Crescimento do PIB ainda incerto pressiona inflação e aumento de juros, avalia CNseg

A mediana das estimativas para o crescimento do PIB ao final de 2021 recuou pela segunda semana seguida, de 3,26% para 3,23%. Há um mês, as projeções indicavam uma expansão de 3,43%

Segundo Pedro Simões, do Comitê de Estudos de Mercado da CNseg, a Confederação Nacional das Seguradoras, o agravamento da pandemia no País tem custos diretos, atribuídos às maiores restrições à circulação das pessoas e fechamento total ou parcial de negócios para diminuir o contágio, quanto indiretos, ligados à queda da confiança de empresários e consumidores e também de investidores internacionais, o que tende a manter o câmbio pressionado, dificultando o controle da inflação, mesmo em um cenário de atividade muito fraca. “Isso sem dúvida retarda a recuperação que estávamos observando até o final do ano passado”, comentou ele nesta segunda-feira, após a divulgação do Boletim Focus, do Banco Central. 

O economista afirma que a principal variável para determinar se o segundo trimestre também pode ser comprometido está na única solução possível para resolver simultaneamente as crises sanitária e econômica: a vacinação. “Mesmo que seja difícil acreditar que os gargalos estejam solucionados até lá, se houver indicações disso, alguma confiança já pode ser retomada. Nesse sentido, a decisão de que estados, municípios e até mesmo empresas poderão adquirir doses é positiva”, acrescenta. 

Outro destaque desta semana está na reunião do Conselho de Política Monetária (Copom), que na quarta feira divulgará como fica a taxa básica de juros da economia, a Selic. A aposta dos analistas que mais acertam é de que a taxa subirá meio ponto percentual, para 2,50% ao ano. “Geralmente associamos aumentos de juros a um cenário mais negativo do ponto de vista de atividade, mas a atual situação é tão excepcional que o aumento nesse momento sinaliza o início de um retorno a alguma normalidade na economia, dado que juros reais negativos não parecem ser compatíveis com um país com o fiscal tão apertado como o nosso, o que se manifesta na nossa taxa de câmbio muito mais depreciada que a de nossos pares emergentes, afetando a inflação”, comenta. 

Do ponto de vista do setor, acrescenta Simões, tal aumento pode ser visto como positivo não apenas porque é o recomendado do ponto de vista macroeconômico, melhorando o ambiente de negócios, como também aumenta a remuneração das grandes reservas técnicas das seguradoras, que totalizam mais de R$ 1,3 trilhão. 

Leia a íntegra do boletim Acompanhamento de Expectativas Econômicas semanal feito pela Superintendência de Estudos e Projetos (Suesp) da CNseg, no portal de CNseg.

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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