JLT apresenta estudo sobre riscos políticos para 2019

Fonte: JLT

Com o fim do ano e a proximidade do início de alguns governos ao redor do mundo, a área de CPS da JLT (Credit, Political and Security Risks) elaborou um estudo sobre os possíveis cenários em diversos países, inclusive no Brasil. O documento tem como objetivo quantificar, priorizar e minimizar as exposições de riscos políticos, de segurança e crédito comercial.

De acordo com o estudo, o risco de agitação social deve permanecer alto durante o governo Bolsonaro, seguindo a excessiva polarização que se viu durante a campanha eleitoral. A reforma da previdência e os planos de privatização podem provocar protestos, especialmente no centro do Rio de Janeiro e na Avenida Paulista, em São Paulo.

Um dos pontos polêmicos da campanha do presidente eleito foi a flexibilização da posse de arma e o fortalecimento das polícias. De acordo com o documento, isso deve aumentar o número de assassinatos extrajudiciais o que pode aumentar a probabilidade de manifestações nas principais cidades. Com polícias mais agressivas, é esperado o aumento dos confrontos violentos entre as forças de segurança e os grupos criminosos, elevando o número de mortes e os riscos de ferimentos

O risco de danos materiais durante manifestações é relativamente baixo, mas há um risco significativo de interrupção de negócios, como aconteceu na greve dos caminhoneiros em maio. Os sindicatos dos caminhoneiros poderiam testar o governo Bolsonaro com novas greves nos próximos 12 meses.

Em relação ao PIB, é esperado um crescimento de 1,8% de 2018 para 2% em 2019, mas isso depende da habilidade do governo em reduzir o déficit fiscal, que atingiu 8% do PIB. Ainda sobre a economia, acredita-se que podem surgir tensões entre Jair Bolsonaro e Paulo Guedes devido às posições pró-mercado do futuro ministro.

DESEQUILÍBRIO FISCAL DO BRASIL (% DO PIB)

O estudo também aponta que o próximo governo pode não conseguir aprovar um programa de privatizações ambicioso. Porém, pode vender uma participação majoritária na Petrobras Distribuidora, além de participações na Eletrobras.

Sobre o combate à corrupção, outra bandeira do programa de governo de Jair Bolsonaro, o documento relata que o grande número de investigações da Polícia Federal em curso e o fortalecimento das leis anticorrupção aumentaram o risco de alteração de contrato se evidências de ilegalidade foram descobertas. Acredita-se que Sergio Moro pode usar sua posição para implementar medidas anticorrupção, o que pode aumentar os riscos de revisão contratual.

“O estudo fornece uma detalhada avaliação sobre segurança, negociação e investimento, tendo em vista o atual momento de alguns países. Um dos maiores desafios para o novo governo do Brasil será lidar com um Congresso altamente fragmentado, a fim de reduzir o déficit fiscal, que atingiu cerca de 8% do PIB”, Tatiana Moura, head de CPS da JLT Specialty Brasil.

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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