Todas as atenções voltadas para a divulgação do PIB do primeiro trimestre deste ano

Condições hidrológicas adversas levantam temores que vão desde os impactos na inflação até mesmo racionamento - ainda que especialistas considerem a possibilidade remota

A expectativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para 2021 segue subindo, com alta de 3,52% para 3,96% no boletim Focus divulgado pelo Banco Central nesta segunda-feira, 31, diante de uma economia que se mostra mais resiliente em relação à pandemia do que se esperava. Em contrapartida, para 2022 as projeções recuaram novamente, agora de 2,30% para 2,25%. “A grande expectativa está para a divulgação do PIB nesta terça-feira, 1 de junho. Todos aguardam para entender as mudanças que o IBGE pode vir a fazer, para possivelmente corrigir dados que envolvem a sazonalidade dos diversos setores”, comenta Pedro Simões, do Comitê de Estudos de Mercado da CNseg, a Confederação Nacional das Seguradoras.

Para o período de 24 a 28 de maio, como Simões já previa, as projeções para o PIB melhoraram porque estavam ainda abaixo do crescimento garantido pelo carregamento estatístico, de 3,6%. “Mas, para o ano que vem, o recuo atesta que, apesar dos resultados melhores que o esperado no curto prazo, continua no País o ambiente de grande incerteza em relação à dinâmica da pandemia, à economia e à política”, acrescenta.

Os números do emprego também devem gerar debates entre economistas. “Os dados de trabalho mostram que estamos com menos da metade da população em idade ativa de fato trabalhando e o PIB mesmo assim, consegue voltar a crescer, ainda que aquém do potencial do País. Vamos acompanhar esta pauta para ver a elasticidade que ela traz na relação entre emprego e PIB”, diz o economista da CNseg.

As expectativas de inflação para 2021 continuam avançando, passando de 3,24% para 3,31%, superando, portanto, o teto da meta estabelecida pelo CMN, de 3,25%. Essa é a oitava elevação consecutiva das expectativas. Já para 2022, a expectativa para a inflação oficial subiu marginalmente de 3,67% para 3,68%. Com projeções para inflação superando a meta este ano, os analistas consultados também aumentaram sua projeção para a Selic no final deste ano, de 5,50% para 5,75%.

“A permanência de condições hidrológicas adversas levanta temores que vão desde os impactos na inflação – que já se encontra pressionada – com o acionamento da bandeira vermelha 2 em junho devido aos maiores custos com geração das termelétricas à possibilidade de apagões nos horários de pico, restrições no uso da água pelo setor mais dinâmico da economia, a agropecuária, e até mesmo racionamento – ainda que especialistas considerem a possibilidade remota.”

Leia a íntegra do Boletim Acompanhamento de Expectativas Econômicas produzido pela CNseg.

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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