As atenções do mercado estarão voltadas para o tom do comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom), que se reúne para decidir a nova taxa básica de juros (Selic), com divulgação na quarta-feira, 16, a partir das 18 horas. “Nossos olhares se voltam para o comunicado, que é emitida junto com a decisão, e posteriormente para a Ata com mais detalhes, que deve deixar claro se o Banco Central continuará buscando um ajuste “parcial” do estímulo monetário – como vinha sinalizando – ou se passará a explicitamente buscar o ajuste que for necessário para trazer a inflação para a meta no ano que vem”, comenta Pedro Simões, do Comitê de Estudos de Mercado da CNseg, a Confederação Nacional das Seguradoras.
As projeções para a Selic apontam que o mercado aposta na segunda opção, com a mediana das expectativas para os juros básicos ao final deste ano saltando de 5,75% para 6,25%. Para 2022, permanece a projeção de 6,5%, segundo o Boletim Focus, divulgado pelo Banco Central, nesta segunda-feira, 14. Simões também destaca que, apesar do resultado melhor que o esperado do PIB do primeiro trimestre deste ano e dos sinais discretos, mas positivos, do andamento da agenda de reformas no Congresso, há preocupação com a inflação, o que se reflete nas projeções. “Com o IPCA alto e expectativas de inflação revisadas a cada dia, o BC deve agir para segurar as expectativas e garantir a inflação dentro da meta em um horizonte mais longo, considerando-se também o pano de fundo de uma possível crise hídrica. O cenário de curto-prazo é, sem dúvidas, mais positivo, com revisões altistas para o crescimento do PIB este ano, mas a expectativa para 2022 já está sendo reduzida, como mostra o boletim divulgado hoje, evidenciando a ainda grande incerteza”.
A mediana das projeções do mercado para o crescimento da economia brasileira em 2021 voltou a subir, de 4,36% para 4,85%, no Boletim Focus, do Banco Central, divulgado nesta segunda-feira com estimativas coletadas até o fim da semana passada. Para 2022, o ponto-médio das expectativas para a expansão do PIB foi reduzido de 2,31% para 2,20%.
Leia a íntegra do Boletim Acompanhamento de Expectativas Econômicas produzido pela CNseg.