O ano de 2021 termina com expectativa de um nível de atividade mais fraco que o esperado, mas também com inflação um pouco mais baixa que o antecipado, destaca Pedro Simões, economista do Comitê de Estudos de Mercado da CNseg, a Confederação Nacional das Seguradoras, ao analisar o último Boletim Focus do ano divulgado nesta segunda-feira, 27. “O ponto da desinflação é importante, mas o cenário externo requer muita atenção com a percepção que pode haver aperto das condições monetárias, principalmente nos EUA. Isso poderia anular algum possível alívio na intensidade do aumento dos juros por aqui. Juros mais altos no exterior também são um risco neste momento, pois muitos analistas consideram que os preços de ações e imóveis, em diversos países, estão muito altos, e poderia haver uma reversão rápida, com consequências financeiras negativas. O que vimos na China este ano no caso da Evergrande é exemplo disso”, avalia o economista da CNseg.
Simões enumera a combinação de determinadas condições que podem promover uma “desinflação” mais forte do que o anteriormente antecipado. A primeira delas é a economia em desaceleração. A segunda é o efeito da política monetária (imediato sobre as expectativas no processo de “reancoragem” por conta da comunicação mais dura e defasada do aumento dos juros básicos). E a terceira, o arrefecimento de choques pontuais que elevaram muito a inflação este ano – como, por exemplo, o impacto da crise hídrica nos preços da energia elétrica.
O IPCA-15 de dezembro mostrou que o IPCA cheio pode fechar 2021 ligeiramente abaixo de 10%, ainda que a mediana do Focus desta semana projete 10,02% (queda em relação aos 10,04% da semana passada). Para 2022, a projeção para a inflação oficial permaneceu em 5,03%. A estimativa para o crescimento do PIB, por sua vez, caiu na mediana para este e o próximo ano, para 4,51% e 0,42%, respectivamente.
Leia a íntegra do boletim Acompanhamento de Expectativas Econômicas semanal feito pela Superintendência de Estudos e Projetos (Suesp) da CNseg, no portal da CNseg.