A AIA, o braço de seguros de vida asiática de American International Group (AIG), parece ter obtido muito sucesso com a emissão de ações (IPO na sigla em inglês). Agências internacionais noticiam, sem revelar fontes, que a AIA levantou US$ 17,9 bilhões no mercado asiática, que vive um boom de emissões, com captação de US$ 90 bilhões de janeiro a setembro deste ano. A forte procura pelos papéis, oito vezes acima da oferta, fez com que a ação fosse negociada no maior valor previsto no prospecto de lançamento. Se confirmado, a AIA passa a figurar como o terceiro maior IPO do mundo.
A preparação para a emissão de ações começou antes da crise financeira mundial, quando a AIG precisou ser socorrida pelo governo americano, que injetou cerca de US$ 182 bilhões na companhia. Depois de interrompido com a crise, o grupo tentou vender a empresa, mas acabou optando pelo IPO por acreditar que conseguiria um volume de recursos maior para pagar pagar a dívida com o Tesouro Americano e voltar a comandar o grupo com autonomia. A seguradora britânica Prudential chegou a ofertar US$ 35 bilhões pela AIA, mas dias depois recuou para US$ 30 bilhões, o que fez a AIG agilizar o IPO.
A AIA opera em 15 mercados na Ásia. O rápido crescimento do mercado de seguros, especialmente de vida, é um grande atrativo para os investidores travarem uma batalha pelas ações da AIA. Principalmente por ser ela uma das poucas seguradoras estrangeiras num mercado fechado e dominado por seguradoras locais. Enquanto suas concorrentes estrangeiras atuam em uma ou outra cidade e sem ter a totalidade das ações das companhias, a AIA está presente na China, Indonésia, Malásia, Tailândia e Vietnã e ainda tem mais de 300 mil agentes na região. Apenas 8% dos negócios da AIA vem de bancassurance, ou seja, venda através de banco.
Segundo as agências, o IPO da AIA deverá gerar até US$ 355 milhões em taxas para os bancos envolvidos na venda, liderada pelo Citigroup, Deutsche Bank, Goldman Sachs Group Inc e Morgan Stanley como co-coordenadores globais.