Difundir a cultura de insurtech no Brasil. Esse é o desafio de Gustavo Zobaran, que assumiu a coordenação do Comitê de Insurtechs da Camara-e.net para discutir, fomentar e estimular projetos disruptivos no mercado de seguros. “Vamos fazer uma radiografia desse segmento, levantando as iniciativas com soluções de investimento, internet das coisas, jornada do usuário, produtos, segurança da informação, análise de dados e tecnologias futuras, entre outras categorias que compõem esse ecossistema”, comenta ele que também é head de brand experience na Youse.
A Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico (camara-e.net) já abrigava um comitê de seguros, liderado por Manoel Mattos. Diante da explosão das insurtechs, surgiu a idéia de fazer um retrofit no comitê e mudar seu nome para insurtech, um tema que caiu no gosto das seguradoras e investidores, contou ele ao blog Sonho Seguro. “Também queremos trazer as experiências internacionais para o Brasil, bem como levar a nossa experiência para o mundo”, afirma. “Temos vários casos de sucesso no país que precisam ser divulgados”, acrescenta.
Zobaran enumerou os principais desafios do comitê: educar empresas e pessoas que interagem nesse ecossistema; disseminar a cultura do seguro como necessidade; atuar como hub do setor, se fazendo presente em toda discussão relacionada às Insurtechs; criar um banco de talentos de pessoas que vejam o segmento como oportunidade de negócios e trabalho; produzir conteúdo; promover uma mudança de atitude e comportamento que aproxime mais as empresas seguradoras de seus clientes e de projetos/iniciativas que venham a resolver algum problema; e promover o intercâmbio com o mercado internacional, criando e participando de missões de conhecimento e negócios.
O grupo se reuniu no final de agosto com cerca de 80 participantes para debater seguros e tecnologia, em São Paulo. No encontro foi lançado o primeiro mapeamento do ecossistema de Insurtechs no Brasil. A iniciativa pretende desenhar um mapa com todas empresas que desenvolvem tecnologias e soluções inovadoras para o mercado segurador. “O mapa será um organismo vivo, que vai nos permitir acompanhar a evolução desse setor no país e divulgar dados a cada três meses”.
O evento também contou com a apresentação de projetos de duas startups da área de seguros e de empresas já consolidadas nesse mercado. “O uso de machine learning, BD e Analytics possibilita que as empresas reúnam e analisem grandes quantidades de informações para criar oportunidades de ações que gerem valor para ela e para seus clientes”, disse Alessandro Maracajá, sócio-diretor da Solutions One, que foi convidada a falar sobre o papel-chave da tecnologia para as Insurtechs.
Roberto Ciccone, da Everis, consultoria do Grupo japonês NTT, mostrou aos participantes como está o mercado mundial de Insurtechs, quem são as empresas que fomentam esse segmento e qual o papel das startups disruptivas para o desenvolvimento do mercado. Ciccone citou como exemplos startups de telemetria de veículos, cibersegurança, uso de energia, saúde e plataformas de e-commerce sob demanda. “A tendência de investimento nessa área é de aumento”, diz ele. “O financiamento para startups de InsurTech chegou a US$ 3,1 bilhões, em 2015 – 7,5 vezes maior que em 2013”, comentou ele em nota divulgada à imprensa.
Agora, o Comitê de Insurtechs irá disponibilizar o mapa no site da camara-e.net (camara-e.net) para que, a partir do dia 15 de setembro as iniciativas do segmento façam seu cadastro, indicando em que categorias desse ecossistema elas se enquadram.
Segundo o portal Conexão Fintech, o Brasil já conta com 25 insurtechs.