso.

No primeiro caso, um dispositivo faz, por meio de um aplicativo, um relatório com velocidade média, destreza nas curvas e outros fatores. No segundo, o valor é definido pelos dias de circulação. Um motorista que só roda aos finais de semana não pagará um seguro igual ao daquele que tira o carro da garagem todos os dias.

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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