Tokio Marine lucra R$ 243 milhões no 1o. semestre

A Tokio Marine registrou lucro de R$ 243 milhões no primeiro semestre de 2019, crescimento de 24% em comparação ao mesmo período de 2018, comemora o CEO José Adalberto Ferrara em clima de grande otimismo com o desempenho da companhia, que completou em julho deste ano 60 anos de Brasil. “A companhia cresceu dois dígitos em vendas, 10,7%, para R$2,74 bilhões, no primeiro semestre na comparação com o mesmo período de 2018, um ano no qual já havíamos registrado recordes”, comemora. O índice combinado ficou em 91%, considerado um bom indicador quando se avalia uma seguradora.

No segmento no qual a seguradora opera — ramos elementares e vida — o mercado segurador registrou crescimento de 8,1% até maio, segundo dados da Confederação das Seguradoras (CNseg). Considerando-se também o PIB brasileiro caiu 0,2% no 1º trimestre deste ano, na comparação com o último trimestre do ano passado, o resultado obtido pela Tokio Marine é muito relevante. “A boa notícia é que o mercado segurador cresce. E a Tokio vai além”, ressalta o executivo.

No primeiro semestre do ano, o mix da companhia é formado por automóvel, com 62%, produtos corporativos, com 26%, seguros massificados, com 4,3%, e vida, com 7%. A linha que mais cresceu foi de seguros corporativos, com 28,8%, seguida por vida, com 18%, massificados, com 17% e auto, com avanço de 5% e 1,8 milhão veículos segurados. “Vale destacar que o seguro auto na média do mercado cresceu só meio ponto percentual até maio, o que enaltece o resultado obtido pela Tokio com avanço de 5% e nos coloca como a quarta maior do mercado neste segmento”, pontua Ferrara.

No mundo, o Brasil passou a ocupar a terceira posição em receitas do grupo, atrás apenas do Japão e dos Estados Unidos. Ou seja, o Brasil é o terceiro maior mercado do mundo do grupo japonês que opera em 38 países e neles faturou, em 2018, R$ 143 bilhões e lucrou R$ 8,6 bilhões, com seus mais de 38 mil colaboradores. “No ano passado ultrapassamos as subsidiárias da Ásia e da Inglaterra”, cita ele ao blog Sonho Seguro.

Ferrara credita o bom desempenho da companhia a várias razões, entre elas destaca a estratégia de ser multilinha (atuar com diversos tipos de seguros), lançamento de novos produtos como o seguro digital, fiança locatícia e rural, e ao investimento em tecnologia. “Esses três pontos nos ajudaram a fortalecer e a incrementar ainda mais a nossa parceria com os mais de 30 mil corretores e assessorias, num esforço conjunto de reinvenção de todos para nós adaptarmos aos novos hábitos de consumo”, comentou.

Ferrara tem fortes expectativas de manter os bons resultados para o segundo semestre. “Apesar de ser um período de competitividade maior, acreditamos que os lançamentos de produtos do primeiro semestre trarão bons frutos ainda neste ano, principalmente o seguro digital, que garante cobertura para perdas causadas por interrupção de negócios e prejuízos causados a terceiros devido a ataques cibernéticos para as pequenas e médias empresas. O mundo todo afirma que esse produto será o grande protagonista do mercado segurador em 10 anos, substituindo o seguro de automóvel”.

O auto popular também está entre os produtos destacados por Ferrara para manter os resultados sustentáveis da companhia. O grupo ampliou a faixa de veículos aceitos, agora com 126 modelos, de zero quilômetro até 25 anos de uso. “É um produto importante para todo o mercado, pois ele tem um preço mais acessível, o que ajuda a garantir a entrada de novos clientes e também reter o cliente que possivelmente deixaria de comprar o seguro em razão do envelhecimento de seu veículo”, afirma. Segundo ele, 80% dos clientes do produto popular são novos entrantes e 20% que teriam desistido do seguro tradicional, mas mantiveram a apólice por conhecer o novo produto, que é autorizado pela Susep para usar peças certificadas e indeniza um percentual menor do que a tabela Fipe, tida como referencia para os valores de automóveis.

O CEO da Tokio também está animado com a perspectiva da Superintendência de Seguros Privados (Susep) divulgar a regulamentação de seguros com prazo de menor de vigência, o que deve estimular o lançamento de diversos seguros que fazem sucesso em vários países, conhecidos como “on demand”. Atualmente, os seguros comercializados tem prazo de um ano, em sua grande maioria. A ideia é trazer produtos com prazos de horas. “Algumas subsidiárias da Tokio já tem experiência neste tipo de produto e, se realmente sair a regulamentação no Brasil, certamente ampliaremos nosso mix de produtos”, comentou.

O crescimento por aquisições é um assunto não mencionado, mas Ferrara afirma que o grupo japonês tem anunciado compras, como na Tailândia no primeiro semestre. “Temos uma posição compradora no mundo, e isso inclui o Brasil. Estamos sempre de olho em bons negócios, que agreguem valor a companhia, aos acionistas, aos corretores e aos clientes”, finalizou.

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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