Diretora Executiva da CNseg pede coragem para a revisão da Lei 9.656, da saúde privada, e debate empoderamento das mulheres
Fonte: CNseg
Os tópicos sobre o esforço extenuante do SUS e das operadoras de saúde durante o combate à Covid-19, as perspectivas de futuro desses dois pares e os desafios para as mulheres alcançarem postos de liderança foram destacados pela Diretora de Relações de Consumo e Comunicação da CNseg – Confederação Nacional das Seguradoras, Solange Beatriz Palheiro Mendes, no painel “O papel das mulheres na transformação da saúde”, promovido pelo Fórum Inovação Saúde (FIS), que se encerrou nesta quarta-feira (11) e teve como tema central “Repensando a saúde Brasileira”.
Solange Beatriz avaliou positivamente a atuação do SUS e da saúde privada, ressaltando que a pandemia impactou todos os setores, exigindo, contudo, ainda mais dos esforços da área de Saúde.
Em seu diagnóstico, a Diretora da CNseg afirmou que a saúde como um todo tem desafios importantes pela frente. A seu ver, a Lei 9.656, que de fato incorporou avanços enormes na proteção dos beneficiários, precisa ampliar ainda mais o acesso da população.
Entre “os enormes desafios”, Solange Beatriz destacou: a inflação médica desenfreada – no mundo e no Brasil muito acima de qualquer Índice de Preço ao Consumidor; o envelhecimento da população e suas consequências na transição demográfica e etária. Ou ainda, o fenômeno da transição epidemiológica, agora em grau exponencial com o avanço de vírus, como a Covid-19. Acrescente-se à relação de problemas, desequilíbrio na renda das famílias, crises econômicas que afetam empresas e empregos, ao lado dos avanços tecnológicos, que tradicionalmente oneram os custos das operadoras, mas agora cooperam para viabilizar o acesso à população. “Espero que esta crise deixe como legado o uso massivo de recursos tecnológicos, focando em prevenção e promoção de saúde, atenção básica, e empenho, tanto do setor público quanto do privado, em propiciar maior acesso e qualidade de vida à população”, declarou.
Outro tema pontuado por Solange Beatriz foi o desempenho das mulheres no mercado de trabalho, sobretudo o caminho para conduzi-las à liderança. Para ela, as mulheres vêm obtendo conquistas, cada vez mais espaço no mercado de trabalho, são mais escolarizadas, mas o caminho é árduo, longo, longuíssimo. “As mulheres precisam inspirar outras mulheres a serem corajosas, conscientes, confiantes. Eu acredito que a liderança feminina é diferente da masculina. E que precisamos manter as nossas características, diferenças. Afinal, temos de ter coragem para fazer diferente, se somos líderes,” assinalou.
Ainda assim, o jogo é desigual entre os gêneros. “A realidade ainda é de sobrecarga maior de trabalho doméstico, salários mais baixos para funções de mesmo nível, violências motivadas por gênero”, reconheceu, para quem cargos de liderança demandam muito tempo, dedicação e investimento profissional. “E equilibrar esse trabalho com a vida doméstica, família e amigos exige habilidade e flexibilidade”, afirmou ela.
Solange Beatriz fez um diagnóstico da equidade de gêneros no mercado de seguros. “No mercado de seguros temos a AMMS, a associação de mulheres do mercado de seguros, que atua nessa direção. Temos na CNseg um Grupo de Trabalho próprio para tratar de Diversidade e Inclusão. “Porque há vários obstáculos, e o principal é a cultura machista (ou seria melhor masculina?) estrutural – a oportunidade é dada aos seus parecidos. Como há prevalência masculina, as escolhas recaem sobre os seus iguais.”
A seu ver, as sementes pela igualdade estão plantadas, e as empresas são cada vez mais pressionadas a fazer ações efetivas. Ações como criar metas para reduzir a diferença na proporção entre cargos ocupados por homens e mulheres nos quadros de gerência e de executivos; criar instâncias para implementação das ações; promover ações de engajamento da alta liderança e a participação de homens nos debates e iniciativas. Afinal, se a alta liderança não estiver envolvida, não haverá avanço. Enfim, os rótulos têm que ser desmitificados.
E, concluiu Solange Beatriz que líderes devem sempre perseguir valores como: humildade, disciplina, respeito e reconhecimento à equipe, concentração, boa comunicação, ausência de narcisismo, personalidade discreta, capacidade de decisão e assumir responsabilidades, habilidade técnica mais inteligência emocional, atenção ao contexto, criatividade, honestidade moral e intelectual. Mas, acima de tudo, demonstrar que prestigia e busca esses valores.