A Pesquisa Global Zurich realizada no final do ano passado com o objetivo de entender o cenário das PMEs no Brasil e em mais 12 países (Suíça, Áustria, Alemanha, Irlanda, Itália, Portugal, Espanha, Turquia, Estados Unidos, México, Austrália e Hong Kong) traz dados muito interessantes sobre esse segmento que cresce de forma rápida no Brasil. Em sua quarta edição, a Pesquisa Global Zurich PMEs foi realizada em parceria com a GfK e entrevistou cerca de 2,6 mil executivos, sendo 200 deles no Brasil.
A falta de demanda do consumidor, excesso de estoque são hoje mais críticos do que no passado e ainda são os principais riscos para um negócio, segundo 35,5% dos entrevistados. O transporte e dados ao veículo de uma empresa vem como principal risco para 17,5% dos entrevistados, seguido por corrupção, com 15%, e condições climáticas imprevisíveis, com 14,5%. Falha por parte dos parceiros e fornecedores preocupam 12% dos entrevistados, bem como protestos e danos maliciosos foram considerados por 6,5% dos participantes do estudo
O destaque para o Brasil está no compliance. Assim como grandes corporações, os pequenos e médios empresários brasileiros passaram a demonstrar mais consciência em relação à transparência e o tema passa a ser pauta dos negócios. Essa foi uma das conclusões da pesquisa.
De acordo com a seguradora, cresceu a preocupação das PMEs brasileiras com a transparência da imagem de suas empresas e os eventuais riscos que a corrupção pode acarretar aos seus negócios. Os dados apontam que 15% dos entrevistados responderam que a corrupção é um dos principais riscos para suas empresas nos próximos meses, levando o Brasil ao topo deste ranking.
Ainda que “Corrupção” seja o 6º. risco apontado pelo empresariado brasileiro na Pesquisa – atrás de falta de demanda do consumidor, alta competitividade, incêndio, problemas relacionados a transportes e roubo –, quando observados os números dos levantamentos anteriores, nota-se uma clara tendência de crescimento desta preocupação. Na pesquisa anterior, 13,5% dos entrevistados apontavam o tema como um dos riscos. Em 2014, eram 10,5% e, em 2013, apenas 7,2%. Na média dos 13 países pesquisados, esta ainda é a 12ª preocupação. Em contrapartida, esta preocupação de 8% em 2013 para 14% em 2016.
Com a promulgação da Lei nº 12.846/2013, também conhecida como “Lei Anticorrupção” ou “Lei da Empresa Limpa”, a norma passou a representar importante avanço no combate a práticas ilícitas – não apenas dentro de grandes corporações – ao prever a responsabilidade objetiva de empresas pela prática de atos lesivos contra a administração pública nacional ou estrangeira. As pequenas e médias empresas nacionais também passaram a enxergar no compliance uma oportunidade de se organizarem em relação a prevenção de fraudes, segurança de informações, continuidade de negócios e lavagem de dinheiro.
Para Fernando Saccon, líder da área de linhas financeiras da Zurich, as PMEs perceberam que, além de contribuir para o gerenciamento interno, o compliance pode ser vantajoso para seus negócios ao indicar para seus clientes que a empresa está comprometida em atuar de forma transparente perante o mercado e sociedade. “Independentemente do tamanho da empresa, existem muitas regras e legislações a serem seguidas, como as das áreas contábil, tributária e TI, por exemplo”, explica.
O especialista da Zurich comenta ainda que, quanto menor a empresa, maior a dificuldade de implementação de normas e procedimentos, por isso cuidado na generalização da consciência do compliance e controles internos é fundamental para que a empresa consiga gerenciar seus processos internos. “Percebemos um grande aumento na procura por este tipo de serviço por parte das PMEs”, explica Saccon.
Como líder nessa área, a Zurich está atualizada em relação às leis de várias jurisdições locais. Isso significa que os gerentes de riscos e a C-suíte podem ter mais certeza de que o programa de seguros não as contrariará, desta forma, a empresa também atua prestando consultoria para empresas na área de compliance.
Pesquisa – Ao analisar em larga escala e de forma aprofundada um perfil específico de negócios – empresas com até 250 funcionários em tempo integral –, a Zurich objetiva elencar e compartilhar com o mercado informações sobre visão e expectativa das PMEs, de modo a colaborar com a tomada de decisões mais assertivas. “A pesquisa compara riscos de negócios e riscos de seguros. Assim, não mapeamos apenas o que é importante para o setor securitário, mas para o mercado como um todo”, afirma Walter Pereira, diretor de Varejo da Zurich.
Para chegar aos resultados, os líderes entrevistados foram questionados sobre as oportunidades, os riscos e expectativas para os 12 meses seguintes à pesquisa, realizada no segundo semestre de 2016. “Como uma seguradora de expertise internacional, a Zurich oferece ao mercado coberturas para os principais riscos apontados na pesquisa, mas a divulgação dos dados vislumbra mais do que oferecer produtos de proteção; nosso objetivo é compartilhar informações que possam ser estratégicas aos negócios”, comenta o executivo.
Realizada anualmente, a Pesquisa Global Zurich PMEs estabelece comparativos (em relação às edições anteriores e entre os países consultados) e aponta os rumos que os entrevistados pretendem dar aos seus negócios. No Brasil, participaram 200 PMEs.