IRB Brasil Re reverte prejuízo e apresenta lucro recorrente de R$ 101,7 milhões no acumulado até setembro de 2021

Já no resultado contábil, que incorpora os impactos dos negócios descontinuados e de despesas não recorrentes, houve redução de 62,8% no prejuízo líquido, que foi de R$ 311,8 milhões contra R$ 837,3 milhões nos nove primeiros meses do ano passado

O IRB Brasil RE divulgou, nesta quinta-feira (11/11), seus resultados referentes ao terceiro trimestre (3T21) e aos nove primeiros meses (9M21) de 2021. O ressegurador apurou lucro líquido recorrente de R$ 101,7 milhões no resultado acumulado até setembro, comparado ao prejuízo de R$ 568,4 milhões no mesmo período de 2020. Já no resultado contábil, que incorpora os impactos dos negócios descontinuados e de despesas não recorrentes, houve redução de 62,8% no prejuízo líquido, que foi de R$ 311,8 milhões contra R$ 837,3 milhões nos nove primeiros meses do ano passado. No 3T21, o IRB registrou lucro líquido de R$ 44,5 milhões na visão recorrente e prejuízo de R$ 155,7 milhões na visão contábil, esse último 27,8% menor do que no mesmo trimestre de 2020. 

O resultado líquido contábil da companhia no 3T21 foi negativamente impactado pelos negócios descontinuados (em run-off), com efeito total negativo de R$ 329,5 milhões, dos quais R$ 219,4 milhões decorrentes da cauda de contrato descontinuado do segmento de Vida no exterior. Esse impacto foi parcialmente compensado por efeitos não recorrentes (one-offs) de R$ 129,3 milhões, principalmente devido ao ganho de ação judicial referente ao PIS/Pasep.

“Os números mostram recuperação e melhora da companhia. O IRB trabalha fortemente para ter processos bem estruturados, governança forte e estratégia de longo prazo, além de ter revisado toda sua carteira de subscrição para torná-la rentável e sustentável. Nosso objetivo é crescer com rentabilidade, usando nossos diferenciais competitivos para alavancar nossa participação no mercado local”, afirma o CEO do IRB Brasil RE, Raphael de Carvalho.

Sinistralidade

No 3T21, o sinistro retido total foi de R$ 1,9 bilhão, uma elevação de 33,9% ante o mesmo período em 2020. A alta é reflexo da elevação das provisões de sinistros a liquidar, que cresceram por conta do reconhecimento de sinistro de contrato descontinuado (run-off) no segmento de Vida no exterior, no montante de R$ 219,4 milhões. Excluindo os sinistros dos negócios descontinuados, que totalizaram R$ 349,2 milhões, o índice de sinistralidade do 3T21 foi de 99,6%.

“Vale ressaltar que, na comparação dos trimestres, o índice de sinistralidade foi impactado pela cauda dos contratos descontinuados. Na visão recorrente, registramos sinistros nos segmentos patrimonial, de riscos especiais e aviação, decorrentes de Contratos Facultativos, cuja cobertura dos riscos faz parte de nosso negócio e cuja sinistralidade está em linha com o mercado de seguros e resseguros, que no terceiro trimestre teve queda no desempenho em termos gerais”, analisa Wilson Toneto, Vice Presidente Técnico e de Operações  do IRB Brasil RE.

Prêmio emitido

Em linha com a estratégia de revisão do portifólio e de foco no mercado local, a participação dos prêmios emitidos no Brasil aumentou de 51% nos 9M20 para 61%, nos 9M21. De julho a setembro, o volume total de prêmios emitidos pelo IRB Brasil RE apresentou uma redução de 12,4% em relação ao 3T20, totalizando R$ 2,6 bilhões. Já o prêmio emitido no Brasil somou R$ 1,79 bilhão no 3T21, praticamente estável ante igual período de 2020. Destacam-se as linhas de Rural, com alta de 70,3%, e Vida, com 38,1%. O prêmio emitido no exterior, por sua vez, totalizou R$ 814,2 milhões no 3T21, o que representou uma redução de 30,2% em relação ao 3T20.

Nos nove meses de 2021, o volume total de prêmio emitido recuou 10,9% na comparação com o mesmo período do ano passado, totalizando R$ 6,69 bilhões. No acumulado do ano, o prêmio emitido no Brasil totalizou R$ 4 bilhões, o que representou um incremento de 5,8%, refletindo alta em Vida (+43,1%) e Rural (+28,5%). O prêmio emitido no exterior foi de R$ 2,6 bilhões, com uma queda de 28,5% em relação aos nove meses de 2020.

No entanto, graças ao menor volume de retrocessões em 2021, o prêmio ganho registrou crescimento tanto na comparação trimestral como no acumulado do ano. No 3T21, o prêmio ganho alcançou R$ 1,67 bilhão, 8,1% acima do 3T20, enquanto nos 9M21 o prêmio ganho foi de R$ 4.857,0 milhões, 1,7% maior do que em 2020.

Caixa operacional

O IRB Brasil RE apresentou geração de caixa operacional positiva pelo quinto trimestre consecutivo. Neste 3T21, a geração de R$ 604,8 milhões é 332% superior aos R$ 140 milhões gerados no 3T20. Nos 9M21, a geração de caixa operacional totalizou R$ 1,1 bilhão. “Vale destacar que os resultados e a geração de caixa têm que convergir no longo prazo. No passado o IRB dava resultados positivos e queimava caixa. Desde a reestruturação, em contrapartida, viemos pagando essa diferença com resultados contábeis que ainda estão negativos, mas a geração de caixa positiva indica que estamos avançando no caminho certo”, avalia Willy Jordan, Vice Presidente Financeiro e de Relações com Investidores da Companhia.

Solvência e enquadramento regulatório

O IRB Brasil RE registrou, no fim do 3T21, excesso de capital regulatório de R$ 647,2 milhões. Isso equivale a um índice de solvência regulatória de 143% (patrimônio líquido ajustado vs. capital de risco total), ao mesmo tempo em que o índice de solvência total da empresa (geralmente utilizado em outros países) alcançou o patamar de 264% (patrimônio líquido vs. capital de risco total). A companhia encerrou o trimestre com suficiência no enquadramento regulatório de R$ 43 milhões. Excluindo-se a margem adicional de 20% sobre o capital de risco, a suficiência de ativos elegíveis para garantia das provisões técnicas ficou em R$ 347,4 milhões.

Perspectivas

“No quarto trimestre nosso foco será direcionado a voltar a crescer com rentabilidade. Acreditamos que alguns vetores influenciarão positivamente essa trajetória, sobretudo em 2022, como por exemplo projetos de infraestrutura, concessões e a contínua retomada do emprego.  Esperamos também impacto positivo na rentabilidade financeira com o novo cenário de juros e o arrefecimento dos efeitos dos negócios em run-off”, analisa Raphael de Carvalho.

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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