Reviravolta à vista na proteção de riscos cibernéticos

A grande mídia internacional e também a especializada divulgam desde a semana passada que a gigante de alimentação Mondelez move um processo contra a  Zurich nos Estados Unidos numa ação que pode acabar redefinindo políticas de segurança da informação em todo mundo. 

A Mondelez foi uma das vítimas do NotPetya, um ransomware que varreu o mundo em 2017, com perdas estimadas em US$ 80 bilhões. O seguro comprado cobria “perdas ou danos causados pela introdução de código malicioso”.

Depois de obter um relatório da equipe de TI, a Mondelez teria contatado Zurique para uma reivindicação de seguro, pois a política era destinada a cobrir perdas causadas por perdas físicas ou danos a dados eletrônicos, programas e softwares causados ​​pela introdução mal-intencionada de códigos maliciosos.

De acordo com os documentos judiciais da Mondelez, a Zurich trabalhou inicialmente no processo e tentou o seu melhor para ajustar as perdas e chegou a concordar em pagar US$ 10 milhões como fundo de ajuda. No entanto, após uma análise mais profunda do contrato, a defesa da seguradora afirmou que o NotPetya foi um “ato de guerra” do governo russo, e o seguro não cobre atos de guerra.  

Diante disso, a empresa americana de alimentos, confeitaria e bebidas, ameaçou a Zurich Insurance com uma ação judicial para pagar a multa de US$ 100 milhões por recusar sua reivindicação pelos danos causados ​​pelo ataque cibernético NotPetya.

Um porta-voz da maior seguradora do mundo alega que o caso apresentado pela Mondelez não vai ganhar força no tribunal, uma vez que a empresa nunca especificou em sua apólice de seguro que cobrirá perdas incorridas por ataques cibernéticos financiados pelo Estado.

Alguns dos textos publicados em mídias como o Financial Times e e Cybersecurities Insiders afirmam que se a Zurich vencer o processo movido pela Mondelez e outras seguradoras entrarem no embalo, muitos clientes perderão o direito a indenização.

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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