Previsão de inflação para 2021 tem leve alta e anúncio da vacinação impacta pouco no curto prazo

Estimativas sobre PIB, produção industrial e taxa básica de juros também foram alteradas pelos economistas ouvidos pelo Banco Central, para a elaboração do boletim Focus, divulgados às segundas-feiras 

A estimativa sobre a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), para este ano, subiu de 3,34% para 3,43%. As projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2021 registrou avanço de 3,41% para 3,45%. Os dados, colhidos pelo Banco Central com economistas até a última sexta-feira, ainda não refletem o início da vacinação contra o coronavírus. 

Segundo avalia Pedro Simões, economista do Comitê de Estudos de Mercado da CNseg, a Confederação Nacional das Seguradoras, o efeito vacinação tem pouca influencia no curto prazo, onde o peso está nas chocantes cenas registradas em Manaus, com mortes por falta de oxigênio em meio à explosão de casos da Covid-19. “Tais imagens acendem ainda mais luzes de alerta para outras regiões do País, que podem sofrer com esta segunda onda”, acredita. 

Para o economista da CNseg, o fracasso do governo no episódio da importação de doses da vacina da Oxford-AstraZeneca produzidas na Índia deixa bastante claro que vacinar o número de pessoas necessário para que se chegue à imunidade coletiva levará tempo e exigirá esforço, coordenação e recursos. “Já por outro lado, o Brasil conta a estrutura logística e a experiência de algumas das maiores campanhas de vacinação do mundo, o que é muito positivo”, acrescenta.

O cenário externo, segundo Simões, também traz otimismo, com o avanço da vacinação pelo mundo, forte crescimento da China, e pela perspectiva de estímulos adicionais na economia americana com a pose de Joe Biden na quarta-feira e com a Casa Branca e o Congresso dominados por democratas. Em contrapartida, diz, o noticiário local deve seguir entre a guerra de narrativas e ações envolvendo a vacinação e a eleição para a presidência das casas do Congresso. “Comi isso, pouco tempo ou atenção devem sobrar para outros temas e, por isso, a agenda econômica, na melhor das hipóteses, só deve voltar a ser trabalhada em fevereiro”.

Leia a íntegra do boletim Acompanhamento de Expectativas Econômicas semanal feito pela Superintendência de Estudos e Projetos (Suesp) da CNseg, no portal de CNseg.

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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