Por Marcio Coriolano, presidente da CNseg
A arrecadação total do mercado segurador de janeiro a novembro de 2018 foi de R$ 221,3 bilhões, 0,7% menor do que a do mesmo período do ano passado. Excluído o DPVAT, cuja tarifa é determinada pelo Governo, a evolução foi negativa em 0,1%, ou seja, uma virtual estabilidade em termos nominais.
Conforme fartamente demonstrado nas análises e estatísticas da Conjuntura CNseg, divulgada nesta semana, há larga assimetria do comportamento dos diferentes ramos de seguros. Olhando iguais meses de novembro de 2018 e 2017, por exemplo, a evolução positiva do segmento de Danos e Responsabilidades foi de dois dígitos, 10%.
O ramo Patrimonial Massificado cresceu significativos 17,9%, ao passo que o ramo de Transportes também observou forte crescimento de 19,5%, e Crédito e Garantias de 18,8%. Eles são crescimentos sustentados, o que explica que são esses os principais ramos, de maior contribuição relativa na receita global, que vem também liderando as maiores taxas de crescimento acumuladas no ano de 2018.
Por outro lado, o segmento de Pessoas permanece sendo afetado pelo recente ciclo de volatilidade de ativos que alcança os Planos de Acumulação PG e VGBL. Estes viram reduzir a sua arrecadação acumulada em 8,7%, contrastando com a resiliência dos Planos de Vida Risco, que vêm sustentando aumento de 10%.
O segmento de Capitalização mostra recuperação desde a edição das últimas normas que a Susep editou para os seus produtos, evoluindo 3%.
Quanto ao desempenho econômico- financeiro, o ciclo de ajuste pelo lado de tarifas e regras de underwriting de riscos permitiu, no acumulado do ano em comparação a 2017, redução geral da sinistralidade de 5,33 pontos percentuais. A melhor eficiência operacional também teve efeito nas despesas administrativas, crescendo pouco acima da inflação para o conjunto das Seguradoras (5,1%) e para as Entidades Abertas de Previdência (6,7%), mesmo considerando volumosos investimentos em tecnologia da informação. Para as companhias de Capitalização houve redução de despesas, da ordem de 7%.
A seguir, os gráficos de desempenho dos grandes segmentos dos seguros, desta vez em médias de 12 meses móveis, apenas para reforçar as diferentes contribuições ao longo do período.