AGCS cresce no Brasil em 2020 e aposta em bons resultados neste ano

Globalmente, a AGCS teve um crescimento de 2,3% na emissão de prêmios brutos ( € 9,312 bilhões – 2020). No caso da AGCS Re Brazil, o volume de prêmios emitidos brutos de comissão de cedente avançou 6%

Glaucia Smithson, líder regional de distribuição Ibero/Latam da AGCS e CEO da AGCS Re Brasil, conversou com o blog Sonho Seguro sobre como a pandemia tem afetado o mercado de resseguros no Brasil e no mundo. Acompanhe os principais trechos na entrevista abaixo:

Como a pandemia mudou o resseguro?

Todo o segmento segurador, incluindo o resseguro, foi fortemente impactado no ano de 2020 pela pandemia. No caso da AGCS, que atua com grandes riscos corporativos, sentimos o impacto principalmente em linhas de negócio fortemente afetadas pelos lockdowns e restrições quanto a aglomerações, como o setor de entretenimento, por exemplo. No Brasil e no mercado latinoamericano, onde atuamos com resseguro desde 2013, tivemos um resultado positivo no ano passado, ainda que com a diminuição de emissões de apólices para a cobertura de eventos, como citado. Os números foram equilibrados pois, como consequência da pandemia e de mudanças na legislação, mais empresas buscaram soluções de gestão de risco ao longo do ano, como nos casos dos seguros cibernéticos. Outro ponto bastante positivo é que a região manteve um bom ritmo no setor de infraestrutura, com a continuidade de importantes grandes obras, principalmente no México e na Colômbia, com consequências bastante positivas para as ressegurador mais tradicionais em nosso mercado.

Como foi 2020 para a AGCS e quais as perspectivas para 2021?

Em um ambiente extremamente desafiador em 2020, o Grupo Allianz demonstrou resiliência frente a uma crise de saúde sem precedentes e taxas de juros prolongadas. O desempenho financeiro no ano fiscal de 2020 foi notavelmente robusto em todos os segmentos de negócios, embora a pandemia Covid-19 tenha deixado sua marca, especialmente nas linhas comerciais de P&C. Globalmente, a AGCS teve um crescimento de 2,3% na emissão de prêmios brutos ( € 9,312 bilhões – 2020). No caso da AGCS Re Brazil, o volume de prêmios emitidos brutos de comissão de cedente atingiu o montante de R$ 429,1 milhões (R$ 401,4 milhões em 2019), um crescimento de 6% impulsionado por fatores como novos negócios, expansão de relações comerciais já existentes, precificação diligente, crescimento das operações internacionais e efeitos de câmbio. Para 2021 ainda veremos alguma exposição resultado de contratos multi-year na carteira de Entretenimento, porém com impacto financeiro muito menor do que em 2020.

Quais produtos tem tido aumento na demanda com a pandemia?

O segmento de cyber risks foi um dos que mais cresceu em 2020. Com a abrupta mudança das operações das empresas para o trabalho remoto, notamos um aumento exponencial de incidentes cibernéticos. Só no Brasil, por exemplo, foram cerca de R$ 3 bilhões perdidos em ataques cibernéticos nos primeiros 9 meses do ano passado. Além do aumento da vulnerabilidade de sistemas, as empresas também ainda buscam por essa proteção em linha com a  LGPD, que a partir deste ano começará a impor multas e sanções às companhias que não se adequare m a seus termos. Desse modo, vemos para 2021 um aumento na demanda pelos seguros cibernéticos.


E como ficou o risco de danos, ou Property e Casualty (P&C)?

Em Property, o ano de 2020 apresentou uma tendência bastante diferente do usual. De acordo com a publicação “Covid-19: changing claims patterns”, a maioria das notificações de sinistros de lucros cessantes veio como decorrência dos lockdowns, e não dos tradicionais gatilhos de danos físicos. Importante citar que, no entanto, não há cobertura para lucros cessantes causados por lockdowns.

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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