Fonte: CNseg
A profissionalização da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg) em curso na sua gestão, a primeira de um presidente CLT da entidade, o relacionamento do setor segurador com a Susep, os cinco mil projetos de lei envolvendo os seguros, a aversão ao risco que deve suceder a pandemia, os avanços no marco regulatório, incluindo ajustes necessários no microsseguro, e a LGPD foram alguns dos temas levantados pelos jornalistas para o presidente Marcio Coriolano em live realizada na última quinta-feira.
No encontro, Marcio Coriolano afirmou que a pandemia despertou a percepção de riscos em todos nós, motivando a compra de seguros, como o de Vida e Saúde, nos segmentos sociais preservados da crise econômica. No caso da população de baixa renda, segmento dos mais afetados pela pandemia, ele disse que o microsseguro, se tivesse maior taxa de penetração, poderia mitigar parte de suas dores. Mas o microsseguro ainda depende de novas desonerações regulatórias e de mais canais de distribuição, como o varejo, para ampliar o alcance e colocar mais pessoas sob sua salvaguarda. Levando-se em conta que 67% das famílias brasileiras ganham abaixo de dois salários mínimos, o microsseguro reúne condições de dispor de um mercado potencial de crescimento bastante razoável.
LGPD – Marcio Coriolano informou que foi constituído um grupo de trabalho misto, envolvendo a CNseg, FenSeg, FenaPrevi, FenaSaúde, FenaCap e Fenacor, para tratar da responsabilidade compartilhada de dados pessoais a partir da vigência da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). Já houve três reuniões para acertar o papel de cada um na movimentação dos dados pessoais. “Existe a questão sobre de quem é a responsabilidade que deve ser compartilhada ou dividida entre seguradores e corretores durante o processo de produção, distribuição e utilização de informações. A matéria prima do nosso setor é dado pessoal, que permite precificar o seguro e pagar o sinistro”, observou. Ele lembrou que o tema já estava em discussão há muito tempo na CNseg, que, inclusive, produziu o Guia de Boas Práticas do Mercado Segurador Brasileiro com os principais preceitos que devem ser observados na cadeia de seguros, em virtude dessa Lei.
DESEMPENHO – Para o Presidente da CNseg, o setor segurador continuará a apresentar um desempenho descolado da contração do PIB. Sua resiliência tem a ver com o fato de grande parte do mercado consumidor de seguros continuar preservado dos impactos da crise econômica produzida pela pandemia. “O poder de compra das classes sociais que adquirem seguros não foi afetado, ainda que a massa de rendimento do País tenha sim. Ao mesmo tempo, as pessoas criaram uma poupança por precaução, em consequência das restrições à mobilidade e dificuldades de acesso aos serviços, e parte desses recursos entesourados agora pode ser destinada à compra de coberturas, em resposta à aversão aos riscos causados pela pandemia”, ressaltou.
FUSÕES E INCORPORAÇÕES – Importante para fortalecer a presença dos grupos estrangeiros no País, a revolução silenciosa deve ainda ter continuidade, mas andar de forma mais lenta, de acordo com Marcio Coriolano. O contingenciamento de operações de fusões e incorporações tem relação direta com o momento adverso da economia global, com a escassez de capitais, e vai depender da estratégia competitiva de cada empresa.