Conjuntura CNseg analisa economia e seguros

Além de análises sobre desempenho positivo do PIB, publicação traz panorama completo do setor e projeta resultado para o ano

Fonte: CNseg

A edição nº 47 da Conjuntura CNseg, publicação produzida pela Confederação Nacional das Seguradoras, analisa o crescimento de 1,2% do PIB no primeiro trimestre do ano, em relação ao mesmo período de 2020, e seus impactos na economia. Essa análise mostra que, apesar da maior severidade da segunda onda da pandemia, não apenas a adesão às medidas de isolamento e às restrições a atividades econômicas foi menor, como provavelmente a relação entre isolamento e atividade econômica também se tornou menos intensa.

A recuperação da economia desde seu pior momento no segundo trimestre do ano passado tem sido desigual, com desempenho melhor da indústria e do agronegócio em comparação com vários segmentos do setor de serviços, especialmente os serviços prestados às famílias.

A avaliação é que se abre uma janela de oportunidades para que a agenda de reformas avance e os fundamentos econômicos melhorem, na esteira da ampliação da vacinação contra a Covid-19, de um maior crescimento global e da forte demanda pelos produtos tipicamente exportados pelo País. Há ainda muitas incertezas no horizonte e a questão fiscal, que é principal fragilidade da economia brasileira, está distante de ser equacionada.

Outra questão abordada é sobre o nível de ocupação da mão de obra, medida pela PNADc, que está 7,1% menor no trimes­tre encerrado em março último em relação ao mesmo período do ano passado (são 6,6 milhões de ocupados a menos). Isso pode ser uma jobless recovery, no jargão tomado dos economistas americanos, uma recuperação sem emprego, agrava­da pela grande desigualdade brasileira, que se manifesta também como diferenças de pro­dutividade: dos milhões de pessoas a menos na força de trabalho, a maioria estava empregada em serviços de baixa produtividade, em grande parte informais. Por isso, a renda que geravam faz pouca diferença no crescimento agregado da economia, que se recupera, ao menos neste primeiro momento, em setores menos intensi­vos em mão de obra e de maior produtividade (como a agropecuária e os serviços financeiros, tecnológicos e de informação), constata a publicação.

A publicação apresenta também um panorama completo do desempenho do setor de seguros, inclusive com a divulgação dos dados de Saúde do primeiro trimestre de 2021, realizada pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Sem DPVAT, o setor arrecadou o montante de R$ 130,9 bilhões em contraprestações líquidas, prêmio direto de seguro, contribuições de previdência e faturamento de capitalização, nos primeiros três meses de 2021, montante 8,7% superior ao mesmo período de 2020. 

Todos os segmentos mostraram melhor desempenho em relação ao mesmo mês do ano anterior, com destaque para Cobertura de Pessoas que avançou 59,3% neste período. Um dos destaques é para o resultado recorde nas concessões de crédito imobiliário a pessoas físicas vem impulsionando o seguro Habitacional. Segundo dados do BC, em abril de 2021, as concessões de crédito para pessoa física destinadas ao financiamento imobiliário apresentaram resultado recorde na comparação com o mesmo mês do ano anterior, de 85,3%.

Para completar, a CNseg volta a publicar as projeções de arrecadação do setor segurador após a suspensão ocorrida durante eclosão da pandemia. Foram estabelecidos dois intervalos distintos de expansão da arrecadação no ano: de 5% a 9,4% (com Saúde Suplementar, mas sem DPVAT), ou de 5,5% a 8,9% (sem DPVAT e sem Saúde suplementar), dependendo do comportamento das variáveis exógenas usadas no modelo de previsão.

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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