Seguradoras de olho na volatilidade trazida pelo coronavírus

Coronavírus aciona pela sexta vez o Circuit break da B3, dólar encosta em R$ 5, analistas reduzem expectativas do PIB, da inflação e dos juros. O Ibovespa registrava queda de 11,57% as 11h10. As ações do IRB caiam 9,8%, BB Seguridade -6,15%, Porto Seguro -8,8%, SulAmérica -18,46%

O mercado segurador está de olho na economia, uma vez que o crescimento do setor está atrelado a tudo que acontece de bom ou de ruim com o país. A mediana das projeções do mercado para o crescimento do PIB brasileiro em 2020 voltou a cair, desta vez com maior intensidade ainda, de 1,99% para 1,68%, no Relatório Focus divulgado hoje pelo Banco Central, com estimativas coletadas até o fim da semana passada. Para 2021, o ponto-médio das expectativas permaneceu inalterado em 2,50%. A mediana das projeções dos economistas do mercado para a inflação oficial em 2020 voltou a cair, de 3,20% para 3,10%. A mediana das estimativas para a taxa básica de juros no fim de 2020 caiu de 4,25% para 3,75%. Para o dólar, as apostas para o fim de 2020 entre os Top 5 de médio prazo teve uma alta forte, de R$ 4,15 para R$ 4,63.

Tais números do Copom devem sofrer ainda mais alterações na próxima segunda-feira, com as medidas anunciadas pelo banco central americano no último domingo a noite, na qual reduziu sua taxa básica de juros para uma faixa entre zero e 0,25%. A redução, de 1% em relação ao índice anterior, é a maior desde a crise de 2008. O Fed também zerou o compulsório e anunciou programa de compra de títulos de US$ 700 bilhões, a partir de hoje, para enfrentar a tensão dos mercados e os riscos do coronavírus à economia.

Isso eleva as apostas em queda mais forte da taxa Selic, na reunião do Copom na quarta-feira. Certamente será uma semana ainda mais tensa para os mercados financeiros. No Brasil, o dia começa com o dólar abrindo quase a R$ 5 e o Conselho Monetário Nacional anunciando nesta manha duas medidas extraordinárias para ajudar a economia brasileira a enfrentar os efeitos do coronavírus. A primeira facilita a renegociação de operações de créditos e a segunda amplia a folga de capital dos bancos, permitindo que eles concedam mais empréstimos.

Enquanto o dólar batia quase R$ 5, foi acionado, pela quinta vez em duas semanas, o “circuit breaker” na B3. A pausa aconteceu ao atingir 12,53% de queda em relação ao fechamento da última sexta-feira, 13. O patamar voltou a ficar abaixo dos 75 mil pontos – 72.321,99. Às 11h10, o Ibovespa, principal índice do mercado no Brasil, operava a 73.115,92, uma queda de 11,57%. As ações do IRB caiam 9,8%, BB Seguridade -6,15%, Porto Seguro -8,8%, SulAmérica -18,46%.

Boa notícia.  Com o objetivo de apoiar a economia brasileira durante o enfrentamento da pandemia do novo coronavírus, o Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou na manhã desta segunda-feira, 16, em reunião extraordinária, duas medidas para facilitar a renegociação de até R$ 3,4 trilhões em empréstimos por famílias e empresas e ainda ampliar a capacidade de crédito do sistema financeiro em até R$ 637 bilhões.

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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