Fonte:CNseg
A Conjuntura CNseg nº 44, a nova edição da publicação produzida pela Confederação Nacional das Seguradoras, mostra expansão do setor segurador após a incorporação do resultado final de saúde suplementar em 2020.
No texto sobre análise setorial, a publicação destaca que, influenciada pelos números fechados da saúde suplementar em 2020 pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), a arrecadação consolidada do setor segurador (Seguros- sem DPVAT -; Previdência e Vida; Saúde Suplementar e Capitalização) avançou para R$ 500,9 bilhões no ano passado, representando crescimento de 3% sobre 2019.
Sem saúde suplementar, o montante arrecadado em 2020 fora de R$ 273,7 bilhões, 1,3% superior ao de 2019. A taxa de participação do setor em proporção ao PIB subiu para 6,7% no ano passado, com a inclusão da saúde suplementar.
Segundo a publicação, a saúde suplementar encerrou 2020 com R$ 227 bilhões em contraprestações líquidas, crescimento de 5,1% em relação a 2019. Houve, contudo, desaceleração sobre 2019, quando o segmento havia crescido 8% sobre 2018.
Sobre o quadro macroeconômico, a Conjuntura CNseg constata que a economia mostrou-se mais resiliente do que o esperado no primeiro trimestre, mas adverte que as métricas de análise devem ser olhadas com cautela com a inclusão dos números de março, porque indicam um cenário de forte crescimento que, na prática, não se verifica.
A análise macroeconômica explica que os desvios das métricas, sobretudo na comparação mês contra mês do ano anterior, ocorrem porque em março do ano passado houve as primeiras medidas restritivas à circulação e ao funcionamento de indústrias e empresas comerciais e de serviços, refletindo-se na dessazonalização dessas séries em tempos tão excepcionais.
Há exemplos numerosos: a PIM-PF, por exemplo, mostrou que a produção industrial brasileira recuou 2,4% em março perante fevereiro, na série livre de efeitos sazonais. No entanto, na comparação contra o mesmo mês de 2020, março apresentou alta de 10,5%.
Já a PMC registrou queda de 0,6% no comércio varejista em março sobre fevereiro, mas indicou alta de 2,4% na comparação a março de 2020. A oscilação se repete com o IBC-Br, indicador de atividade agregada do Banco Central. O índice teve queda de 1,59%, consideravelmente menor que a esperada na margem. Na comparação contra o mesmo mês de 2020, o IBC-Br marca alta de 6,26%. No primeiro trimestre, a alta ficou em 2,3%.
A publicação apresenta também o desempenho do setor de seguros neste ano, demonstrando o comportamento heterogêneo entre as coberturas de Danos e Responsabilidade e as Pessoais nos três primeiros meses do ano, ainda impactadas pela pandemia. Sem Saúde Suplementar e DPVAT, o setor de seguros fechou o primeiro trimestre de 2021 com crescimento de 10,3% em relação ao mesmo período de 2020, acumulando o montante de R$ 71,2 bilhões em prêmios de seguros, contribuições em Previdência Privada e faturamento de capitalização. Lembra a publicação que, no primeiro trimestre do ano passado, a crise da pandemia estava em seu começo, o que possibilitou ao setor obter um crescimento de 7,8% sobre o mesmo período de 2019.
O estudo faz ainda um prognóstico positivo para o primeiro semestre do ano, destacando que os indicadores econômicos poderão apresentar mais vigor entre abril e maio, tendo em vista a diminuição das restrições à circulação e às atividades econômicas em abril e maio. “Espera-se um cenário um pouco mais positivo para a primeira metade do ano e, por essa razão, as expectativas para o crescimento do PIB em 2021 começam a ser corrigidas para cima, como abordaremos mais adiante”, diz o estudo.
A inflação, em alta global, influenciada pela escassez ou elevação de preços de insumos de produção e materiais básicos, além dos alimentos, e comportamento do emprego são outros temas tratados na nova publicação. A correlação entre inflação e taxa de emprego é avaliada, destacando-se que as grandes transferências de renda às famílias podem estar desestimulando a busca por emprego, enquanto outros acreditam que os problemas de escassez nas cadeias de produção estariam por trás das contratações abaixo do previsto, fato corroborado pelas altas taxas de aumento dos salários no País. A correlação entre os indicadores econômicos, setoriais e o comportamento dos ramos e modalidades de seguros é assunto recorrente na nova publicação.