América Latina 2021: um longo caminho para a recuperação

O aumento da conscientização de riscos deve apoiar a demanda, especialmente para produtos de seguro de vida

Fonte: Swiss RE

A COVID-19 atingiu a América Latina com mais força do que qualquer outra região no ano passado, com uma queda do produto interno bruto (PIB) de 7%, maior do que durante a crise financeira global de 2008-09. A fraca resiliência econômica após anos de baixo crescimento e problemas estruturais anteriores à pandemia pesará na recuperação de toda a região e minará a capacidade dos países de absorver choques econômicos no futuro. Espera-se que o PIB regional volte ao nível pré-pandemia ao final de 2022, o que se traduziria em três anos de perda de crescimento.

O relatório “América Latina 2021″um longo caminho para a recuperação“, publicado pelo Swiss Re Institute, prevê que o PIB na América Latina irá crescer 5% em 2021.

O setor de seguros na América Latina – e a nível global – tem sido mais resiliente às consequências da pandemia do que inicialmente esperado. O relatório prevê uma recuperação de 4.4% (em termos reais) do prêmio regional em 2021, após contração de 3.4% em 2020. Uma recuperação de 3.6% de crescimento em prêmios de Vida & Saúde (L&H) na região em 2021 é esperada após uma queda de 4.1% em 2020. O aumento da conscientização de riscos deve apoiar a demanda, especialmente para produtos de seguro de vida. O Swiss Re Institute também espera uma forte recuperação em seguros Patrimoniais e de Danos (P&C), incluindo prêmios de linhas especiais, de 6.8% em 2021 (vs – 4.1% em 2020). Isso será impulsionado pelo aumento dos preços de seguros comerciais.

Em relação ao Brasil, o relatório prevê que o crescimento do PIB (em termos reais) se recupere em 3% neste ano e em 2.5% em 2022, após contração de 4.1% em 2020. No entanto, o crescimento acima do esperado no primeiro trimestre de 2021 (1.2% comparado ao último trimestre de 2020, anunciado pelo IBGE hoje) implica um viés de alta para a projeção de PIB. Fortes estímulos fiscais e monetários no ano passado ajudaram o país a enfrentar melhor a crise do que seus pares. Entretanto, a crise de saúde da COVID-19 pode continuar a pesar sobre o consumo e prejudicar a recuperação.

A inflação deverá acelerar para 5.1% em 2021, acima da meta do Banco Central de 3.75%, apesar de uma lenta recuperação da economia. Em um ambiente de alta inflação persistente, fraqueza da moeda e deterioração das finanças públicas, o Banco Central já se tornou mais agressivo este ano. Espera-se que o Banco Central aumente a taxa Selic de 2% para 5% até o final do ano.

Projeta-se crescimento total de prêmios (P&C e L&H) de quase 3.5% em termos reais em 2021 e 3.8% em 2022. As linhas pessoais serão moldadas pela recuperação da atividade econômica e do emprego, e o aumento dos preços de seguros apoiará as linhas comerciais.

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Ouça nosso podcast

ARTIGOS RELACIONADOS